terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

DOWNLOAD DE LIVROS

DOWNLOAD DO LIVRO PLANTADOS NO CHÃO
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A CRÔNICA DE UMA TRAGÉDIA
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"Às onze horas do dia 20 de novembro de 2004, dezessete homens armados entraram na fazenda Nova Alegria, no município de Felisburgo, Minas Gerais. Queriam "acertar a contas" com as 130 famílias do Movimento de Trabalhadores Sem-Terra (MST), que estavam há mais de dois anos no acampamento batizado de Terra Prometida. Os sem-terra denunciavam que parte da terra havia sido grilada, e pela lei deveria ser desapropriada. Adriano Chafik – dono da propriedade – e seus homens caminharam até o centro da ocupação e abriram fogo. Mataram cinco sem-terra e feriram quinze. Três anos se passaram. As 13 horas do dia 21 de outubro de 2007, quarenta homens armados entraram na fazenda da multinacional Syngenta Seeds, próxima ao Parque Nacional do Iguaçu, em Santa Tereza do Oeste, Paraná. Queriam “acertar as contas” com os líderes das setenta famílias da Via Campesina que montaram ali um acampamento batizado de Terra Livre. Os camponeses denunciavam os experimentos da Syngenta com sementes transgênicas de soja e milho, que feriam uma lei que proíbe tal prática próxima a reservas florestais. Os homens, contratados de uma empresa de segurança privada, entraram na fazenda já atirando. Executaram um líder sem-terra e feriram outros cinco.
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O relato dos dois episódios assusta pela semelhança. Mas deveria chamar a atenção, também, pela diferença. São duas histórias distantes no espaço e no tempo, envolvendo atores diferentes e com motivações diferentes. No entanto, como numa novela bem ensaiada, o desenrolar dos acontecimentos é idêntico: as vítimas já haviam sido ameaçadas, as autoridades sabiam do perigo eminente, mas mesmo assim nada foi feito. O desfecho, também, provavelmente será o mesmo. Enquanto matavam mais um sem-terra no campo da Syngenta, Adriano Chafik, réu confesso do massacre de Felisburgo, continuava sem julgamento – e sem previsão para tal.
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O livro Plantados no Chão é um grito de indignação contra essa novela. Publicado em junho de 2007, é uma compilação de mais de 180 casos de militantes assassinados nos últimos 4 anos – durante do governo Lula – por causa da sua convicção. É uma tentativa de entender esses assassinatos, buscar estabelecer que padrão eles seguem, por que eles acontecem e perguntar como continuam a ocorrer em um governo que foi eleito com o apoio desses mesmos movimentos sociais. Não são respostas fáceis, e por isso não pretendemos esgotar o assunto, mas iniciar um debate muito necessário.
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Cada assassinato político não é a morte de um militante, é um pouco a morte da causa que ele defende. Os assassinatos políticos nos dias de hoje não servem para exterminar uma pessoa, mas para refrear a demanda de um grupo que é representado por essa pessoa. Ao permitir essa rotina de violência, nosso governo permite que a democracia brasileira continue sendo decidida a bala. Não é algo para se orgulhar. Desde o lançamento, sempre quisemos que o livro fosse disponibilizado na internet para download gratuito. Queríamos desde o começo que o seu conteúdo tivesse mais alcance do que a forma (e o preço) de um livro pode alcançar. Queremos levar esse debate para os mais diferentes cantos possíveis. Por isso, como autora (juntamente com toda a equipe da Conrad) pedimos: baixe o livro, copie, imprima, leia, releia, critique. Afinal, parafraseando a jornalista britância Jan Rocha, autora do prefácio do livro, o assassinato político não é a morte de uma só pessoa; é um golpe contra a esperança – e contra o futuro da nossa democracia.
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E o trabalho iniciado com Plantados no Chão não termina por aqui. Em breve estrearemos um blog neste site, onde manteremos os leitores atualizados não apenas em relação aos crimes relatados no livro, mas também abrindo espaço para novas denúncias.
Aproveite o livro e o site, e espalhe a idéia."
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Natalia Viana
Trabalhou durante 4 anos como repórter da revista Caros Amigos. Pelo seu trabalho recebeu menção honrosa no prêmio Vladimir Herzog e o prêmio Andifes de Jornalismo. Em 2007, publicou o livro Plantados no Chão a convite da editora Conrad. Atualmente mora em Londres, onde é correspondente do Bandnews TV.
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sábado, 9 de fevereiro de 2008

SÃO PAULO TEM 10 VEÍCULOS PARA CADA 18 HABITANTES

Olha que orgulho. Essa cidade que não é nossa, mas sim do poder imobiliário e dos mercadores da exploração da mão de obra, caminha para uma marca considerável. Tão botando mais fumaça no horizonte da cidade. Não respire fundo, pois, você, da cidade de São Paulo, já é fumante sem nunca ter dado um trago.
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A NOTÍCIA
O DETRAN divulgou que no ano de 2007 a frota de veículos na cidade de São Paulo aumentou 7%, o que significa que mais 400 mil novos carros entraram em circulação nas ruas da cidade. Com isso a frota da cidade chega a 6 milhões de automóveis e já é a 3º do país, ficando atrás apenas de Curitiba e Campinas, naquilo que condiz a proporção de carros por habitante. Vale lembrar que São Paulo tem aproximadamente 17,5 milhões de habitantes e, que, portanto, está muito à frente das duas cidades.
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Congratulações, é claro, para o despropósitado poder dos nossos honrosos representantes eleitos democraticamente pelo peido de exercício da escolha que é este negócio de voto e que às picas para o bem-estar social, engordam a renda das já trilhonárias montadoras multinacionais, as quais, por sua vez, marketeiam sonhos de aço para sujeitos, sem muita massa cinzenta, se exibirem pelas vias com o mais novo modelo de auto-motor a sua cidadania, quando negam-se a oferecer a sociedade aquilo que lhe é de direito. Depois saem às loucas por um âncora televisivo que reclame: "Olha, este povinho que desrespeita o direito de ir e vir!!! Fecharam outra marginal. Vejam os quilômetros de congestionamento!".
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Assim, ao invés de cobrarem uma prestação de serviço de qualidade das empresas que prestam o serviço de transporte nesta cidade e fazer parte do seu trabalho, legislam leis, para que, as mesmos joguem propagandas nas cabeças dos usuários. Nenhuma novidade isso, para quem vos escreve. Ademais, pra quem sabe ler nas entre-linhas, o poder municipal (Kassab e Serra + sua base parlamentar) não nos trata como cidadãos, senão como consumidores e como, ao que parece, a sociedade de forma predominante nem suspeita do que se trata este troço de cidadania, já deu conta de improvisar a liberdade de escolha tão bem margeada pelos slogans das campanhas publicitárias, habilmente sugeridas pelo BUSTV/METRÔTV/TV Cultura(?): "Quer ser cidadão?!?!? Compre um carro!!!". E os cães pastores, levam o gado de corte pra pastorear.
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Pra piorar a tarifa nesta cidade vai aumentar novamente, num movimento curioso e perspicaz. Notem que nos últimos 5 anos o empreedimento privado vem tomando sem nenhum freio o espaço público, pois olha que óbvio: é ele quem está no poder. Decidiram sair detrás das cortinas. Perderam o comedimento e até andam fazendo filmes como o "Tropa DA elite" e distribuindo gratuitamente a violência policial, a tortura, o autoritarismo como solução política. Enfim, falo dos inúmeros quiosques que se multiplicaram como baratas nos terminais de ônibus e estações de metrô. Será que alguém já se indagou: "O que eu estou ganhando com isso?!?!?", pois parece que proporcionalmente a multiplicação dos quiosques e campanhas publicitárias no ESPAÇO PÚBLICO, a tarifa vêm aumentando. Cabe outra pergunta não menos arguta: "Quem está ganhando com isso?!?!?!"


AEK 2008/01: Ao que parece o sujeito ai também não sabe quem está ganhando com isso!
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Enfim, não tenho outra perspectiva: O TRANSPORTE PRIVADO DE PÚBLICO, NA CIDADE DE SÃO PAULO, VÊM SE TRANSFORMANDO EM PRIVILÉGIO. Como tal, DEIXA DE SER DIREITO e cada vez menas pessoas terão acesso ao mesmo. Já com a tarifa de 2,30, uma pesquisa definiu que em tal valor, considerando-se a ida e a volta de um usuário, uma margem considerável e predominante da população veria completamente usurpada 1/3 do seu salário. Isso é tão absurdo como inaceitável. E quanto do teu salário vai corresponder? Já que parece que somente quando o próprio cú está em jogo é que as pessoas se mobilizam, embora ultimamente creio que nem isso esteja bastando, dado que, vejo um bocado de gente levando tapa na cara e ainda prestando reverência como forma de agradecimento.
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Poxa, as montadoras devem estar molhando as calças de tanto debochar. Aumento de tarifa. Direito de transporte virando privilégio. Frota de ônibus reduzida pelo des-governo Kassab. Aumento da tarifa de metro pelo desgovernador Serra. População ávida pela título de cidadania que acredita possibilitada pelo automotor, reflexo da ascensão social que acredita ter atingido. Recorde de unidades produzidas e vendas de automóveis em 2007.
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Enquanto, isso boa viagem meu caro Vai de bicicleta. Vai a pé. Atividades saudáveis, sem dúvida, mas seria bom que decorressem da nossa opção, ao invés da nossa falta de opção. Mas, hey, só toma cuidado na rua, pois já temos 1 CARRO PRA CADA 1,8 HABITANTE. Não esqueça que somos quase 18 milhões e que em breve estaremos chegando aos 10 milhões de automóveis, enquanto ainda estivermos exercitando as nossas vontades somente nos anos eleitorais ou mesmo nos preocupando com os comentários cretinos dos âncoras. E vai um conselho: não respira fundo, que tu pode morrer ainda mais cedo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

DESERTO VERDE

FONTE: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/especiais/especial.2007-08-24.9265285827/trabalhadores-ocupam-ferrovia-da-companhia-vale-do-rio-doce
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Esta matéria fora públicada originalmente no site "Radio Agência Notícias do Planalto", cujo link é http://www.radioagencianp.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=3814&Itemid=43font
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A Vale – antiga Companhia Vale do Rio Doce - anunciou que irá plantar 346 milhões de árvores nos países onde atua. Serão 300 mil hectares, área equivalente a duas a cidade de São Paulo, sendo 50% de eucalipto e 50% de florestas naturais. Só no Brasil, serão 345 milhões de árvores. O estado do Pará sofrerá o maior impacto, recebendo mais de 99% delas. O objetivo é plantar todas estas árvores até 2015.
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Mas o que motiva a mineradora Vale investir em árvores? Em entrevista à Radioagência NP, o economista e integrante da Rede Alerta contra o Deserto Verde, Hélder Gomes, aponta os créditos de carbono como a motivação de ganhos a curto prazo da Vale, mas também aponta outras possibilidades de lucro no futuro alem de abordar os impactos de tamanho investimento na monocultura do eucalipto.
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RNP: O que são estes créditos de carbonos?
HG: É um mercado novo, que surgiu a partir do Protocolo de Quioto, e que as empresas em um acordo internacional acabaram resolvendo que empresas poluidoras teriam que fazer algum tipo de compensação à emissão de carbono. E aí se criou este mercado de certificação, [ou seja] o reconhecimento de que alguns projetos, tanto na área de reflorestamento como de energia alternativa, receberiam um certificado que dá direito a crédito em recursos monetários. Isso virou um grande negócio, que tem uma alta rentabilidade para as empresas. Inclusive elas jogam muito bem com isso na hora de decidir aonde investir, porque aí pressiona os governos para receber benefícios fiscais e financiamento subsidiado, mas do ponto de vista ambiental é bastante questionável essa solução. [EU: Plantar eucaliptos não é nem nunca será um solução ambiental, pois a prática de reflorestar não é compreendida pelo plantio de árvores não nativas para fins comerciais. Não se trata de substituir a diversidade da cobertura vegetal original pela homogeneidade da monocultura industrial, nem serão mais nobres aqueles que plantam em áreas devastadas árvores para o mercado. REFLORESTAR É RECUPERAR, É SE APROXIMAR O MÁXIMO POSSÍVEL, COM O PLANTIO DE ÁRVORES NATIVAS DA REGIÃO DEVASTADA, MAS, MAIS DO QUE ISSO, É PROPORCIONAR A FAUNA QUE ESSA SE REESTABELEÇA, DADO O SEU PAPEL FUNDAMENTAL PARA O EQUILÍBRIO DE UM ECOSISTEMA. Logo, do ponto de vista ambiental, tal prática não pode ser considerada totalmente questionável, senão totalmente descartável. Esta espécie de árvore, não nativa do Brasil, quando plantada em larga escala, não só arruina os recursos hidricos da região, como arruina toda a diversidade da flora (dado que, a queda das suas folhas liberam toxinas que impedem o crescimento de outras árvores) e consequentemente a fauna dependente da diversidade cobertura vegetal original, além é claro de ser um tipo de cobertura vegetal altamente suscetível a incêndios. Assim, para concluir, o plantio de eucalipto leva ao colapso da flora e da fauna local. Além, é claro, de implicar em uma série de danos sociais, que são bem apontados no longo do texto]
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RNP: Como essas plantações podem prejudicar o meio ambiente?
HG: Produzir árvores para fazer carvão não tem muita validade, porque quando você queima o carvão, você emite gás. E produzir árvores, não com florestas nativas, nem permanentes, mas produzir árvores para o mercado, [não adianta pois] quando você cortar árvore com seis, sete anos, você acaba sugando muito recurso hídrico do solo. Então você tem um efeito ambiental muito perverso e que tentam dar uma conotação ecológica. [EU: é necessário salientar que o eucalipto não arrasa somente com as reservas hidrícas de uma região. A fauna é atingida diretamente por tal prática monocultora]

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RNP: Além dos créditos, existe outra razão para a Vale investir em eucaliptos?
HG: A Vale está entrando fortemente no negócio siderúrgico no Brasil. Associada ao capital estrangeiro [EU: Ela é o capital estrangeiro, pois, fora privatizada por FHC(PSDB)] , com participação acionária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com projeto no Nordeste, na Amazônia e inclusive no Espírito Santo, já estão projetando uma nova usina siderúrgica no sul. A Vale associada ao capital chinês. Então, ao mesmo tempo que fatura com créditos de carbono, ela já pensa em fontes de energia para sua própria produção. E o eucalipto tem destinação diversa. Além da celulose para papel, o eucalipto serve como carvão para siderurgia. Existe uma pesquisa mais avançada para converter, por meio de uma hidrólise, a celulose em etanol combustível. [EU: Nota sobre o BNDES: Banco cujo os fundos capitalizados são conformados pelo dinheiro público. Sendo assim, é um importante instrumento a serviço do poder econômico, que é político, pois, desvia dentro da lei que legislara milhões e mais milhões de dinheiro público para o financiamento do interesse privado com a concessão de créditos]

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RNP: Quais impactos este investimento pode trazer?
HG: As monoculturas no geral trazem, além do impacto ambiental muito grande – [pois] o insumo básico é a água, tanto para eucalipto, como para cana de açúcar e outros - traz um problema social muito grave também, na medida em que as monoculturas exigem uma apropriação do território e isso tem efeitos perversos sobre a questão fundiária. Então, ao invés de você promover uma redistribuição da propriedade da terra, você acaba concentrando ainda mais a terra em grandes latifúndios. O efeito é devastador. Aqui no Espírito Santo nós temos municípios que tem 70% do seu território já ocupados com essas monoculturas. Conceição da Barra, por exemplo, é 70% eucalipto e 20% cana. E a cana [está] em expansão agora com o etanol.

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RNP: O que vocês pretendem fazer?
HG: Nós vamos planejar as ações de 2008 da Rede Alerta Contra o Deserto Verde. Não só do Espírito Santo, mas da Rede Alerta nacional, envolvendo além do Espírito Santo, o estado da Bahia, Minas Gerais, Rio e Rio Grande do Sul. E há a possibilidade de já em março a gente ter atividades de mobilização e de ações concretas para se posicionar contra projeto.

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De São Paulo, da Radioagência NP, Vinicius Mansur.
24/01/08

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

VAMOS PLANTAR MAIS FLORES

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te digo amor
tá tão difícil
achar uma flor
em tanto horror

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como ser forte
perto da morte
e erguer o queixo
sem ser indiferente?

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todo dia cai
ordem de despejo
cai por dia cai
e rasga o peito
foi com custo de trabalho
que ergui o meu barraco
para trator botar no chão.

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todo dia cai
assim sem jeito
cai por dia um pai
e pinta o leito
com o sangue da garganta
viu correr a sua manta
sob os pés dos canibais.

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todo dia cai
assim do berço
pro riacho carregar
com um brinquedo
não me diga que é justo
que um sonho de criança
vá assim parar no mar.

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todo dia cai
desfalecida
o lamento de uma mãe
não acredita
como pode ser a vida
toda ela tão sofrida
enquanto pulam carnavais.
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te digo amor
é tão difícil
e pouco eu penso
senão desisto

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é teu carinho
que me faz forte
tem meus amigos

E em nada mais eu tenho fé.
Alek Sander de Carvalho 2008/02
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(...) vamos plantar mais flores,
seremos mais fortes.
Os carniceiros não somos nós,
não queremos nada de ninguém
e nem mais do que precisamos,
por isso andamos de cabeça erguida
para olhar bem nos olhos
dos abutres que nos cercam, sem medo.
Eles que destroem casas de famílias,
que exploram pais,
que alimentam o desespero de mães
que não têm como alimentar os seus filhos...
eles é que devem se envergonhar.
Sthé S. M. 2008/02
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As vezes num quarto escuro é preciso que alguém ascenda a luz, para que, possamos enxergar com nitidez os móveis com os quais trombamos ou sentimos no tato. Uma linda lembrança pode irradiar um dia todo. Não vou me obsecar com outra coisa que não seja a memória das pessoas que amo, que não seja a tua memória. Sim!!! Sim!!! VAMOS PLANTAR MAIS FLORES!!!

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