quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

AMOR...

... no quebra-cabeças do rachado semi-árido chão da vida, a própria vida ali não se encontra. Faltam peças pra montar sua feição. Mas, por vezes despenca uma chuva neste sertão e inundada a terra com compactos veios arteriais, que darão rios de sustento às várzeas e ao mar, desaparecem as fissuras da vida partida.
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Ela se mostra nua, compacta, jovem, sem rugas. Linda feição que desperta o afeto. Estes são momentos sublimes que devolvem a passos largos a vida subtraída.
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Quanto mais vivo mais certo parece que o movimento da vida está na órbita da lua. Põe se cheia numa noite, noutra se esconde. Essa vida partida, embora dura, permite através da lágrima a contrapartida de reconhecer o doce sabor do riso.
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Mas que fique claro antes de encerrar que não trato aqui do circo que joga os malabares, equilibristas e palhaços desarmados dentro da jaula cadeada de um leão faminto. Tampouco aprecio uma cama de espinhos. Não é esta a lágrima da qual trato por hora, embora impossível destacá-la do ponto que trato. Enfim, falo do intimo, do pessoal, do t"eu", s"eu". Dessa nossa vida sazonal, tão única em seus momentos como cada onda que arrebenta na praia.
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O momento de um riso
é brecha aberta
no todo de uma lágrima
Alek 2008 01 01

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