terça-feira, 29 de abril de 2008
sábado, 19 de abril de 2008
VOZ PARA QUEM QUER SER OUVIDO
A exemplo da honorável camarada tornei me também um profissional da educação. Trocando em miúdos, entro para o sistema de educação do Estado de São Paulo e por lá resisto dentro de regras e situações humilhantes que deixam bem claro o seguinte recado: "Você não é bem-vindo. Cai fora!".
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Diariamente faço pouco da dignidade que com custo tento ostentar, pois acredito que este mínimo ainda tenho. Enganando-me ou não o fato é que dei o passo mediante o inevitável questionamento e ao qual tive de dar resposta para continuar o meu ofício de maneira adequada e justa para comigo e meu público: "E então cara é isso mesmo que tu quer?".
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Por hora esta questão não vou responder. Ao contrário, vou publicar a redação de uma aluna, mediante autorização da mesma, evidentemente. O rascunho que a mesma me forneceu serviu de base para a sua redação, a qual, por sua vez, era parte da avaliação operacionada pelo desgoverno do Estado de São Paulo. A cereja do ridículo sobre um bolo inteiramente ridículo. Fizeram vazar o gabarito pra garantir o bom desempenho dos alunos, ao que parece, após criarem verdadeiro pânico nos alunos treinando-os para feitura da mesma avaliação.
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Bom, dou aula porque ainda vale à pena, ou para ser mais exato pelas pessoas que escrevem coisas deste tipo:
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O que acontece nos dias de hoje
Nos dias de hoje, a educação em nosso país anda precária, isso não quer dizer que antigamente ela era boa e em relação a isso os jovens têm que se juntar para lutar por uma educação de qualidade, não para receber um jornalzinho que contém uma matéria já complexa onde eles não tiveram a devida preparação para realizá-las.
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Temos que ter o direito de falar e sermos ouvidos, e não ignorados como anda acontecendo. O que adianta nos mandar redigir uma redação com o tema “Educação um direito de todos: como o jovem pode participar de movimentos em prol de uma escola de qualidade?”, sendo que responderíamos “fazendo movimentos estudantis, e enviando representante à secretaria de ensino para pedir mais consideração conosco”, e se fizéssemos isso os governantes iriam nos ignorar, e continuar fazendo a mesma pose de trabalhadores que costumam fazer.
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E ainda mais, depois que passam as eleições, ficamos praticamente esquecidos, e só lembram de nós no ano em que precisam dos nossos votos, e onde de repente criam maneira de melhorar a educação, com coisas ridículas que não ajudam em nada, e ainda complicam nossa educação.
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Então façam coisas que ajudem a melhorar a educação no Brasil que com certeza participaremos de movimentos em prol de uma educação de qualidade.
(T. L. C.)
O que acontece nos dias de hoje
Nos dias de hoje, a educação em nosso país anda precária, isso não quer dizer que antigamente ela era boa e em relação a isso os jovens têm que se juntar para lutar por uma educação de qualidade, não para receber um jornalzinho que contém uma matéria já complexa onde eles não tiveram a devida preparação para realizá-las.
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Temos que ter o direito de falar e sermos ouvidos, e não ignorados como anda acontecendo. O que adianta nos mandar redigir uma redação com o tema “Educação um direito de todos: como o jovem pode participar de movimentos em prol de uma escola de qualidade?”, sendo que responderíamos “fazendo movimentos estudantis, e enviando representante à secretaria de ensino para pedir mais consideração conosco”, e se fizéssemos isso os governantes iriam nos ignorar, e continuar fazendo a mesma pose de trabalhadores que costumam fazer.
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E ainda mais, depois que passam as eleições, ficamos praticamente esquecidos, e só lembram de nós no ano em que precisam dos nossos votos, e onde de repente criam maneira de melhorar a educação, com coisas ridículas que não ajudam em nada, e ainda complicam nossa educação.
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Então façam coisas que ajudem a melhorar a educação no Brasil que com certeza participaremos de movimentos em prol de uma educação de qualidade.
(T. L. C.)
quinta-feira, 10 de abril de 2008
NOTA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL UNIFICADO SOBRE A OCUPAÇÃO DA REITORIA
Nota do Movimento Estudantil Unificado sobre a ocupação da Reitoria
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São de notório conhecimento público os escândalos que o ministério público e a imprensa têm trazido à tona nestes últimos meses envolvendo a reitoria e as fundações de direito privado da universidade de Brasília. São exemplos desses escândalos: a utilização de 470 mil reais para mobiliar com utensílios de luxo o apartamento funcional do reitor, o desvio de função na aplicação de verbas da ordem de 100 milhões de reais da Finatec, o desvio de recursos da Funsaúde e da Editora da UnB na ordem de 50 milhões e o abuso no uso dos cartões corporativos do qual a UnB é campeã.
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Diante desses fatos, os estudantes realizaram atos, manifestações e assembléias gerais, completamente indignados com o clima de impunidade que se deu após a divulgação desses fatos. Hoje foi realizada Assembléia Geral dos Estudantes da UnB e em seguida uma passeata por toda a Universidade, que culminou na ocupação espontânea da Reitoria. Nesta Assembléia, que contou com a participação de centenas de alunos, foram reivindicados os seguintes pontos, que agora são pontos de pauta da nossa ocupação:
ü Saída imediata do Reitor e Vice-reitor.
ü Dissolução do Conselho diretor.
ü Convocação imediata de eleições diretas e paritárias para reitor.
ü Pela paridade nas eleições para todos os cargos eletivos da universidade e na composição de todas as instancias deliberativas da UnB.
ü Convocação congresso estatuinte paritário.
ü Abertura das contas de todas as fundações da UnB.
ü Que os bens adquiridos para o apartamento funcional do reitor sejam leiloados e os recursos investidos na Casa do Estudante.
ü Abertura imediata de concurso público para professores e técnicos administrativos para suprir o déficit atual do quadro da universidade.
ü Contra o corte de bolsas permanência feito pela reitoria.
ü Que as bolsas permanência sejam transformadas em bolsas de pesquisa e extensão e que subam para o valor do salário mínimo.
ü Que todos os estágios oferecidos pela FUB sejam exclusivos para alunos da UnB,salvo os de pesquisa.
ü Pela construção imediata de um Restaurante Universitário no campus de Planaltina.
ü Garantia da construção de novos prédios de moradia estudantil.
ü Garantia da reforma da casa do Estudante respeitando condições dignas de moradia durante a reforma.
ü Pela ampliação dos horários de circulação do transporte interno gratuito da UnB,e que este faca o trajeto ate a rodoviária.
ü Pelo Passe Livre estudantil.
ü Criação de uma linha de ônibus que integre os campi da UnB.
ü Pela construção imediata de novos prédios nos campi Ceilândia, Gama e prioritariamente Planaltina.
ü Pela reforma e melhoria das instalações físicas dos campi da UnB.
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Ressaltamos que essa é uma manifestação pacífica e legítima e convocamos toda a comunidade acadêmica e toda a sociedade a nos apoiar nessa batalha contra a corrupção e a impunidade.
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Movimento de Ocupação da Reitoria da UnB
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São de notório conhecimento público os escândalos que o ministério público e a imprensa têm trazido à tona nestes últimos meses envolvendo a reitoria e as fundações de direito privado da universidade de Brasília. São exemplos desses escândalos: a utilização de 470 mil reais para mobiliar com utensílios de luxo o apartamento funcional do reitor, o desvio de função na aplicação de verbas da ordem de 100 milhões de reais da Finatec, o desvio de recursos da Funsaúde e da Editora da UnB na ordem de 50 milhões e o abuso no uso dos cartões corporativos do qual a UnB é campeã.
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Diante desses fatos, os estudantes realizaram atos, manifestações e assembléias gerais, completamente indignados com o clima de impunidade que se deu após a divulgação desses fatos. Hoje foi realizada Assembléia Geral dos Estudantes da UnB e em seguida uma passeata por toda a Universidade, que culminou na ocupação espontânea da Reitoria. Nesta Assembléia, que contou com a participação de centenas de alunos, foram reivindicados os seguintes pontos, que agora são pontos de pauta da nossa ocupação:
ü Saída imediata do Reitor e Vice-reitor.
ü Dissolução do Conselho diretor.
ü Convocação imediata de eleições diretas e paritárias para reitor.
ü Pela paridade nas eleições para todos os cargos eletivos da universidade e na composição de todas as instancias deliberativas da UnB.
ü Convocação congresso estatuinte paritário.
ü Abertura das contas de todas as fundações da UnB.
ü Que os bens adquiridos para o apartamento funcional do reitor sejam leiloados e os recursos investidos na Casa do Estudante.
ü Abertura imediata de concurso público para professores e técnicos administrativos para suprir o déficit atual do quadro da universidade.
ü Contra o corte de bolsas permanência feito pela reitoria.
ü Que as bolsas permanência sejam transformadas em bolsas de pesquisa e extensão e que subam para o valor do salário mínimo.
ü Que todos os estágios oferecidos pela FUB sejam exclusivos para alunos da UnB,salvo os de pesquisa.
ü Pela construção imediata de um Restaurante Universitário no campus de Planaltina.
ü Garantia da construção de novos prédios de moradia estudantil.
ü Garantia da reforma da casa do Estudante respeitando condições dignas de moradia durante a reforma.
ü Pela ampliação dos horários de circulação do transporte interno gratuito da UnB,e que este faca o trajeto ate a rodoviária.
ü Pelo Passe Livre estudantil.
ü Criação de uma linha de ônibus que integre os campi da UnB.
ü Pela construção imediata de novos prédios nos campi Ceilândia, Gama e prioritariamente Planaltina.
ü Pela reforma e melhoria das instalações físicas dos campi da UnB.
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Ressaltamos que essa é uma manifestação pacífica e legítima e convocamos toda a comunidade acadêmica e toda a sociedade a nos apoiar nessa batalha contra a corrupção e a impunidade.
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Movimento de Ocupação da Reitoria da UnB
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terça-feira, 8 de abril de 2008
Mitos sobre a educação
Como esta é a primeira vez que escrevo para o blog, quero começar dizendo que os artigos postados pelos amigos são ótimos, sucitando excelentes debates. Como diz a Chiquinha, do Chavez, "da discussão nasce a luz".
Recentemente recebi a missão de partilhar parte de minha vida com os alunos de uma escola pública, na condição de professor eventual - o estragador das aulas vagas. Este não é meu primeiro contato com alunos da rede pública, mas é a primeira vez que estou no território deles, e não eles no meu - o que, diga-se de passagem, faz toda a diferença. Vou postar aqui, de tempos em tempos, reflexões sobre esta edificante atividade que é ensinar. Aqui vai a primeira.
Muitos mitos rondam a escola pública. Idéias que são rapidamente divulgadas por muitos dos (anti) profissionais da área, e mais rapidamente ainda aceitos pelos universitários ansiosos a socializarem o conhecimento que não tiveram, pois pediram para o colega assinar a lista de chamada nas aulas. Vocês já ouviram alguém comentar algo como "na escola pública, todos são uns animais, vc tenta falar e ninguém presta atenção". Das dez aulas de eventual que dei na última semana, duas realmente não rolaram; três foram mais ou menos (bota menos nisso); e em cinco delas deu para trocar alguma idéia. Opa!!! Vocês se tocaram do que eu disse? De dez, CINCO aulas foram boas/ razoáveis, sendo que uma das melhores foi a última (OU SEJA, O EVENTUAL AQUI IMPEDIU A TURMA DE IR EMBORA, MAS A AULA FOI A MELHOR DA SEMANA). Outra idéia muito difundida é a de que "ninguém quer saber de nada, ninguém faz lição". Pois bem, em todas as salas, sempre encontrei algúém que fez aquilo que eu pedi como tarefa, alguns inclusive muito bons mesmo. Muito se diz que "hj em dia, ninguém, respeita professor". Bem, é bem verdade que fui alvejado por uma rajada de bolinhas papel, e que em outra sala um dos meninos me ignorou e saiu da sala sem dizer nada, enqto eu chamava a atenção dele. Mas em nenhum momento fui xingado, agredido e me surpreedi vendo que algumas vezes as minhas súplicas por silêncio e atenção eram atendidas.
MORAL DA HISTÓRIA: só criminaliza o aluno quem se acha mais do que ele. O professor não é o "intérprete das luzes" (no dizer de Maria Helena Capelato), mas um agente que trará uma contribuição para a sociedade. Se vc respeita o aluno, será respeitado por ele. Se o professor entra gritando, arrogante e histérico, se preparando para ensinar um conteúdo que nada tem a ver com a vida do aluno, encontrará resposta à altura. Ainda bem, pq esse tipo de professor tem que ser zoado mesmo, sem dó, pelos alunos. Sayonará.
Recentemente recebi a missão de partilhar parte de minha vida com os alunos de uma escola pública, na condição de professor eventual - o estragador das aulas vagas. Este não é meu primeiro contato com alunos da rede pública, mas é a primeira vez que estou no território deles, e não eles no meu - o que, diga-se de passagem, faz toda a diferença. Vou postar aqui, de tempos em tempos, reflexões sobre esta edificante atividade que é ensinar. Aqui vai a primeira.
Muitos mitos rondam a escola pública. Idéias que são rapidamente divulgadas por muitos dos (anti) profissionais da área, e mais rapidamente ainda aceitos pelos universitários ansiosos a socializarem o conhecimento que não tiveram, pois pediram para o colega assinar a lista de chamada nas aulas. Vocês já ouviram alguém comentar algo como "na escola pública, todos são uns animais, vc tenta falar e ninguém presta atenção". Das dez aulas de eventual que dei na última semana, duas realmente não rolaram; três foram mais ou menos (bota menos nisso); e em cinco delas deu para trocar alguma idéia. Opa!!! Vocês se tocaram do que eu disse? De dez, CINCO aulas foram boas/ razoáveis, sendo que uma das melhores foi a última (OU SEJA, O EVENTUAL AQUI IMPEDIU A TURMA DE IR EMBORA, MAS A AULA FOI A MELHOR DA SEMANA). Outra idéia muito difundida é a de que "ninguém quer saber de nada, ninguém faz lição". Pois bem, em todas as salas, sempre encontrei algúém que fez aquilo que eu pedi como tarefa, alguns inclusive muito bons mesmo. Muito se diz que "hj em dia, ninguém, respeita professor". Bem, é bem verdade que fui alvejado por uma rajada de bolinhas papel, e que em outra sala um dos meninos me ignorou e saiu da sala sem dizer nada, enqto eu chamava a atenção dele. Mas em nenhum momento fui xingado, agredido e me surpreedi vendo que algumas vezes as minhas súplicas por silêncio e atenção eram atendidas.
MORAL DA HISTÓRIA: só criminaliza o aluno quem se acha mais do que ele. O professor não é o "intérprete das luzes" (no dizer de Maria Helena Capelato), mas um agente que trará uma contribuição para a sociedade. Se vc respeita o aluno, será respeitado por ele. Se o professor entra gritando, arrogante e histérico, se preparando para ensinar um conteúdo que nada tem a ver com a vida do aluno, encontrará resposta à altura. Ainda bem, pq esse tipo de professor tem que ser zoado mesmo, sem dó, pelos alunos. Sayonará.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
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