sábado, 19 de abril de 2008

VOZ PARA QUEM QUER SER OUVIDO

A exemplo da honorável camarada tornei me também um profissional da educação. Trocando em miúdos, entro para o sistema de educação do Estado de São Paulo e por lá resisto dentro de regras e situações humilhantes que deixam bem claro o seguinte recado: "Você não é bem-vindo. Cai fora!".
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Diariamente faço pouco da dignidade que com custo tento ostentar, pois acredito que este mínimo ainda tenho. Enganando-me ou não o fato é que dei o passo mediante o inevitável questionamento e ao qual tive de dar resposta para continuar o meu ofício de maneira adequada e justa para comigo e meu público: "E então cara é isso mesmo que tu quer?".
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Por hora esta questão não vou responder. Ao contrário, vou publicar a redação de uma aluna, mediante autorização da mesma, evidentemente. O rascunho que a mesma me forneceu serviu de base para a sua redação, a qual, por sua vez, era parte da avaliação operacionada pelo desgoverno do Estado de São Paulo. A cereja do ridículo sobre um bolo inteiramente ridículo. Fizeram vazar o gabarito pra garantir o bom desempenho dos alunos, ao que parece, após criarem verdadeiro pânico nos alunos treinando-os para feitura da mesma avaliação.
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Bom, dou aula porque ainda vale à pena, ou para ser mais exato pelas pessoas que escrevem coisas deste tipo:
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O que acontece nos dias de hoje
Nos dias de hoje, a educação em nosso país anda precária, isso não quer dizer que antigamente ela era boa e em relação a isso os jovens têm que se juntar para lutar por uma educação de qualidade, não para receber um jornalzinho que contém uma matéria já complexa onde eles não tiveram a devida preparação para realizá-las.
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Temos que ter o direito de falar e sermos ouvidos, e não ignorados como anda acontecendo. O que adianta nos mandar redigir uma redação com o tema “Educação um direito de todos: como o jovem pode participar de movimentos em prol de uma escola de qualidade?”, sendo que responderíamos “fazendo movimentos estudantis, e enviando representante à secretaria de ensino para pedir mais consideração conosco”, e se fizéssemos isso os governantes iriam nos ignorar, e continuar fazendo a mesma pose de trabalhadores que costumam fazer.
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E ainda mais, depois que passam as eleições, ficamos praticamente esquecidos, e só lembram de nós no ano em que precisam dos nossos votos, e onde de repente criam maneira de melhorar a educação, com coisas ridículas que não ajudam em nada, e ainda complicam nossa educação.
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Então façam coisas que ajudem a melhorar a educação no Brasil que com certeza participaremos de movimentos em prol de uma educação de qualidade.
(T. L. C.)

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