Centro Cultural São Paulo, ou simplesmente Vergueiro para os mais íntimos. Este lugar tem algo de muito interessante. É um dos meus espaços prediletos na cidade e sem dúvida de mais um tanto de pessoas, jogadores de RPG, arquitetos da revolução, estudantes pilhados com o vestibular, moradores de rua, tocadores de violão, casais namoradeiros, poetas insanos. Enfim, é lá o lugar de todo tipo de gente. Um dos poucos de São Paulo que dá pra sentar e puxar uma conversa sem ter de pagar a entrada ou consumir algo. Alguns espetáculo seguem esta lógica. O gratuito que não é de graça. Em outras palavras, em alguns, mas só em alguns espetáculos não se paga duas vezes.
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Amo a sua arquitetura. Privilegia muito a entrada de luz natural e tenta uma espécie de síntese conjugando Natureza com aço e concreto. O resultado é uma sensação de acolhimento e os jardins contribuem muito para este efeito, que, por sua vez, não pode ser notada no seu entorno. Estão lá no meio do concreto nos locais mais improváveis, afinal ninguém espera encontrar um jardim após subir escadas ou mesmo na área de entrada para a biblioteca quebrando a luz de um vão entre duas alas.
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Mas já há um tempo vem sendo impossível ir ao CCSP sem que o incômodo anteceda o prazer que se tem pelo espaço. Antigamente tínhamos só o espaço do Graffite, como grande incômodo, espaço privado dentro do espaço público, denotando algo de muito errado. E o restaurante que denotava isso em pouco tempo viria a botar as asinhas pra fora e aos poucos fora extiguindo as mesas dos estudantes, que sem saída acabaram por se socorrer na armadilha de sentarem-se nas mesas do restaurante alienígena. Os caçadores se irritaram quando começaram a notar que os estudantes, ao invés de consumirem, estavam procurando as mesas para estender livros, estudar ou conversar, sabe, todas essas coisas que se deve fazer em um espaço público? Os argutos, então, colocaram a condição de que a permanência de estudantes ali só se justificaria se esses consumissem algo no restaurante. Absurdo.
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Mas isto, é claro, não é tudo. Ao show de horrores dá pra somar espetáculos de teatro dentro da biblioteca, no mais claro intuito de perturbar para se mostrar que algo está sendo feito. Espetáculo e nada além disso, artimanhas tão usuais no repertório de má-digestões políticas, como a do Serra (PSDB) ou Kassab(DEM;PFL) que enxergam cultura como negócio a ser gerenciado pela privado. Nas gestão destes gênios da raça, vale lembrar da reforma do piso do CCSP. Na mesma lógica das reformas das calçadas, destruiu-se o que encontrava se em perfeito estado. No caso do piso do CCSP, aquelas pastilhas durariam uns 2000 anos como os mosaicos romanos. Mas, não achavam o mesmo nossos mal-gestores. Arrebentaram com tudo e depois passaram uma mão de massa. Teve gente que adorou. Eu abominei a biblioteca fechada e a destruição/reforma de um piso que não precisava de tal obra.
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Enfim, como é de costume da elite política deste país, ouvir a massa é algo fora de cogitação. Não só fizeram o piso, como semanas depois alugaram o espaço para a realização e exploração do público pelo interesse privado. Realizaria-se ali uma feira de livro. A Biblioteca Pública incentivando a mercantilização da cultura. É de dar naúseas, não! Enfim, o saldo pós-feira foi que ao arrastarem-se móveis para servirem de suporte a mercantilização, arrebentaram com o piso.
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O resultado não seria outro senão a penalização do público novamente. Responsabilizou-se a empresa por péssima prestação de serviço, mas a partir daí nada se soube do que foi feito, senão que ficaríamos por mais uns longos meses sem a nossa biblioteca que o poder público-privado não acredita ser tão nossa. De uma forma ou de outra naquela altura ficava clara que não só a reforma fora ridícula, como fora mal feita e ainda era patético o aluguel do espaço público para exploração do interesse privado. Pior que isso, não dava pra ter horizontes otimistas. Depois disso caiu um balão no teto, foi o que disseram. Pegou fogo e os bombeiros tiveram de jogar água, que escorreu nos livros, nos discos, arquivos, filmes, entre outros. São meses para reformar o teto que tá do jeito que vocês estão vendo na foto. Que alegria.
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Maior ainda foi quando estufaram e bateram no peito: “Temos que mostrar serviço!”. Fizeram merda como já era de se esperar. Mudaram tudo de lugar, como se isso precisasse ser feito. A Biblioteca Braile ficou desativada por um longo tempo e deslocada de lugar deixou de ajudar os deficientes visuais com o elevador que estava ali somente para servi-los. Agora tem de usar seu tato para descerem escadas, pois ao que parece o elevador vai servir aos chefões, já que o administrativo instalou-se no local. Ahhh e a Gibiteca Henfil que depois de anos em frente a Biblioteca Braile também mudou de endereço.
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Realmente muito triste. Ir ao CCSP tem trazido encontros amargos. Estão mudando tudo sem necessidade alguma. Nessas situações a memória é desperta, pois algo está apagando muito rápido, como os quarteirões de alguns bairros jogados na arena para o deleite dos especuladores imobiliários. Hoje até os jardins correm risco com estes ridículos serviços de poda que assassinam, isso sim, árvores pela cidade, pois, estes terceirizados, recebem pela quantidade de serviço prestado, trocando em miúdos, de galho quebrado. E assim como vem reconstruindo a calçada de empresários depois de destruí-las, evidentemente, nosso mal-digestor do PFL/DEM quer deixar no CCSP a marca de “Kassab esteve aqui!”, para infelicidade de todos nós.
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Amo a sua arquitetura. Privilegia muito a entrada de luz natural e tenta uma espécie de síntese conjugando Natureza com aço e concreto. O resultado é uma sensação de acolhimento e os jardins contribuem muito para este efeito, que, por sua vez, não pode ser notada no seu entorno. Estão lá no meio do concreto nos locais mais improváveis, afinal ninguém espera encontrar um jardim após subir escadas ou mesmo na área de entrada para a biblioteca quebrando a luz de um vão entre duas alas.
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Mas já há um tempo vem sendo impossível ir ao CCSP sem que o incômodo anteceda o prazer que se tem pelo espaço. Antigamente tínhamos só o espaço do Graffite, como grande incômodo, espaço privado dentro do espaço público, denotando algo de muito errado. E o restaurante que denotava isso em pouco tempo viria a botar as asinhas pra fora e aos poucos fora extiguindo as mesas dos estudantes, que sem saída acabaram por se socorrer na armadilha de sentarem-se nas mesas do restaurante alienígena. Os caçadores se irritaram quando começaram a notar que os estudantes, ao invés de consumirem, estavam procurando as mesas para estender livros, estudar ou conversar, sabe, todas essas coisas que se deve fazer em um espaço público? Os argutos, então, colocaram a condição de que a permanência de estudantes ali só se justificaria se esses consumissem algo no restaurante. Absurdo.
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Mas isto, é claro, não é tudo. Ao show de horrores dá pra somar espetáculos de teatro dentro da biblioteca, no mais claro intuito de perturbar para se mostrar que algo está sendo feito. Espetáculo e nada além disso, artimanhas tão usuais no repertório de má-digestões políticas, como a do Serra (PSDB) ou Kassab(DEM;PFL) que enxergam cultura como negócio a ser gerenciado pela privado. Nas gestão destes gênios da raça, vale lembrar da reforma do piso do CCSP. Na mesma lógica das reformas das calçadas, destruiu-se o que encontrava se em perfeito estado. No caso do piso do CCSP, aquelas pastilhas durariam uns 2000 anos como os mosaicos romanos. Mas, não achavam o mesmo nossos mal-gestores. Arrebentaram com tudo e depois passaram uma mão de massa. Teve gente que adorou. Eu abominei a biblioteca fechada e a destruição/reforma de um piso que não precisava de tal obra.
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Enfim, como é de costume da elite política deste país, ouvir a massa é algo fora de cogitação. Não só fizeram o piso, como semanas depois alugaram o espaço para a realização e exploração do público pelo interesse privado. Realizaria-se ali uma feira de livro. A Biblioteca Pública incentivando a mercantilização da cultura. É de dar naúseas, não! Enfim, o saldo pós-feira foi que ao arrastarem-se móveis para servirem de suporte a mercantilização, arrebentaram com o piso.
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O resultado não seria outro senão a penalização do público novamente. Responsabilizou-se a empresa por péssima prestação de serviço, mas a partir daí nada se soube do que foi feito, senão que ficaríamos por mais uns longos meses sem a nossa biblioteca que o poder público-privado não acredita ser tão nossa. De uma forma ou de outra naquela altura ficava clara que não só a reforma fora ridícula, como fora mal feita e ainda era patético o aluguel do espaço público para exploração do interesse privado. Pior que isso, não dava pra ter horizontes otimistas. Depois disso caiu um balão no teto, foi o que disseram. Pegou fogo e os bombeiros tiveram de jogar água, que escorreu nos livros, nos discos, arquivos, filmes, entre outros. São meses para reformar o teto que tá do jeito que vocês estão vendo na foto. Que alegria.
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Maior ainda foi quando estufaram e bateram no peito: “Temos que mostrar serviço!”. Fizeram merda como já era de se esperar. Mudaram tudo de lugar, como se isso precisasse ser feito. A Biblioteca Braile ficou desativada por um longo tempo e deslocada de lugar deixou de ajudar os deficientes visuais com o elevador que estava ali somente para servi-los. Agora tem de usar seu tato para descerem escadas, pois ao que parece o elevador vai servir aos chefões, já que o administrativo instalou-se no local. Ahhh e a Gibiteca Henfil que depois de anos em frente a Biblioteca Braile também mudou de endereço.
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Realmente muito triste. Ir ao CCSP tem trazido encontros amargos. Estão mudando tudo sem necessidade alguma. Nessas situações a memória é desperta, pois algo está apagando muito rápido, como os quarteirões de alguns bairros jogados na arena para o deleite dos especuladores imobiliários. Hoje até os jardins correm risco com estes ridículos serviços de poda que assassinam, isso sim, árvores pela cidade, pois, estes terceirizados, recebem pela quantidade de serviço prestado, trocando em miúdos, de galho quebrado. E assim como vem reconstruindo a calçada de empresários depois de destruí-las, evidentemente, nosso mal-digestor do PFL/DEM quer deixar no CCSP a marca de “Kassab esteve aqui!”, para infelicidade de todos nós.
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