quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O dia em que Hamilton encarou o oficial!

Em 3 de maio de 2003 um homem disse não.

Havia uma ordem judicial. Ele, Hamilton dos Santos, 53 anos, tratorista, deixou o seu pé ceder. A máquina parou de rugir. As casas que eram alvo da dentada pá de metal ficam paralisadas sem o organismo biológico que a conduz.

Um tempo mais ganham os moradores do bairro da Palestina na periferia de Salvador. Palavra que dá nome ao lugar e não vem do tupi-guarani.

No entanto, em nome da lei o oficial de justiça o intimida. Mas o organismo biológico não é só casca. Pulsa em seu íntimo uma palavra que significa e é rara: consciência! A justiça que não é justa encontrou no pensamento de Hamilton a compreensão que a muitos faltam.

O tratorista disse novamente, sob coação e perigo de ser preso: "Não".

A autoridade que atribuímos a figuras despidas das mesmas, tão homens e mulheres como nós, mas que por estupidez escolhemos nos submeter consciente ou inconscientemente, dilui-se na ética e na moral do trabalhador intimado.

Hamilton dos Santos fora retirado da máquina em um estado de estresse emocional. Saiu ovacionado um herói pela população, tal como, escoltado pela polícia para o ambulatório local. Outro tratorista foi chamado para o despejo. O seu nome se perdeu, mas o mesmo disse: "Não!".

Foram homens que se despojaram das suas obrigações para um Estado que não se obriga a ser responsável com os mesmos.

Sobretudo, com imaginação compadeceram da dor do outro, mesmo não sendo eles os alvos da diligência.

Exerceram o seu arbítrio a favor de outrem ao invés de optarem conviver. Foram, sobretudo, humanos.

Ambos, os tratoristas, DESOBEDECERAM e os moradores do bairro da Palestina conseguiram estender o tempo do teto por sobre as cabeças das suas famílias até a próxima diligência judicial em prol de quem acumula propriedades e contra os despossuídos.


Esta história não é ficção. É real. Caso queira comprovar basta fazer uma pesquisa na internet.
Autoria: Alek Sander de Carvalho



O Dia Em Que Dorival Encarou a Guarda por tielsam
Direção: Jorge Furtado, José Pedro Goulart
Tipo: Ficção
Ano Produção: 1986
Origem: Brasil (RS)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Copa? Eu não quero.


Eu to torcendo pra dar tudo errado e não sair esta Copa!
Podem me chamar de rabuja eu não ligo!


Esta Copa do Mundo já é um fracasso. O Brasil tarda a abandonar a adolescência. Quer se exibir como um pavão para o mundo. Sindrome de vira lata encarnada. De quem quer se fazer existir para o outro. De quem quer ser reconhecido.
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Não há transe de terreiro ou descarrego que nos livre disto. Dale as favelas pacificadas no entorno do Maracanã. E no entorno das favelas? Há um Brasil inteiro! Danem-se os cariocas e os brasileiros? Não penso assim.
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Vejo uma país onde os direitos civis não foram plenamente constituídos. Vejo um Estado dirigido por uma elite cruel e preconceituosa que passa as férias na Disney e está as picas para a prestação do serviço justo para uma sociedade que do morador de rua ao mais abastado paga imposto. A vida para os mesmos passa pela janela de um carro, helicóptero ou jato.
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A nossa incoerência moral vem se aprofundando. É uma faca que aumenta a ferida e torna precária cada vez mais nossas condições de vida. Agora querem nos transformar em trabalhador chinês, para a economia ficar de bom humor.
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Não tardará a nos chicotearem para pagar uma Copa para os gringos verem. O prejuízo é todo nosso. O Brasil só ganhará dividas com ela. E como é comum sempre em tal situação, pagaremos nós, que não somos contribuintes, pois estes possuem direitos e nós não, pelas contas que aumentarão o volume do capital em Paraísos ficais.
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Já estão até tornando a fiscalização mais amena. Já vi deputado federal conclamando que os gastos não deveriam ser controlados neste momento, mas somente investigados depois, por uma CPI composta, advinhem, por companheiros deputados. O status quo não poderia ter imaginado sistema mais perfeito de autoritarismo que o nosso, que no caso, condena quem protesta e perpetua a escória no poder.
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Estamos mal.
Precisamos produzir cultura.
Senão morreremos engolidos pela globalização.

domingo, 5 de junho de 2011

Cobertura da mídia sobre um protesto legítimo

03 de junho de 2011, um sujeito que se gaba por ser representante da sociedade, sem tomar conta de que não foi eleito pela totalidade dos votantes, mas por uma maioria da massa, montado em toda arrogância e condição superior que acredita possuir e mantém com o uso da truculência policial, toma os microfones e o leva o a boca. Demonstra teatralmente, como todo aquele que se auto intitula, "representante" da sociedade, como que precisando a todo o momento, lembrá-la daquilo que realmente ele não é. Um desequilíbrio notório, na asperaza de seus gestos, e nas palavras rudes que usa. Quer mostrar a força e o apoio popular que não tem na situação.

Diz, o desgovernador ao referir-se aos bombeiros: "vândalos, irresponsáveis, que não irão de forma alguma prejudicar a imagem de uma instituição tão respeitada e querida pelo povo do Rio de Janeiro"

A pessoa em questão tem nome e embora não mereça ser tratado pelo mesmo, terei de usá-lo para tornar a crônica mais precisa: Sérgio Nazi Cabral, desgovernador do partido do latifúndio, no caso, o PMDB; que gastou 10 milhões de reais (valor declarado) para se eleger governador de um dos Estados mais ricos da Federação brasileira e "representar" a população do Rio do Janeiro em sua fala contra os bombeiros em protesto legítimo para aumentar um salário base de 950 reais.


Bem, certamente, por não participarem de decisões que influem em suas próprias vidas, os bombeiros, tal como, todos os eleitores desta democracia teatral e fajuta, não puderam fazer como o Cabral, que aumentou o seu salário em 2009: http://noticias.r7.com/cidades/noticias/deputados-votam-salario-de-sergio-cabral-20091215.html; Em 2010: http://www.paraibaurgente.com.br/detalhe_noticia.php?id=4248; e pra manter a média, certamente está esperando um clima para votar o aumento de 2011.


Alguns Anexos

O quadro acima mostra quanto o governador gastou para se reeleger governador. Um "vandalismo", o volume de dinheiro. Não fazem trabalho de base. Fazem, sim, propaganda. Não custa lembrar que o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) apresentou no dia 06 de junho de 2011, "na Assembleia Legislativa, um estudo do Supremo Tribunal Federal, segundo o qual, o governo estadual deixou de arrecadar, entre 2007 e 2010, R$ 50,3 bilhões por causa de isenções fiscais concedidas a cerca de 20 mil empresas". Hummm... faz sentido agora os 10 milhões para a campanha. Será que a população cario observou um aumento nos impostos para compensar aquilo que a elite econômica deixou de pagar?

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Será que ele realmente representa os cidadãos do Rio de Janeiro?
Ao que parece, não.

E os 27 mil cariocas que foram marchar em Copacabana, em prol da causa dos bombeiros, no dia 12 de junho também parecem não reconhecer nele um representante?
Éh. Se deu mal, Cabral.

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Aqui algumas considerações carinhosas dos bombeiros ao desgovernador

Dá pra entender agora porque ele vive repetindo que é representante dos cariocas. Certamente, afirma porque não o é.

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Algumas justificativas para consideração tão carinhosa dos bombeiros e de parte da população carioca ao seu desgovernadorzinho autoritário.

Na ação de invasão do BOPE ao quartel onde estavam mobilizados os Bombeiros, foram presos 439 pessoas de forma ilegal, pois no Rio de Janeiro os bombeiros não são considerados militares, portanto, tem o direito de fazer greve, diferentemente de outras categorias policiais.

Ainda sobre a operação, vale ser dito que foram encontradas balas de fuzis, provavelmente disparadas pelo BOPE e a Tropa de Choque.

Sendo deslocados para prisão, os 439 bombeiros detidos ilegalmente, lá foram mantidos por vários dias. Aqueles considerados os líderes do movimento pelo aumento salarial. foram isolados do restante do grupo de bombeiros detidos. (http://www.redetv.com/jornalismo/portaljornalismo/Noticia.aspx?118,4,251848,126,Deputados-visitam-bombeiros-presos-no-Rio)

Há o relato de vários bombeiros de que sofreram maltratos quando detidos, tal como, privação de alimento e acomodação no chão, dentre outras atrocidades. O link ao lado é um exemplo: (http://extra.globo.com/noticias/rio/bombeiro-detido-denuncia-maus-tratos-afirma-que-manifestantes-nao-estavam-armados-1954109.html).

Logo, Sérgio Nazi Cabral merece a caracterização que fizeram dele.


Algumas descargas mentais do facistinha acima:

“Tem tudo a ver com violência. Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa, Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginais”. SÉRGIO CABRAL, governador do Estado do Rio. Outrubro de 2007.

Um vídeo onde o mesmo chama os médicos de vagabundos: http://www.youtube.com/watch?v=1bgEDlGePnE.

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ABAIXO a corbertura da desinformante mídia para informar em acordo com os seus interesses. Quanto será que o governador do partido que não faz trabalho de base, pois aristocrático, logo distante da pop, tem nojo da mesma, logo, tanto melhor fazer propaganda na mídia. Opa: "Candidato à reeleição, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), publicou decreto que aumenta em R$ 35 milhões sua verba de publicidade, elevando para R$ 160 milhões a previsão de gastos do governo com esse objetivo no ano eleitoral" (http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/candidato+a+reeleicao+cabral+aumenta+publicidade/n1237636576376.html).

Tá explicado.






Notem que em todas as notícias são usados verbos que sugerem que o protesto: COMPLICA, PÁRA. Usam também INVADEM, como se fosse possível fazer isto em seu próprio local de trabalho. A Band, por sua vez, chama indiretamente os bombeiros de vagabundos que não foram trabalhar.

Após a passeata dos 27 mil até mudaram a nomenclatura que usam para definir o ato dos bombeiros e da população que os apoia.




Mas não é somente a mídia que muda o seu discurso mediante as 27 mil pessoas que ela enxerga como consumidores em potencial. Sérgio Nazi Cabral faz o mesmo, enxerga 27 mil eleitores, e imediatamente no dia seguinte a passeata, anuncia como um bom dramaturgo, sem expressões asperas e falas rudes. Ao contrário agora no papel do o bom moço e envia mensagem a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), modificando a destinação dos recursos do Fundo Especial do Corpo de Bombeiros (Funesbom), para que, 30% deles sejam utilizados para pagamento de gratificações aos bombeiros. As informações foram divulgadas pela assessoria do Governo ainda na noite do domingo (12 de junho de 2011). (http://tudonahora.uol.com.br/noticia/brasil/2011/06/13/144245/sergio-cabral-anuncia-gratificacao-para-bombeiros-do-rio)

sábado, 4 de junho de 2011

God on Trail - "Deus no banco dos réus"



Ficha Técnica:

Nome: Julgamento de Deus (God on Trial, UK, 2008)
Gênero: Guerra | Drama
Duração: 90 min.
Tipo: Longa-metragem / Colorido
Produtora(s): BBC Scotland
Diretor(es): Andy DeEmmony
Elenco:
Josef Altin ... Isaac
Ashley Artus ... Ricard
Dominic Cooper ... Moche
Lorcan Cranitch ... Blockaltester
David de Keyser ... Hugo
Stephen Dillane ... Schmidt
Rupert Graves ... Mordechai
François Guétary ... Jacques
Agnieszka Liggett ... Tour Guide
Louise Mardenborough ... Emily
Eddie Marsan ... Lieble
Iain McGregor ... German Guard
Joseph Muir ... Kapo
André Oumansky ... Jacob
Blake Ritson ... Idek
Jack Shepherd ... Kuhn
Antony Sher ... Akiba
Stellan Skarsgård ... Baumgarten
René Zagger ... Ezra

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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Alexandre Órion

Taí um cara que vale a pena acompanhar o trabalho. O primeiro imediato contato deu-se em um Centro Cultural, na exposição de Ossário, trabalho realizado em túnel da avenida Rebouças, em São Paulo, no qual Alexandre, fez um grafite no reverso, ou melho, com os dizeres do mesmo: "ARTE MENOS POLUIÇÃO".

Deste modo, a medida que Alexandre ia limpando o túnel, crânios iam surgindo da fuligem. Como rostos que surgem de um fundo preto, mas que no caso mortos, escavada a fuligem.

Clique na imagem para acessar o sítio do criador de artes.

Clique na imagem para entrar no sítio do criador de artes.

Tenho intolerancia a intolerantes!

Uma VERGONHA! 20 MIL PESSOAS PRECONCEITUOSAS LUTANDO CONTRA DO DIREITO HUMANO DE SER AQUILO QUE DESEJA! VÃO ASSISTIR NOVELA SEUS BOSTAS!

Estive pensando quanto tempo temos até uma bala atravessar. Matutei e fiz calo na testa. Rodei o café com a colher ao que o açúcar fez-se em espuma na superfície. Tempo estranho este o nosso. Só me pergunto quando não foram.
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20 mil em frente ao palácio do Planalto. Não reclamavam: "Prato na mesa dos famintos!". "Educação esta é a solução!". "Abaixo o preço do Busão!". "Fora Willian Wack, leve o Zeca Camargo com você". "Fora corja de bandidos!". Fosse isto, estariam todos com os olhos ardendo com gás de pimenta e lacrimogêneo.
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Não. Não gritavam nada disto, os "piqueteiros". Só falava o preconceito abominável de quem tira o traseiro da sua casa. De quem sacode a inércia pra medir o mundo e deixar tudo ajustado dentro dos próprio padrões morais. Nefastos degenerados, antes se ocupassem de novelas.
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Eu nunca torci para a polícia, mas nesta manifestação me perguntei com uma ponta de maldade: "Porque não desceram a borracha no rego destes safados!" até recobrar o bom senso e relembrar o papel da polícia em nossa sociedade.
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Dúvido que tenham sido os orientais os pioneiros no fundamentalismo. Na Idade Média em nome de fanatismos queimaram-se inocentes "bruxas", bondosos pagãos e cruzaram no corpo de infiéis, espadas em nome de Cristo. Pensaram primeiro. Depois agiram. Não há desacordo entre um e outro. São, pois, indissociáveis.
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De comum com o passado só a violência gerada por fanatismos. Na mídia ganha espaço os homens bombas de turbantes. Mas aqui temos os nossos. Tão perigosos quanto. Ganhando espaço pra falar e defender o direito de manifestar publicamente formar de preconceito em prol do irrefutável artigo 5º da Constituição, esquecendo que no capítulo há uma valorização da vida e da dignidade humana. A Televisão dá o microfone e faz o espetáculo, tal como o Diário de São Paulo publicando o resultado do jogo do bicho e só falando que faz isto porque o governo federal nada faz contra o jogo proibido.
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Donos de canais televisivos e senhores das almas de tantos fiéis em dia com o carnê da Igreja. Em qual lugar da Bíblia há passagem que diga que no caminho para o céu é necessário discriminar? Pior que há, em conta de um apostolo imbecil e fraco, chamado João. Mas os pastores e os bispos do Brasil eclipsados em pensamento pelo turbante do fanatismo, preferem o apóstolo moribundo ao apóstolo Marcos, aquele que diz que amar ao outro é um mandamento até maior que amar a deus.
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Bem, certo é que amar nunca foi moda para cristãos. Dividir tampouco. Por isto o pão quando se divide é mágica. Humanamente impossível, como pegar um e dividir em 2. Cristo é uma representação. Uma projeção daquilo que pretendem dele. O garoto propaganda da Igreja, embora ainda não tenha um mangá como o papa Bento XVI (http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/03/igreja-lanca-gibi-em-estilo-manga-sobre-papa-bento-xvi.html).
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De repente tudo virou propaganda. Debord já havia prenunciado. Outros tantos antes dele. Um absurdo. Tal como a defesa da manifestação de formas de pensamento que causam prejuízo a outros feitos pelo senhor Malafaia do enriquecimento ilicito e da graça de deus.
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Sinceramente dá vontade de fazer as malas. Mas não vou deixar o mundo pra esta corja de cafagestes.