Como esta é a primeira vez que escrevo para o blog, quero começar dizendo que os artigos postados pelos amigos são ótimos, sucitando excelentes debates. Como diz a Chiquinha, do Chavez, "da discussão nasce a luz".
Recentemente recebi a missão de partilhar parte de minha vida com os alunos de uma escola pública, na condição de professor eventual - o estragador das aulas vagas. Este não é meu primeiro contato com alunos da rede pública, mas é a primeira vez que estou no território deles, e não eles no meu - o que, diga-se de passagem, faz toda a diferença. Vou postar aqui, de tempos em tempos, reflexões sobre esta edificante atividade que é ensinar. Aqui vai a primeira.
Muitos mitos rondam a escola pública. Idéias que são rapidamente divulgadas por muitos dos (anti) profissionais da área, e mais rapidamente ainda aceitos pelos universitários ansiosos a socializarem o conhecimento que não tiveram, pois pediram para o colega assinar a lista de chamada nas aulas. Vocês já ouviram alguém comentar algo como "na escola pública, todos são uns animais, vc tenta falar e ninguém presta atenção". Das dez aulas de eventual que dei na última semana, duas realmente não rolaram; três foram mais ou menos (bota menos nisso); e em cinco delas deu para trocar alguma idéia. Opa!!! Vocês se tocaram do que eu disse? De dez, CINCO aulas foram boas/ razoáveis, sendo que uma das melhores foi a última (OU SEJA, O EVENTUAL AQUI IMPEDIU A TURMA DE IR EMBORA, MAS A AULA FOI A MELHOR DA SEMANA). Outra idéia muito difundida é a de que "ninguém quer saber de nada, ninguém faz lição". Pois bem, em todas as salas, sempre encontrei algúém que fez aquilo que eu pedi como tarefa, alguns inclusive muito bons mesmo. Muito se diz que "hj em dia, ninguém, respeita professor". Bem, é bem verdade que fui alvejado por uma rajada de bolinhas papel, e que em outra sala um dos meninos me ignorou e saiu da sala sem dizer nada, enqto eu chamava a atenção dele. Mas em nenhum momento fui xingado, agredido e me surpreedi vendo que algumas vezes as minhas súplicas por silêncio e atenção eram atendidas.
MORAL DA HISTÓRIA: só criminaliza o aluno quem se acha mais do que ele. O professor não é o "intérprete das luzes" (no dizer de Maria Helena Capelato), mas um agente que trará uma contribuição para a sociedade. Se vc respeita o aluno, será respeitado por ele. Se o professor entra gritando, arrogante e histérico, se preparando para ensinar um conteúdo que nada tem a ver com a vida do aluno, encontrará resposta à altura. Ainda bem, pq esse tipo de professor tem que ser zoado mesmo, sem dó, pelos alunos. Sayonará.
Um comentário:
Salve camarada
Merece um comentário cuidadoso este seu post, que diga se de passagem tá monstro. Muito bom meu caro!!!
Abraços
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