sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Como alguém já dizia: - Morrer é fácil,o difícil é viver!

A cada natal que passa tenho a impressão de que as pessoas estão mais tristes,ou na verdade sou eu que estou mais triste.
A vida está muito séria, as coisas simples tornaram-se complicadas e chego a pensar que não é bom demonstrar a alegria que sinto,com medo de um revés brutal.
Na verdade um sentimento de desgosto e falta de algo que perdi e acho que não tem mais como recuperar e ser como era antes.

(...)
Seca os rios,os sonhos,
Seca o corpo,a cede na indolência.

Minha irmã (Jú) uma vez escreveu:

Eu sou eu,
Vc é vc.
Quem algum dia puder se descrever
perceberá que é a contradição...
Verá que a situação
faz o nosso ser se esquecer de ser.

Pena mana q vc se esqueceu de mim.(dramática eu sou...rsr...é de família)

Espero o Ano Novo sem planos, sem desejos apenas com a esperança... como dizem nos mantêm vivos e sofrendo.




sábado, 15 de dezembro de 2007

FELIZ NATAL!


NO PAÍS QUE APLAUDIU "TROPA DE ELITE" A MATADEIRA CEIFA VIDAS COM O CONSENTIMENTO DE TODOS

Zé Arbex é um jornalista que vale a pena ser lido. Mensalmente escreve na revista Caros Amigos e as suas atividades vão além da caneta e do papel. Esta matéria denúncia a máquina de produzir mortes que vem sendo operada pelos militares nas favelas do Rio de Janeiro, com o apoio, de Sérgio Cabral que recentemente deu uma derrapada na polidez e soltou uma de matar mico, coisas essas que em geral só surgem em situações tensas. Disse o "senhor governador" na ocasião, coisa de meses atrás que as moradoras de favelas produzem em massa criminosos. Reeditou o clássico: "Todo pobre é bandido". É o progressio brasileiro, meus caros. Absurdo despropositado que gerou um grande burburinho, na época, e deixou o "senhor governador" na saia justa.
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Um Carandiru por mês
por José Arbex Jr. 694 mortos em seis meses, entre janeiro e julho de 2007: a cifra enche de orgulho o governador do Estado do Rio de Janeiro, que parece acreditar ser esse o caminho para acabar com o império do narcotráfico na capital fluminense. Estamos, aqui, falando de um massacre do Carandiru por mês, todos os meses, ou de quatro mortes por dia – uma a cada seis horas. É absolutamente inacreditável. Difícil saber o que é pior: a leveza com que Sérgio Cabral defende o reinado do terror ou a quase total indiferença, quando não manifestações de apoio explícito com que suas declarações são acolhidas pela assim chamada sociedade civil. O governador lamenta a morte de inocentes, assim como José Mariano Beltrame, secretário de Segurança Pública do Rio, que afirma: “Não queremos que aconteçam incidentes dolorosos envolvendo crianças e pessoas de bem. Mas precisamos desarmar o tráfico com urgência.” (Folha de S. Paulo, 19.out) Certo. Faltou explicar como, exatamente, a polícia sabe quem é “do bem” e quem é “do mal”. Não raro, as versões contadas pelas autoridades sobre as mortes (invariavelmente, explicadas como reação dos policiais aos ataques dos bandidos) diferem daqueles oferecidas pelos moradores das favelas - isto é, quando eles não se sentem tão aterrorizados que consigam oferecer alguma versão.
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Que mandado é esse?
Por mais que os representantes do governo e da PM neguem, do seu ponto de vista todo morador de favela é, em princípio, suspeito, e deve ser tratado como tal. É este, precisamente, o significado do “mandado de busca coletivo”, um procedimento completamente inconstitucional e irregular, autorizado por juízes que, obviamente, compartilham da mesma percepção e cujo uso já se tornou banal no Rio e em São Paulo.
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Esse procedimento permite que os policiais tomem de assalto as residências dos favelados e transformem o morro inteiro num selvagem campo de batalha.
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Caro leitor: você já parou um segundo para pensar o que significa um mandado de busca coletivo? Significa que a polícia pode entrar em qualquer casa, a qualquer hora, revistar todos os aposentos, interrogar todos os moradores, apreender quaisquer objetos considerados “suspeitos”, por uma única razão: porque a casa situa-se numa área que se tornou alvo de uma ação policial. O mandado de busca coletivo suspende todas as garantias constitucionais, ignora completamente os direitos individuais e as normas mais básicas do convívio civilizado. É uma humilhação terrível, imposta pelo Estado aos cidadãos “do bem”, sitiados em seu próprio lar.
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Pergunta: quais são as chances de que algum dia algum juiz autorize um mandado de busca coletivo, digamos, nos jardins de São Paulo, ou no Leblon carioca?
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Chegamos, aqui, ao coração do problema. O governador só pode se referir com tanta leveza e orgulho aos seus Carandirus mensais porque as vítimas não existem aos olhos da classe média. São os negros e pobres das favelas, um amontoado de carne cuja falta ninguém sentirá no dia seguinte – exceto, é claro, os seus amigos e familiares que são tão negros e pobres quanto, e por isso igualmente não contam.
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Cinismo e silêncio
Questionado por jornalistas sobre a óbvia diferença de atitude da polícia quando suas operações são realizadas em bairros “brancos” do Rio, Beltrame nega: “"As diferenças na execução das operações existem em razão das características de cada morro ou favela e do modo de atuação das quadrilhas.” Claro, quem pode duvidar disso? E explica, também, que as mortes que acontecem hoje evitarão um número ainda maior no futuro – mais ou menos como a Casa Branca explicou que as bombas sobre Hiroshima e Nagasáqui foram uma providência humanitária (sic) para abreviar a guerra. OK.
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Se o cinismo e a brutalidade dos representantes do Estado causam náuseas, não menos asqueroso é o silêncio cúmplice da classe média. Reside aí um perigo imenso: o da conivência com procedimentos de limpeza étnica, em nome do combate ao crime e ao “mal”. Já vimos esse filme antes e sabemos para onde pode conduzir.
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José Arbex Jr. é jornalista

M.L.KING

PELO SANGUE CARMESIN letra (Gisele Nascimento)
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Este é mais um trampo do grande irmão e assíduo colaborador do nosso blog: Jefferson. Grande grande camarada.
Forte Abraço!!!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

CANALHICES E DERRUBADA DA CPMF

http://www.reporterbrasil.com.br/images/articles/real-parque.jpg
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Não to podendo com a minha tão satisfatória atividade de incomodar, embora incomodo irrisório. Mas não caio no jogo e mantenho o impeto. Não podia deixar passar em branco.
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Aqui vai só em forma de nota: RIDÍCULA a atitude do Senado, algoz da CPMF. Com isso, vocês populares que assinaram aquele ridículo abaixo assinado organizado pela FIESP, FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE SÃO PAULO, entendeu FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE SÃO PAULO, ENTIDADE NÃO CRIADA PRA OUTRO FIM SENÃO O DE PROTEGER OS INTERESSES DA CLASSE PATRONAL, DA BURGUESIA, DO PODER, deixarão de contar com 40 BILHÕES DE REAIS que teriam o destino de servir a SAÚDE PÚBLICA.
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Mas, não. Parece mesmo que o que mais importa neste país é o interesse particular, o indivíduo. O bem-comum, a vida coletiva, a sociedade... ah isso são miragens. Parece não estar mais em pauta ou na perspectiva das pessoas. Tempo assustador este o nosso!
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Éhhhh... espantando constato: nação zumbi; marionetes manipuladas pelo poder. A sociedade acha que vai conseguir se socorrer no sistema privado?!?! Essa verdadeira latrina chamada plano de saúde. Não defendo o Estado e meu anarquismo é de algum tipo que ainda não achei em literatura alguma. Algum dia ainda a marteladas arruino isto tudo. Mas a classe média. Bem, a classe média, cujo pensamento está nivelado por baixo, é mediano, tão logo medíocre também não acredita no Estado, tampouco beira o anarquismo. Aceita quando não se posiciona ativamente a favor do "Estado mínimo", por que por ora ainda consegue se safar com o custeio de um Estado Paralelo e privado, que acredita piamente: funciona, e premia aqueles que são os "bons empregados". Acredita de fato que o neo-liberalismo vai salvar o Brasil. Pouco se importa se aquele sujeito ali todo fudido, lançado na rua, ou sob o teto precário de uma maloca que balança com o vento, passa privações, não come à dias ou vive em condições insalubres até para os ratos. Este seu senso mediano é capaz de se mobilizar em campanhas do tipo "A classe média é que sustenta o Brasil. BASTA!", ou se aliar a classe patronal que a explora. Ô atitude mais servil. A classe média mostra docilidade e afeto como forma de agradecimento a quem explora, mas jamais se alia a um semelhante para combater a miséria, a corrupção.
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O pior é que depois aparece um sujeito todo classe média espantando com mais um filhote, mais uma vida ceifada por estes criminosos, estes monstros, facínoras... etc etc. De tudo só lamento a vida ceifada. Mas não me compadeço com as outras lamentações da classe média. São todas fajutas com a cereja da mediocridade por cima.
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Por estes dias ouvi os maiores absurdos. Midia impressa, televisiva ou nas ondas de rádio: TUDO O MESMO LIXO. Teve ancora televisivo bradando, após a tardia consideração do "senhor presidente" que disse em alto tom que "cortar a CPMF é tirar 40 bi da saúde", dizendo que "Não... não. O empresariado, a industria o mercado não pagam. Quem paga é você cidadão, pois eles repassam o imposto". Ô ANCORA ISTO É ÓBVIO! Bom, é claro que a FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE SÃO PAULO, a FEBRABAN entre outras entidades de malditos burgueses se regozijaram quando os senhores senadores votaram na manhã de quinta, em ataque ao bem-comum, e em favor da manutenção do status quo pela derrubada da CPMF. Não que a CPMF algum dia chegou a suspeitar de algum desejo que pudesse vir a abalar o status quo, mas a classe econômica que é política neste país: legisla, executa e julga, jamais vai votar pela distribuição de renda, porque isso significaria causar dano a sua própria renda. Tenho insistido nesta metáfora como forma de desqualificar esta categoria de regime estatal. Bem, na disputa pelos 40 bilhões a sociedade ficou sem a verba e os engravatados vão comemorar o aumento de 40 bi dos lucros.
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E a classe média, do pensamendo mediano mediocre vai constatar incrédula: "Ahhh... mas os preços não abaixaram?!?!", segundo a promessa do âncora e dos senhores engravatados que vieram falar em rede nacional que caberia ao governo pressionar a queda de preços. Ora vá se foder classe média!!!!! De qualquer forma, este incomodo de raiva vai durar somente alguns segundos para ser substituido pela reverência servil, a qual, a sociedade não perdeu o costume desde os tempos de exploração colonial portuguesa. Pois, então classe média e outras menos abastecidas, mas que compartilham da mesma medíocre estrutura mental, ou deveria dizer fecal, só porque conseguiram comprar um radinho, aplausos pra vocês que apoiaram e votaram contra os 40 bi que ia retornar em benefícios pra vocês mesmos, seus otários.
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Álias, faça uma força classe média e menos remuneradas que compartilham a mesma merda de pensamento: Porque toda iniciativa do governo que tem como fim o bem-estar social é taxado pela mídia de "ação paternalista"? Bem, só vou encerrar dizendo que na disputa pelos 40 bi vocês perderam, eu perdi, quem mais necessita perdeu. "E que livre o santo" de não precisar jamais do sistema de saúde, pois quem cai neste, logo passa num piscar de olhos para o funerário, tá ferrado.
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Apenas uma observarção: Ainda será comentado num outro momento o episódio da desocupação da favela Real, próxima a marginal Pinheiros, que tá engasgada e não vai descer enquanto não insultar um talzinho ai de uma televisão que chama de cidadão somente quem tem carro. É meu irmão. Uma centena de famílias atiradas na rua, sob o céu de bombas, gás de pimenta e tiros com bala de borracha, arrebentando ali, é!!!!! ali perto do pé de uma mãe com um filho no colo, perto dos olhos de uma criança inconscientemente perplexa com aquele cenário todo e com o sentir uma cegueira ardente como fogo. E o senhor âncora, o que disse o senhor âncora: "Olha o trânsito de São Paulo que absurdo". Ou seja, para o "senhor" âncora só é cidadão quem tem carro e a repressão policial é legitima, pois impede o "direito de ir e vir" (pois é, a liberdade virou slogan) dos mesmos. Detalhe imprescindível é notar que assim como um Armani veste um dado senhor que se considera a mais pura nata do mais branco leite da mais genuína teta da mais original vaca suíça que se tem história, para que este se destaque distintamente do resto da sociedade. Em outras palavras, ele demarca a sua posição social também pelo que veste. Aqui em São Paulo, dado que a nossa sociedade não produz muito ricaços, e as outras produzem mais porque dentro do sistema somos nós os explorados e duplamente infelizes (com excessão da classe média que leva tapa na cara e abre um sorriso de satisfação) dado que o chicote não passa somente pelas mãos da burguesia nacional, como também pela estrangeira, o comum é o cidadão mediano, classe média e/ou pensamento mediano. Com o automotor eles demarcam a sua posição na sociedade. Segundo o âncora a de cidadãos.
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À margem do transporte automotor de indivíduos, ou passando num segundo no correr da paisagem pela janela, está uma outra sociedade, cuja realidade é outra bem diferente.
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Um último detalhe trágico: As montadoras gozam o vindouro ano de 2007, em causa dos 2 bilhões de carros vendidos este ano só em São Paulo. Deste jeito dá até pra respirar fundo, dado que nesta cidade de 17 milhões de habitantes, há um carro para cada três habitantes. Unf... dá até pra respirar.
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Sem mais
basta já este desbafo

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

LA LIBERTAD BOLIVIANA!

Imagem forte!!!
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Encontrei fuçando em alguns blogs na internet: "LA CHOLITA". Gostei de imediato. É escrito por uma garota boliviana e conta com colaboradores(as). Como tudo que chega de fora acerca da Bolivia e outros países que tem optado por uma outra via política é oferecido pela mídia "brasileira" como produto completamente deturpado, este blog é uma fonte de informação muito autêntica e escrito por quem está dentro da cena.
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Altamente recomendado!!!
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CARMESIN

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

PERDER A CABEÇA

Caminho errado!!! Perde o vício e começa a: sentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentirsentir
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Nada a acrescentar ao inverso desta grande amiga, porque o seu inverso fala por si. Decidi também não produzir imagem alguma pra não intervir na experiência da imaginação, do sentido. Ademais, estaria contrariando o que de mais belo este inverso exorta.
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É pelo fato de te darem uma cabeça
que agora já não sentes o dia
Não enxergas a neblina
E age como se tivesse cabeça...
Ah se não tivesse
Passaria dias até tentar
distinguir uma forma da outra
Passaria horas tentando
cheirar
E anos tentando
Escutar
Mas você tem uma cabeça
E seu corpo já quer
tirá-la
Pois não vê a hora
de ser corpo
de novo.
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Naiara Anhasco
01/11/2007

terça-feira, 13 de novembro de 2007

INSERÇÕES EM CIRCUITOS IDEOLÓGICOS

Cildo Meireles: Coca-Cola
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Cildo Meireles: Cédula
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Isso sim é guerrilha cultural do mais encorpado teor crítico. Quando vi quase tive um pileque de alegria, ainda mais depois de ter assistido Edukators do diretor alemão Hans Weingartner (que uma garota linda me emprestou), filme que me deixou completamente pilhado e motivado com a estratégia do boicote, da desqualificação e do deboche deste sistema de merda, ja que ganhar a luta por hora tá difícil e precisamos resistir.
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Enfim, o que existe de tão genial a ponto de ter me deixado boquiaberto ao observar a intervenção artística de Cildo Meireles, artista plástico brasileiro, nascido em 1948 no Rio de Janeiro? O conjunto acima exposto é parte do trabalho "Inserções em Circuitos Ideológicos" e a sensibilidade do artista está em ter observado que tais suportes materias são parte de um circuito de circulação. Esse circuito, por sua vez, fora articulado pelo poder e pelo mesmo é usado para se manter como tal. A genialidade de Cildo pode ser constatada, então, não somente em causa da sensibilidade por ter localizado para imediatamente agregar a consciência tal circuito, mas sobretudo em se valer do mesmo para atacar o poder que o articulou.
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Outra coisa genial é que não "coisificou" o suporte de sua intervenção na categoria de arte como tradicionalmente conhecemos. O que quero dizer é que com a sua intervenção, que não descontextualiza o objeto sobre o qual trabalhou, o deslocando e aprisionando, por exemplo, em uma galeria de arte, Cildo resegnifica o conceito de arte. Ao considerar a variável da circulação e orientando a sua intervenção artística montado neste princípio, o efeito é o contrario da observação do restrito público frequentador das galerias. Sendo assim, ao se valer de um suporte que por essencia é circulante, Cildo massifica a informação que pretende transmitir com a série "Inserções em Circuitos Ideológicos". Sensibilidade genial!
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Deu pra sacar o lance do: BOICOTE, da DESQUALIFICAÇÃO e do DEBOCHE! Sem dúvida genial além de claro subversivo, dado que a série "Inserções em Circuitos Ideológicos" iniciou-se em 1970, período em que o Brasil estava de joelhos sob o ditadura do regime que era militar e escancarada. Os tempos mudaram é verdade, a nossa ditadura já é outra também, logo ainda continuamos de joelhos. De qualquer forma, essa série de Cildo é inspiradora, embora toda a sua obra possa ser apreciada por tal consideração.
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Infelizmente, das duas imagens aqui postas, uma não é nítida o suficiente para que se perceba o que nela está escrito. Enfim, na obra "Coca-Cola" o artista recolheu garrafas do refrigerante e antes de devolvê-las para circulação imprimiu nas mesmas: "YANKEES GO HOME". E me diga o que acha da intervenção em uma cédula de dinheiro: "QUEM MATOU HERZOG". O que deve ter rolado de milico com a úlcera atacada não foi brincadeira.
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Com as palavras do autor: "As "Inserções em circuitos ideológicos" nasceram com dois projetos: o projeto "Coca-Cola" e o projeto "Cédula". O trabalho começou com um texto que fiz em abril de 1970 e parte exatamente disso: 1) existem na sociedade deter­minados mecanismos de circulação (circuitos): 2) esses circuitos veiculam evidentemente a ideologia do produtor, mas ao mesmo tempo são passíveis de receber inserções na sua circulação: 3) e isso ocorre sempre que as pessoas as deflagrem.
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As "Inserções em circuitos ideológicos" surgiram também da constatação de duas práticas mais ou menos usuais. As correntes de santos (aquelas cartas que você recebe, copia e envia para as pessoas) e as garrafas de náufragos jogadas ao mar. Essas práticas trazem implícita a noção do meio circulante, noção que se cristaliza mais nitidamente no caso do papel-moeda e, metaforicamente, nas embalagens de retorno (as garrafas de bebidas, por exemplo).
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Do meu ponto de vista, o importante no projeto foi a introdução do conceito de 'circuito', isolando-o e fixando-o. E esse conceito que determina a carga dialética do trabalho, uma vez que parasita ria todo e qualquer esforço contido na essência mesma do processo (media). Quer dizer, a embalagem veicula sempre uma ideologia. Então, a idéia inicial era a constatação de 'circuito' (natural), que existe e sobre o qual é possível fazer um trabalho real. Na verdade, o caráter da 'inserção' nesse circuito seria sempre o de contra-informação."
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Cildo Meireles em depoimento de CM registrado na pesquisa Ondas do corpo, de Antônio Manuel, publicado no Livro "Cildo Meireles" pela FUNARTE em 1981*
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texto: AEK

CONSCIÊNCIA VIVA

Arte: JEfferson!
Inspirado num livro de Howard Fast

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Quebrada Cultural



Uhuhuhuh...de + !!!

O espetáculo do Cordel na Av. Politécnica,transformou o meu domingão em pura energia ,transfiguração.
O dia estava ótimo, quente, mas não abafado, essa foi a quebrada cultural, realizada pelo Fórum de Cultura do Butantã em parceria com a prefeitura.
A Casa de Cultura do Butantã, fica na rua Junta Mizumoto,13 Jd. Peri-Peri. Para quem quer se envolver com a cultura e produzir cultura , passa lá ,se informe sobre as reuniões. Haverá uma reunião no dia 12 de nov.,segunda.
Esperamos mais realizações de eventos como esse.

Iniciou:
A prisão é sinistra, amarga e fria/ dum velório tem pouca diferença/ não conheço quem vá pedir licença/ pra entrar num portão duma cadeia/ só à noite, depois que a lua alteia/ aparecem sinais de claridade/ uma sombra distante ocupa a grade/ limitando a visão do indeciso/ u'a gota de pranto molha o riso/ quando o preso recebe a liberdade."

"Vou ,vou pregar na parede um pedaço de céu que você me mandou.Vou buscar outra constelação entre a noite que vaie o dia que vem."

Pulei ,cantei e gritei cada verso.

"Eu canto, aqui, eu olho daqui, eu ando. Aqui, eu vivo. Canto, aqui, eu grito. Aqui, eu sonho. Aqui, eu morro.Morrooooo!!"

"Perto de você.Dentro da tua história.Eu carrego as paisagens. E as miragens do além.Digo que quebro as telhas.Da nossa grande construção.Pra dormir na amplidão...
Eu sou um loucoo de deus.Eu sou um servo dos loucos de deus.No fundo dos olhos.Na alma do corpo.No fogo.Fogo"

Em volta eu olhava,olhava a procura.

"Vai nascer outro homem. Ouviram!!!Vai nascer outro homem.Outro homem.O seu nome é Stanley.Mais um filho da pedra dos gaviões."

No fim do show quase totalmente satisfeita,e passando a febre frenética dos batuques, me encontrei e a felicidade foi completa,nos aventurando em uma caminhada exaustiva. Muito bom!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

RECLAMA, DECLAMA, AMA


Carlos. Acorda todo dia as 5 da manhã com um insuportável mal humor inclusive aos sábados e domingos em causa do teu corpo treinado a acordar cedo para trabalhar em demasia e chegar tarde em casa já quase no outro dia. Todo dia é a mesma merda. Mas Carlos sorve mais ar aos pulmões, abaixa a cabeça e segue assim humilhado. Decidiu mais um dia deixar pra amanhã acabar com a sua insatisfação. A vida é assim. Se deus quiser um dia melhora. Escolheu conviver!
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Edna. Acorda todo dia as 5 da manhã, mas só chega no trabalho depois de lutar contra o cotovelo de bem educados passageiros e contra a mão inquieta de filhos da puta que gostam de roçar o corpo da moça. Todo dia é a mesma merda. Mas Edna sorve mais ar aos pulmões, abaixa a cabeça e segue assim humilhada. Decidiu mais um dia deixar pra amanhã acabar com a sua insatisfação. A vida é assim. Se deus quiser um dia melhora. Escolheu conviver!
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Laura. Acorda as 5 da manhã. Após a guerra no ônibus, experiência a qual, passou sem ousar um "A" pra se defender chega as 8 no trampo depois de cruzar a cidade parada num insuportável trânsito da porta de casa até as grades do bico que faz. Chegou atrasada 10 minutos. O patrão a chamou de "Vaca, fila da puta", apertou-lhe os braços e disse que "da próxima vez coloca na rua que a fila lá fora tá cheia de gente quereno emprego". Chegou em casa atrasada e teve de dar satisfação a outro patrão, este sacramentado pelas trombetas sagradas (?) a dividir o mesmo teto com um cachaça até que a morte, da Ana, os separe. Levou um sacode e um tapa na cara em causa da agravante do apertão que lhe deixara marcas e que no texto do cachaceiro que hospeda e por vezes chama de marido chegou atrasada porque tava de putaria na rua. Deixou-se espancar em silêncio. Todo dia é a mesma merda. Mas Laura sorve mais ar aos pulmões, abaixa a cabeça e segue assim humilhada. Decidiu mais um dia deixar pra amanhã acabar com a sua insatisfação. A vida é assim. Se deus quiser um dia melhora. Escolheu conviver!
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Ana. Acorda as 5, vai de ônibus já tomou no cú segunda orientação de seu patrão. Trabalha numa barraca alugada no Centro da Cidade. Levanta uns troco pro grude e pro leite das criança. Tá que não aguenta a jornada, mas se segura ora correndo pruma esquina, ora pr'outra e neste vai e vem de cão que corre atrás de gato, de policia que usa capacete pra enganar a falta de cérebro, segundo interesse dos chefes do Estado: maldita classe patronal, que não paga imposto e alega o prejuízo causado pelo comércio informal, deu, Ana, azar. Os cabeça branca lhe roubaram a mercadoria pra alegria das crias que vão se entreter até a próxima apreensão com os últimos inventos tecnológicos da civilização chinesa. Levou um esporro do cretino do patrão. Seu pensamento colocou um "vá se fodê", mas morreu assim mesmo: pensamento. Todo dia é a mesma merda. Mas Ana sorve mais ar aos pulmões, abaixa a cabeça e segue assim: humilhada. Decidiu mais um dia deixar pra amanhã acabar com a sua insatisfação. A vida é assim. Se deus quiser um dia melhora. Escolheu conviver!
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João. Acordou as 5, tomou um pileque antes de entrar em contato com as massas no coletivo, viu um outro ali se esfregando numa garota duns 14, chegou atrasado no caralho do trabalho. Pensou que a escravidão ainda não tinha acabado. Não suspeitou dizer e inda ficou com sentimento de culpa pro caso de alguém ter ouvido o seu pensamento. Olhou pro lados e notou que estava todo mundo mais preocupado em se manter de pé e menos suado no roça roça dentro do ônibus que balança dum lado a outro té quase cair nego pela janela. Chegou atrasado. Mandaram-lhe tomar no cú, acatou, prestou reverências e saiu só no pensamento. Na saída da lida escrava coagiram: fizeram lhe lembrar da fome e da massa desempregada à porta da firma. Pensou um "Vá tomar no cú" mas saiu feito monge. Era dia de receber o salário. Travou 15 vezes na porta e já com o pinto de fora conseguiu entrar........ ENTRAR direto para o camburão por atentado ao pudor. Não recebeu a mixaria e ademais da sobra restaria menos ainda em causa da fiança que descobriu não seria paga, pois sua mulher deu conta no banco que o salário não tinha sido depositado e que a saudosa instituição o deixou deficitário em causa de uma dessas cobranças de nome complicado e que esporadicamente dão a aparecer num e noutro extrato. Amargaria essa noite no xadrez sobre as solas dos pés, porque no chão já abarrotado não cabia ninguém deitado. Todo dia é a mesma merda. Mas João sorve mais ar aos pulmões, abaixa a cabeça e segue assim: humilhado. Decidiu mais um dia deixar pra amanhã acabar com a sua insatisfação. A vida é assim. Se deus quiser um dia melhora. Escolheu conviver!
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Carlos, Edna, Laura, João já estam há 5 séculos na prisão.
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Alek

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

CANSEI DO CANSEI

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Taí um blog louquissíssimo sobre este pseudo-movimentinho golpista de direita.
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Um blog cheio de ironias que vai garantir ao mesmo tempo o sorriso, tal como, vai deixar uma imensa pulga atrás da orelha.
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CANSEI DO "CANSEI" II
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alek

terça-feira, 2 de outubro de 2007

VAI RUIR!

céu em pedaços: AEK
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Empilhados um sobre o outro geométricos cubos retangulares de concreto, caracterizam a paisagem da metrópole.
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A mesma violencia com a qual a pá de monstros metálicos revolve a crostra terrestre fuçando a matéria prima para sua obra, faz que uma erupção empilhada por monstros metálicos operados por homens assassine a referência identirária a todo momento. A sociedade da "modernidade" do cimento Votorantim, das construtoras e da especulação imobiliária apaga a memória com os recursos institucionais do Estado que é dona.
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É uma máquina que produz em série amnésia em massa. Quarteirões desabam. Mananciais são soterrados. Florestas inteiras são arrasadas. Um "homem" contemporâneo, mais que isso, sua cultura quer tocar um paraíso inventado, pela crença criativa do gênio humano, e destronar nas alturas e à altura o Deus que também inventou. E enquanto eu vou falando outro andar fora erguido.
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Como faraônica construção da modernidade a cidade segue o traço da sua verticalidade amparada em cortiços, favelas, esgoto, lixo, miséria. Essa mentira edifício mal sustentada pelas colunas de seus operários regime algum mantém a ordem.
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A força, o espancamento, a perseguição, o policiamento, o higienismo são as diversas linhas de um mesmo fio: a estratégia de contensão do poder. Essa paulada cotidiana gera essa amnésia consentida e o enfrentamento na contrapartida não surge sequer como possibilidade. Sem referência segue o homem sem a memória da ancestralidade da sua miséria. É como se não houvesse herança e assim o miserável é prisioneiro do presente. Não reconhece a miséria epidemica que adoecera seus pais e avós, porque sem a sua memória não existe problema.
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Sem a tradição desta memória perturbadora, preso ao presente, o miserável é domesticado, civilizado, apaziguado segundo o interesse do poder.
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Empilhados um sobre o outro geométricos cubos de concreto. As digitais dos seus operários nas paredes ainda nuas podem ser encontradas. Este grotesco, bizarro, manipulado quase como cerâmica, são os monumentos de nosso tempo e precisa ruir na precisão do martelo dos mesmos que recrutados pelos empreiteiros do capital o ergueram, realizando a idéia que nasce da negação vai ao julgamento de que tudo isto é desnecessário e se realiza na demolição de quarteirões edificados, na demolição dessa realização individual e concreta do poder.
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O edifício do discurso tem que ruir antes que um amado rosto conhecido desapareça.
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O sorriso não precisa da cidade.
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A troça: um primeiro passo.
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O segundo é achar o nosso sujeito que já sabemos está à margem da história.
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Alek

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

ITAQUAQUECETUBA

Gosto daqui. Ao contrario de muitos que sonham em morar ao lado do metrô e trabalhar em um escritório centro. De manhã é nó treta, us busão da empresa local demora à passar, e quando chega, chega lotado, então ele sai em rumo à estação de trem, na volta é o inverso. Na volta do trampo se dá pra vê us butécos cheios de pessoas de várias idade e gênero. Apesar do desemprego e da violência cotidiana, ainda existe diversão por aqui, no campinho de terra lá perto de casa, ou no céu cheio de pitas, em jogo de baralho ou dominó na rua e umas idéias de esquina trocada. A noite é só risca faca para todo lado, ai se já sabe... o forró come solto, é legal vê os tiozinhos, tiazinhas e os muléques (a) juntos dançando, se não fosse tanto álcool consumido em excesso, até seria melhor. Sempre é assim abriu um barulho de qualquer tipo de música, e ai alguns finais de semana depois ai vêm o baque... um mano morto de tiro ou facada por uma confusão besta, mas com umas na cabeça todos querem ser rambos. O centro da cidade aqui, até tem sua beleza, pois a praça fica cheia as vezes, tem uns ambulantes que estão sempre lá no mesmo local com sua propina em dia dá até pra dar um trampo. Em época eleitoral, Itaqua parece carnaval fora de época, é festa para todo o lado, nesta época me dá vontade de se trancar dentro de casa e só sair depois na segunda feira direto para o trampo. Levantei hoje pensando sobre nós, sobre tudo o que passamos e estamos passando neste lugar. Depois fui tomar um café que minha avó preparou. Conversei sobre o que e estava pensando, então dei um beijo nela e sai. Quando cheguei no ponto de ônibus tinha duas pessoas que não paravam de falar. O ônibus partiu rumo a estação de Itaqua(quecetuba) e, eles não paravam de falar, o ônibus em um determinado momento encheu ( fico lotado). As duas pessoas começaram a discutir sobre o comportamento das pessoas que moram em periferias, e não dava para não saber sobre o que elas estavam falando, pois estavam falando em um tom de voz extremamente pesado. Um deles, era um rapaz de pele escura com uma pasta na mão, e a outra pessoa era um moça da mesma origem. Ela afirmou quase gritando que estava cansada de viver no bairro onde mora e disse: “As pessoas que moram em periferia não tem educação e são extremamente ignorantes como amimais.” O rapaz concordou com ela, e disse: “Acho que é por que nós estamos acostumados a lidar com pessoas bem educadas lá onde trabalhamos.” Esse comentário foi por que o ônibus estava lotado e quase todo que ia descendo esbarrava na moça. Eu estava lendo um livro e não consegui mais continuar a minha leitura, então parei e comecei a observar a situação. A moça estava segurando um livro que nem se quer abriu, ou comentou para seu amigo sobre o que estava lendo. O rapaz estava como a maioria fala estava bem vestido (de termo), cabelo cheio de gel e sapato no pé. A conversa dos dois continuou até a estação de trem. Descemos quase todos na estação, antes de chegar o trem já dentro dá estação, eu estava sentado no banquinho da estação quando uma menina sentou ao meu lado, ela comentava para suas amigas que achava estranho, pois dificilmente encontrava com uma pessoa bonita dentro do trem. Logo após todas deram gargalhadas. Fui até a parada final (Brás) pensando sobre o que significava aquele pensamento para elas. Mas se quer tive vontade de levar algum tipo de pergunta à elas. À noite de volta para casa, vim pensando no trem como temos vergonhas de nós mesmos, porquanto tempo vamos continuar a soltar gargalhadas de nós mesmos. Ë só um de nós usar roupas novas, que todos ficam olhando não para pessoas em si, mas próprias roupas, tem cara que não pode ter uma moto ou um caro, que logo se exibe como ser superior aos demais da mesma quebrada. As novelas e as ultimas rodadas de futebol como em qualquer outra quebrada é o pico dos assuntos. Isso é um violência fatal para nós. Os produtores e artistas não querem nem saber das conseqüências que a novela vai acarretar as pessoas, enfiam qualquer merda de novidade para aumentar a audiência e já era, para eles isso é tudo e já era que se foda-se o resto. Mas se quer, querem saber o que suas atuações em seus programas infantis e novelas educam todos por aqui, nos deixam como se fossem cegos pela beleza de suas imagens e estórias fictícias, que por aqui, se tornam realidades, pois as novelas tem um fim, mas o que elas deixam pra traz é drástico, pois as influências que ficam é foda. A muito tem estou esperando o dia que as coisas comecem a mudar por aqui. Enquanto este dia não chega, continuo gostando ou melhor: vivo neste lugar cheio de indiferenças, preconceitos, desigualdade, desempregados e muito barro, mas sei que só esperar é muito difícil.
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(Leandro Cruz - Vugo Caboco)

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

MARTELO


Segue do Avesso
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O que quero da minha poesia
é que seja inverso
tal qual martelo
de prontidão pra arrasar
qualquer castelo

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que se ocupe do absurdo
e renegue a digestão
de juizos prontos.

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que seja inverso
porque do verso
farei ruína
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Alek Sander de Carvalho
inverso de 2006

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

OS FUZIS

Arte de Jefferson inspirado na ilustração de Ziraldo para o cartaz do Filme "Os Fuzis" de Ruy Guerra

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

PERSEGUIÇÃO DE POPULARES NA LUZ

"Queridos
Não posso deixar de expressar minha total repulsa e indignação com a postura de nossa Prefeitura, que mais uma vez abre mão de seu papel de gestora da coisa pública para deleite da chamada "inicitiva privada", que de privada só tem o nome pois todos sabemos de onde vem os incentivos e isenções fiscais para elas...
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Além disso, o processo de "higienização" na forma de expulsão dos pobres das regiões centrais nos faz lembrar os piores momentos da história mundial. Mais uma vez estamos nas mãos das grandes corporações e da canalha que responde pelo nome de prefeito e vereador.
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Só posso lamentar tamanha desmobilização a anuência da maioria.
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Evoé
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M.P."
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Texto de Guilherme Wisnik que saira no caderno Ilustrada de um jornaleco mídia grande aí e que provavelmente não se lerá em outro lugar por conta do encarceramento da informação.
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abre aspas
"Para o mês que vem, a prefeitura anuncia o início de uma das maiores operações imobiliárias da história de São Paulo: a desapropriação e demolição de uma grande área no bairro da Luz, estigmatizada pelo apelido de cracolândia.
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Com aproximadamente dez quarteirões, o conjunto será licitado como se fosse um lote único, sendo já disputado por dois grandes grupos: a construtora Odebrecht e um pool de empresas liderado pela incorporadora Company S. A.
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Entregando o bairro inteiramente para o mercado imobiliário, a prefeitura abdica de qualquer regulação arbitrada de sua transformação, rifando a idéia de uma política social e urbanística de interesse coletivo.Em outras palavras, terceiriza a expulsão dos moradores dos inúmeros cortiços e ocupações de sem-teto da região, evitando o desgaste decorrente desses enfrentamentos. E, de quebra, promete "superar" um dos maiores entraves ao sucesso da operação: as diretrizes do Plano Diretor que fixam Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) na região. Concessão social que, evidentemente, não figura nos planos dos inves tidores.
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Como fica claro, a ação é de uma desfaçatez escancarada, coroando a política de "revitalização" da área que vem sendo posta em prática pelo poder público desde a década de 90. Mas apagando, contudo, toda a ilusão "civilizatória" que esta parecia conter. Sim, pois quando a Sala São Paulo foi inaugurada, ao som da "Ressurreição", de Mahler, o orgulhoso secretário da Cultura Marcos Mendonça anunciava os novos investimentos culturais na região como âncoras de uma retomada do centro por elites e classes médias ilustradas. Enclave em meio a um entorno degradado, a sala firmava um modelo que deveria servir de atração para novos investimentos, resgatando a feição outrora "glamourosa" dos Campos Elíseos. No entanto, a atual entrega do bairro como um pacote fechado para a iniciativa privada revela uma nítida desistência daquela transformação lenta e orquestrada, ao mesmo tempo que confirma os pressupostos econômicos daquelas "parcerias público-privadas".
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Perde-se, com isso, a chance histórica de realizar uma discussão pública efetiva sobre a distribuição espacial da riqueza em São Paulo, levando em conta a vocação eminentemente popular das áreas centrais, reforçada pela transformação da Luz em principal articulação de transporte da cidade, com a construção da linha quatro do metrô. Além disso, deixa-se um precedente sinistro para a transformação futura de bairros com configuração semelhante, como o Brás e a Barra Funda.
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A idéia de tratar uma vasta área como lote único, para efeito de projeto, não é má em si. Ao contrário, se conduzida por um plano embasado em políticas sociais consistentes, é o melhor modo de se evitar o particularismo das soluções fragmentadas, garantindo-lhe coesão de princípios. Infelizmente, no entanto, não parece ser este o caso. Trata-se, sim, de um pacote com embrulho de presente para construtoras e empreiteiras, com os melhores votos de lucro e prosperidade."
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Guilherme Wisnik é arquiteto, mestre em História Social pela USP e crítico de arquitetura da Folha de S. Paulo.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

pelo sangue carmesin

Pelo sangue carmesin
Gisele Nascimento
Composição: Charles Martins
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Hoje sou lavado pelo sangue de Jesus
À caminho da cruz cristo prosseguiu
Sendo humilhado, açoitado, castigado
Coroa de espinhos colocaram
E até a lança o transpassaram
Tudo isso éra plano de deus
Que com o sangue derramado fossemos lavados
Eu sou lavado pelo sangue de jesus (4x)
Todo sofrimento que Cristo passou
Foi vontade de deus pra que fossemos justificados
Temos o sangue purificador
Que na cruz do calvário ele derramou
Bem aventurado sei que hoje sou
Pois, o sangue me purificou
Hoje sou lavado pelo sangue carmesim
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Como este blog estava desaparecendo decidi arrumar uma estratégia para que isso não ocorresse. A estratégia funcionou, mas pesou na consciência, pois as pessoas estavam entrando e não encontrando a letra, parte da estratégia de sobrevivência. Isso é sacanagem. Quando percebi não achei justo e por isso estou postando. Deixo somente claro que o espaço não é evangélico.
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Carmesin

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

CHE CUBA


.............................................. arte: Jefferson
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Mais um rosto que emerge do fundo negro pra marcar a nossa memória.
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Che!!! Guerrilheiro. Passou da idéia a ação e fez existir na dimensão coletiva não pela ação individual, senão pela coletiva. Este rosto, na arte de nosso caro amigo Jefferson, traz as expressões de todos aqueles que construiram conjuntamente com Ernesto "Che" Guevara a Revolução Cubana. Ou melhor, não fora o povo quem construira a Revolução com Ernesto "Che" Guevara fora Che quem construíra com eles!
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Hoje corneteiam os poderosos: "Virou estampa de camiseta". Digo eu: "Que bom! Deste jeito nunca mais será esquecido". A sua imagem sugere a luta e como já foi dito não foi a luta de um líder, mas sim de uma massa! Foi a luta de um povo pela sua liberdade!
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Que nos sirva, então de inspiração!

FALTA SAÚDE MAS AGORA VAI!

Em São Paulo, novo Cartão SUS facilita marcação de consultas.
O documento deverá ser usado pelos usuários da rede municipal de saúde para marcar consultas e exames. Novo modelo foi lançado pelo prefeito nesta quinta-feira (23/08). São necessário apenas cinco minutos para conseguir o cartão, (informe retirada do site da prefeitura)
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Mais uma provocação, um deboche despropositado de um poder despropositado. A Prefeitura do município de São Paulo, gestão da má digestão, da indigestão, Gilberto Kassab (DEM/PSDB/PFL).

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TÃO NOS CHAMANDO DE IDIOTAS: "Novo Cartão SUS facilita marcação de consultas". Tá lá, no site da prefeitura de São Paulo: http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/noticias/index.php?p=18060este insulto a inteligência.O poder provoca e debocha, pois convenhamos desde quando a passagem de um cartão de papelão para um cartão de PVC vai facilitar a marcação de uma consulta que é feita por telefone, claro que na benção de uma sorte que nem o acordar cedo dá garantias, tampouco o não tão imediato "marcar da consulta" significa atendimento imediato. Segundo, a prefeitura "num horizonte de 90 dias" o paciente pode ser atendido. Bem, num horizonte de 90 dias a meu ver o paciente pode sim é MORRER! Segundo, informação da desinformante grande mídia, leia-se Estado de São Paulo: "O secretário adjunto da Secretaria da Saúde, Ailton de Lima Ribeiro, justificou o pouco investimento no hospital. Disse que a secretaria estipulou valor destinado a essas obras com uma folga, mais do que o necessário. Dessa forma, poderiam remanejar o dinheiro, caso sobrasse, para outras dotações".O que dizer desta cretinice!!!

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Ô FALTA DE SAÚDE !!!
No primeiro semestre, a Secretaria da Saúde aplicou apenas um terço dos R$ 2,9 bilhões orçados para 2007. A secretaria investiu, efetivamente, R$ 1 bilhão - 36,85% do total.
Alguns exemplos: "para a construção de AMA's (Assistência Médica Ambulatorial), UBS's e hospitais, por exemplo, estavam previstos investimentos de R$ 8,4 milhões, mas apenas 0,05% foi gasto. Dos recursos destinados a reforma e ampliação dos equipamentos de saúde, apenas 25% foram investidos. A Prefeitura havia prometido reformar até o fim de julho todas as 405 UBSs, mas sequer entrou com o processo de licitação das 157 unidades que teriam obras".

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Quer mais um: "O Hospital Municipal de M'Boi Mirim recebeu apenas 8,8% da verba inicial prevista para o término de sua construção". Segundo, o vice-presidente da Associação de Moradores do Parque Cerejeiras, Juracy de Andrade, já são 15 anos de luta para que o Hospital saia e até agora necas de pitibiribas para os 600 mil habitantes da região.

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Em contrapartida, camaradas, olha aqui pra mim e vê minha cara de satisfação: não dá pra ter orgulho dos recursos destinados para a publicidade? Olha que lindo!!! R$ 4,3 milhões foi o orçamento da publicidade votado para 2007. Restaram 5%. Perceberam que a verba orçada para publicidade é alguns bilhões superior a da saúde, 1,4 bi em dinheiro. Ou seja, melhor fazer marketing sobre o nada e criar fábulas fundadas em slogans do tipo "novo Cartão SUS facilita marcação de consultas" para deformar juízos a investir na capacitação de profissionais, construção de novas unidades, compra de equipamentos, reforma das Unidades Básicas de Saúde, e Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), etc, etc. e isso não se dá

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TROCANDO EM MIÚDOS

Essa impostura prática mediante a obrigação do Estado, o qual deve ser prestador de serviços, torna claro, que o investimento em Saúde não é uma prioridade da gestão DEM/PFL/PSDB Gilberto Kassab. Logo, se não é prioridade taca publicidade na massa adoecida e sem assistência.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

ATO EM DEFESA DA MORADIA - 28 de Agosto

Convocação para luta pelo fundamental DIREITO à moradia
por: uma inalcansável vida admirável
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"É ISSO AÍ UM BANDO DE PUTOS CANSADOS!!APROVEITO E FAÇO UM CONVITE POR UMA VERDADEIRA CAUSA:28 de agosto,às 9h: Ato em defesa da moradiaA União dos Movimentos de Moradia de São Paulo (UMMSP) organiza para a Jornada Estadual em Defesa da Moradia Digna. Organizações irão se concentrar em frente ao Palácio dos Bandeirantes. O ato é reivindicatório e exige, a retomada dos mutirões, a urbanização das favelas e o controle social das verbas do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) destinadas ao estado.Local: Palácio dos Bandeirantes (Av. Morumbi, 4.500 São Paulo-SP)".
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agradecimentos
pela contribuição!
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Recomendação para dilatar a consciência: http://dossie.centrovivo.org/Main/HomePage

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Cansei do "Cansei"

Vou instalar a polêmica, porque meu negócio é cerveja e bagunça!!!
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Então vou só fazer uma paia aí pr'este lance do empresáriado nacional que deve estar passando fome nas ruas, desamparado de teto, de terra, que sofre discriminação, que não tem dinheiro pra pagar a saúde e a educação mercadoria em um sistema privatizado onde a prestação de serviços públicos está as moscas pelas ideologias daqueles que estão no poder financiados pelo proprio capital privado e que tem amparo em uma sociedade cujos parametro culturais pregam o "EU" e o outro que se foda.
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Poxa, que dó do empresariado!!! Sem funcionários desprovidos de direitos trabalhistas eles não conseguem criar vagas de emprego. Tentam tentam mas ainda não conseguiram derrubar a CLT e pra piorar tão criando direito pra estagiários. Que dó. Assim não vai dar pra explorar mais mão de obra barata!!! "O Estado vai falir" se o "privado não lucrar". "Se o governo investir em educação e saúde será o caos. Vamos privatizar, PRIVATIZAR. É cada um por si. Precisamos de mais verba recolhida junto a sociedade não pra prestar serviço, mas pra que o BNDES tenha dinheiro para investir, na indústria e no agronegócio, porque o Brasil precisa CRESCER. Vamos inverstir no microempresário".
Cara isso tudo é discurso destes calhordas. Não dá pra comprar.
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Falando sério não existe movimento de rua sério neste país organizado pelo empresariado. O "Cansei" é pretensão de golpe de Estado, nada mais do que isso.´O "Cansei" é Marcha com Deus pela família. Nada além disso. É só ver quem organiza: FEBRABAN, FIESP entre outras entidades ou associações de empresários e a OAB que é essa coisa anomala.
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Álias sabia tu que presidente de movimento empresário é empresário: Senhor Zottolo é o nome dele. Presidente da multinacional Philips.
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O “Cansei” é golpista organizado pela elite econômica e política deste país que se valera da comoção ocasionada pelo acidente da TAM para se lançar e concretizar o seu discurso.
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Esses caras são organizados e tem consciencia de classe. Quanto a nossa é sofrega e está sempre sendo submetida a agressões, pois: estudante na rua quando reclama de aumento da passagem, a mídia dá o recado do poder: "É baderneiro"; Estudante quando ocupa a reitoria a mídia dá o recado do poder: "É invasor". Trabalhador quando faz greve a midia dá o recado do poder: "É irresponsável. Tem que mandar embora. Não quer trabalhar! VAGABUNDO!".
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Comprar este discurso não dá. Temos que ter consciencia de que a nossa consciencia não é a deles. Somos trabalhadores e devemos nos proteger. Eles estão organizados e tem todos os tentáculos abraçando o Executivo, o Legislativo e o Judiciário das instâncias nacionais, estaduais e municipais. E nós estamos sendo agredidos. Tão querendo derrubar a CLT. Tão querendo criminalizar o direito da greve, no mais claro intento de que trabalhador tem que se foder e não tem o direito de reclamar disso. E pior que aquilo que já é criminalizado na prática agora vai ser na legislação se não nos organizarmos contra este empresariado que se disfarça de bom moço contra um mal governo do qual eles mesmos são parte, mas perderam a direção direta de um país desgovernado já há um bocado de tempo.
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Uma última consideração serve a consciência: Aqueles que têm renda jamais vão distribuir a sua renda! Isto é um fato incontestável.
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Agora
Que o governo Lula tá uma merda, isso sem dúvida. Porque tá como anterior, embora não privatize.
Devemos fazer movimento contra ele?
SIM.
Golpista?
Não.
Impeachment?
Talvez, mas neste caso façamos impeachment sem hipocrisia em todas as instâncias de governo e eu tenho certeza que não sobraria pedra sobre pedra.
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Mas é claro que o status quo tá as merdas pra hedoniedade, porque os arautos que vociferam contra a corrupção são aqueles que estão enquadrados no sistema como corruptores, porque convenhamos, como a Philips pode reclamar da corrupção de algum governo se a mesma faz lobb (o famoso caixa dois que tanto recebeu FHC e seus aceclas) no Congresso e Câmara federais, tal como em assembléias estaduais ou câmaras municipais pra que sejam legisladas leis pela diminuição de imposto, pelo esmagamento dos direitos trabalhistas, pela precariedade das relações de trabalhos, etc etc. Eles são é muito hipócritas e escolhem quando convém ou não agir de forma lícita e fazer propaganda sobre isso.
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Ou dá pra acreditar que o Serra, envolvido com a máfia dos genéricos, tem autoridade pra falar do Barba-molusco??? Seria o mesmo que o ACM falar mal do diabo. Rsrsrsrsrs Que Satã o tenha!!!
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Por fim devemos protestar? SIM, mas nunca lado a lado com estes calhordas que quando movimentos de fato sérios vão as ruas são aqueles que de alguma forma dão a ordem pra nos reprimirem.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

CPMF- Não faça a sua parte!

Vamos as cartas.
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Em primeiro lugar, a CPMF, Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, já diz tudo sobre o seu significado. Foi no banco sacou dinheiro: toma CPMF. Passou cartão de débito no supermercado toma CPMF. Fez uma grande transação bancária (bem nós não nos enquadramos nesta categoria) toma CPMF. Este imposto fora criado para que se criasse um fundo de amparo a saúde. O seu fim, portanto, é justo, pois é uma cobrança que deveria ter, ESCUTEM DEVERIA ocasionar um benefício ao todo social, mas não é isso que acontece NÃO PORQUE O IMPOSTO É RUIM, MAS SIM PORQUE ESSA VERBA É DESVIADA PELA CORRUPÇÃO OU PARA O FINANCIAMENTO DO PRIVADO, TAL COMO ACHAM CONVENIENTE AQUELES QUE ESTÃO NO PODER. Não vi, por exemplo, a FIESP, ENTIDADE DE EMPRESÁRIOS, reclamar que o dinheiro que forma o fundo do BNDES é DESVIO DE VERBA PÚBLICA, PORQUE É UM FUNDO FORMADO DE IMPOSTOS RECOLHIDOS JUNTO A SOCIEDADE (se não estou enganado), portanto é um FUNDO PÚBLICO, e desviado para o financiamento do PRIVADO.
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Em segundo lugar, é a FIESP, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo que está encabeçando este movimento contra a votação da CPMF. Gente é FEDERAÇÃO DAS INDUSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, porque seis acham que eles estão encabeçando tal movimento. Não é por acaso. Eles não são ingênuos e pra piorar são organizados. É a FIESP uma das cabeças desta reedição da “Marcha por Deus e pela Família” que é golpista sim. Tá colocando na rua a classe média reacionária e as dondocas que carregam poodles vestidos com casaquinhos nos braços. São eles quem tão querendo derrubar os direitos trabalhistas no Senado. Porque então o interesse de derrubar a CPMF?
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Simples. Empresário nunca quis pagar muita coisa neste país. Pensam somente no lucro e no “HUMOR DO MERCADO”. Um Estado que promova o bem-estar social não é interessante e pouco importa pra quem anda de carro blindado ou vive em condomínios-fortalez as-medievais ou está andares acima de toda violência que estoura nas ruas em razão do sistema do qual esses “empresários”, chorosos porque pagão impostos, “coitadinhos”, vêem os seus lucros diminuídos e não podem, vê só que dó, investir na exploração de mais um “empregado” em tempo integral.
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É puro discurso, quando dizem que tal imposto deve ser abolido por não funcionar e como todo discurso ele é fundado parcialmente em uma verdade, porque senão não ocasionaria o efeito pretendido. Então, É INCONTESTÁVEL O FATO DA CPMF NÃO ESTAR SENDO DIRECIONADO PRA FIM A QUE DEVERIA, MAS ISSO NÃO SIGNIFICA QUE O MESMO DEVE SER ABOLIDO. Considerando a origem de tal discurso não devemos perder a perspectiva de que a FIESP é movida pela ideologia neoliberal. É O ESTADO MÍNIMO O QUE PRETENDEM. O Estado mínimo enquanto difusor de bem-estar social, mas máximo no financiamento do privado, abrindo linhas de crédito para empresários, bancários, agricultores, etc etc. Para ser um Estado máximo no financiamento do privado ele mantêm-nos como contribuintes. Disso poderíamos concluir que não pagamos impostos, mas sim tributos. Mais que isso extinguir um imposto não significa que o Estado criaria outro mecanismo de captação, pois o mesmo tem de manter um erário. E bem sabemos que sempre sobra pra “Sociedade” contribuinte, a qual, vai do mais pobre ao um pouquinho melhor de vida.
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O que acho então que devemos fazer é ou derrubar de vez o Estado e fundar um outro sistema, ou lutar para que este opere o bem-estar social que lhe é a única obrigação. E bem estar social não significa ter dinheiro para pagar um plano de saúde ou a parcela da mensalidade do colégio ou faculdade. SIGNIFICA QUE O ESTADO TEM A OBRIGAÇÃO DE OFERECER TUDO ISSO PARA TOTALIDADE DA SOCIEDADE PORQUE SOMOS CONTRIBUINTES, TODOS DO RAZOAVELMENTE ABASTADO (porque os poderosos não pagam nada. Seis sabiam que as transações da bolsa não sofrem incidencia de impostos) AO MAIS POBRE E É POR ISSO QUE DEVEMOS LUTAR. Agora não dá pra dizer que “Ah eu não quero pagar imposto, porque o governo não faz nada e eu não vou jogar dinheiro fora. É cada um por si e que se foda todo mundo. Eu tenho dinheiro e pago um bom plano de saúde e uma escola”. Não dá pra dizer isso. Isso não é sociedade. Isso é individualismo. Daí estoura uma bala na cabeça da classe média e ela finge não entender porque as paredes das favelas sangram. Por fim, DEVEMOS COBRAR DO ESTADO PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS! Cultura gratuita, acesso a conhecimento gratuito (ensino básico, fundamental, médio e superior), saúde gratuita, etc etc seis já sabem.
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Ufa depois de tudo isso vou tomar um chá de camomila pra ver se durmo. Não esqueçam que por mim eu fazia uma Revolução.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

À tona os povos "sem história"!


À tona os marginais fora da escrita da história, verdadeiros protagonistas do seu desenrolar, não dão nomes as ruas ou rodovias, não estão na concretude dos prédios ou monumentos e, assim, não são parte da memória, portanto, não existem.
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In-existência essa que não se dá por acaso. O "poder" não é ingênuo. Amputar o povo da história oficial escrita é amputá-la da memória coletiva. Das conversas de boteco, da rodas de amigos, dos diálogos familiares. Amputar o povo da história é a conveniência de lhe extrair a tradição da luta, tornar anônimo o passado, desconstruindo qualquer referência de luta. Essa operação é tão sútil que não se percebe. Parece natural e que nunca vivemos de outra forma. Está rígida: virou cultura.
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Mais que isso o "povo" fora de cena: REPRESENTA. Convive com o "boom atômico", com malfeitores patrões que o exploram. Eles enriquecem você enche as mãos de calos e o estômago de úlceras; Convive com a miséria das centenas de moradores de ruas, os quais, algum passeio que tem como caminho o centro da cidade, ou outros cantos da metrópole, esfrega todo dia em nossas caras de pau toda esta crônica inviável, mas só causa incômodo quando se tropeça num ou quando algum desses comete o "absurdo de interrompê-lo" em seu caminho apressado e marcado no tempo com destino a "imprescindível tarefa" de se chegar em casa; Convive com o furto dos "tributos" e não cobra do Estado a prestação de obrigatórios serviços sociais. Melhor deve ser pagar um plano de saúde ou as prestações de um curso particular, à ser um "rebelde", um "baderneiro", um "barbudo" como gostam de "discursar" os meios de comunicação em massa.
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Aqui no meu país o país não é meu. Nunca foi nem dos meus ancestrais. Multinacionais ou indústrias nacionais, senhores-coronéis-latifundiários-ruralistas, especuladores imobiliários são esses os seus donos e todos estão no poder, dando a ordem da próxima transação financeira, do próximo doce pra colocar um sorriso no "mal humorado" mercado, da próxima obra superfaturada.
Enquanto isso Zé, Antônia, Chico, bota mais água no feijão que hoje não tem convidado não, mas quem sabe ganha se mais uma semana com o fundo do prato sujo de feijão.
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Este blog pretende colocar o povo em cena. Restaurar o vigor da baderna. Não pretende somente perturbar o poder tocando a campainha do Palácio do Planalto/Bandeirantes e sair as pressas antes de ser pego pelas "reais excelências". Este blog pretende derrubar a ordem. Trazer o "povo" a cena do dia. Romper com o silêncio de um discurso que amordaça. Arruinar com o monumento da era contemporânea: INDIVÍDUO!!! TU TÁ COM OS DIAS CONTADOS!!!
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Enfim, com um tanto de desponderamento esperamos que este blog não seja um espaço personalista. Tampouco sem graça. Então tá todo mundo convocado pra fazer troça dessa calhorda que tá no poder.
Tá falado!!!
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.Sugestão para uma trilha sonora: O Samba do Crioulo Doido!