À tona os marginais fora da escrita da história, verdadeiros protagonistas do seu desenrolar, não dão nomes as ruas ou rodovias, não estão na concretude dos prédios ou monumentos e, assim, não são parte da memória, portanto, não existem.
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In-existência essa que não se dá por acaso. O "poder" não é ingênuo. Amputar o povo da história oficial escrita é amputá-la da memória coletiva. Das conversas de boteco, da rodas de amigos, dos diálogos familiares. Amputar o povo da história é a conveniência de lhe extrair a tradição da luta, tornar anônimo o passado, desconstruindo qualquer referência de luta. Essa operação é tão sútil que não se percebe. Parece natural e que nunca vivemos de outra forma. Está rígida: virou cultura.
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Mais que isso o "povo" fora de cena: REPRESENTA. Convive com o "boom atômico", com malfeitores patrões que o exploram. Eles enriquecem você enche as mãos de calos e o estômago de úlceras; Convive com a miséria das centenas de moradores de ruas, os quais, algum passeio que tem como caminho o centro da cidade, ou outros cantos da metrópole, esfrega todo dia em nossas caras de pau toda esta crônica inviável, mas só causa incômodo quando se tropeça num ou quando algum desses comete o "absurdo de interrompê-lo" em seu caminho apressado e marcado no tempo com destino a "imprescindível tarefa" de se chegar em casa; Convive com o furto dos "tributos" e não cobra do Estado a prestação de obrigatórios serviços sociais. Melhor deve ser pagar um plano de saúde ou as prestações de um curso particular, à ser um "rebelde", um "baderneiro", um "barbudo" como gostam de "discursar" os meios de comunicação em massa.
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Aqui no meu país o país não é meu. Nunca foi nem dos meus ancestrais. Multinacionais ou indústrias nacionais, senhores-coronéis-latifundiários-ruralistas, especuladores imobiliários são esses os seus donos e todos estão no poder, dando a ordem da próxima transação financeira, do próximo doce pra colocar um sorriso no "mal humorado" mercado, da próxima obra superfaturada.
Enquanto isso Zé, Antônia, Chico, bota mais água no feijão que hoje não tem convidado não, mas quem sabe ganha se mais uma semana com o fundo do prato sujo de feijão.
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Este blog pretende colocar o povo em cena. Restaurar o vigor da baderna. Não pretende somente perturbar o poder tocando a campainha do Palácio do Planalto/Bandeirantes e sair as pressas antes de ser pego pelas "reais excelências". Este blog pretende derrubar a ordem. Trazer o "povo" a cena do dia. Romper com o silêncio de um discurso que amordaça. Arruinar com o monumento da era contemporânea: INDIVÍDUO!!! TU TÁ COM OS DIAS CONTADOS!!!
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Enfim, com um tanto de desponderamento esperamos que este blog não seja um espaço personalista. Tampouco sem graça. Então tá todo mundo convocado pra fazer troça dessa calhorda que tá no poder.
Tá falado!!!
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.Sugestão para uma trilha sonora: O Samba do Crioulo Doido!
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