domingo, 30 de março de 2008

COM OCUPAÇÕES PELO BRASIL, MOVIMENTO URBANO BUSCA REARTICULAÇÃO


fonte: organismo.art.br
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Com ocupações pelo Brasil, movimento urbano busca rearticulação
por
jpereira — Última modificação 01/04/2008 19:58
link: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/com-ocupacoes-pelo-brasil-movimento-urbano-busca-rearticulacao
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Manifesto unificado das mobilizações realizadas na sexta-feira (28) cobra política habitacional para famílias de baixa renda, transporte público gratuito e acesso à creche para todas as crianças de 0 a 6 anos
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1º/04/2008
Eduardo Sales
Da Redação;
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Movimentos populares urbanos de nove estados brasileiros promoveram atividades na sexta-feira (28), chamando a atenção do governo e da sociedade em geral para as condições de vida degradantes de milhões de pessoas das grandes cidades. Segundo estudo da Fundação João Pinheiro, o país possui um déficit habitacional de cerca de 7,9 milhões de moradias.
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O objetivo da jornada nacional de luta urbana foi reivindicar habitação digna, emprego, transporte público, educação pública de qualidade, creche para todas as crianças de 0 a 6 anos e tarifa social de energia elétrica, dentre outros direitos reivindicados no "Manifesto popular de 28 de março".
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Os movimentos populares reivindicam uma política habitacional popular baseada em subsídios com valores adequado à realidade das metrópoles. Criticam que a população com renda entre 0 e 3 salários mínimos segue excluída das políticas nacionais e estaduais, sem acesso aos financiamentos bancários e sem subsídios governamentais para conseguir moradia.
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Em paralelo, querem que a União desenvolva uma política nacional de desapropriações de terrenos e edifícios urbanos que não cumprem função social, destinando-os às demandas populares organizadas. Estima-se que essa é a situação de cerca de 5 milhões de residências no Brasil.
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Somadas à questão da moradia, mais três pautas centrais foram propostas pelo manifesto. Uma política nacional integrada de transporte urbano público gratuito. Creches financiadas pelo Estado sob o controle dos trabalhadores. E o controle restritivo das taxas cobradas por serviços públicos básicos como água e energia elétrica, garantindo a aplicação de Tarifas Sociais previstas na lei.
Ceará sem moradia.
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Uma das ações foi realizada em Fortaleza, onde 400 manifestantes organizados principalmente pelo Movimento dos Conselhos Populares (MCP) ocuparam a Secretaria de Assistência Social do município e protestaram em frente ao palácio do governo do Estado. As secretarias estaduais de Habitação e do Trabalho também foram ocupadas pelas organizações populares cearenses. Uma comissão com oito representantes foi recebida pelo governador Cid Gomes (PSB). “Queremos assistência técnica, crédito e apoio na comercialização”, destaca Sérgio Farias, membro do MCP.
No Estado, de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), de 2005, o déficit habitacional constava mais de 400 mil moradias, e, apenas na Região Metropolitana de Fortaleza superava as 160 mil unidades – o quarto maior do país. Em Fortaleza, existe cerca de 700 favelas para uma população de 2,5 milhões de pessoas.
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Os números são ainda mais graves. No Ceará, o conceito de favelas difere dos outros estados. No Rio de Janeiro, por exemplo, a Rocinha é considerada uma favela em todo o seu entorno, mesmo onde existe saneamento básico. Já no Ceará, não seria o mesmo, pois só é considerada favela onde não passa o carro. “Chama-se beco. O entorno não é considerado favela. Em Fortaleza, mais de um terço da população vive nos “becos””, explica Farias.
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Em Manaus, resistência
Em Manaus, uma ocupação de 500 famílias foi realizada no Parque do Rio Negro, em Manaus, com apoio da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) e sindicatos regionais. “No dia seguinte, 28, a uma hora da manhã, fomos acordados com bombas de efeitos moral”, lembra o participante da ocupação e integrante da coordenação estadual do MTST do Amazonas, Júlio César de Souza. O terreno público estadual tem 403 mil metros quadrados e suporta 2 mil moradias. Segundo Souza, depois dessa operação surpresa, houve outras operações de “guerra”, envolvendo a tropa de choque.
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No sábado, dia 29 de março, começaram a fazer o toque de recolher nas ruas próximas à ocupação localizadas no Parque Riachuello, bairro vizinho ao Parque do Rio Negro. Souza conta que, sob a batuta de Major Walter Cruz, o comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), o direito de ir e vir de adultos e crianças nos arredores do acampamento foi cerceado, até mesmo por meio de agressões físicas. “Atiraram balas de borrachas nas pernas das pessoas e agrediram um senhor que mostrou sua indignação após observar que crianças estavam sendo obrigadas a parar de brincar para entrar em suas casas”, narra o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) do Amazonas.
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“Nem a ditadura militar fez isso, e o governo está fazendo. Em meus 43 anos estou vendo isso pela primeira vez. O governo não quer conversar. Só fala em policiamento e repressão. Vamos denunciar na Ordem Advogados do Brasil (OAB)”, afirma o coordenador do MTST do Amazonas. Apesar das dificuldades impostas pela repressão governamental e falta de diálogo, o balanço da atividade é positivo na visão de Souza. “As famílias estão nos barracões. Vamos fazer uma passeata na quinta-feira (3) no centro de Manaus. A ação será unificada com o Sindicato dos Correios”, diz.
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Estado de São Paulo
Já no Estado paulista, as ocupações realizadas por famílias do MTST nas cidades de Campinas, Mauá e Embu das Artes na noite de sexta-feira (28) conseguiram se estabelecer. Em média, 500 famílias estão acampadas em cada uma das três ocupações. Em Campinas, o risco de despejo é iminente, pois o proprietário do terreno localizado no Jardim Telesp, zona sul da cidade, tenta obter uma liminar de reintegração de posse com o juiz de plantão (leia reportagem). Em Embu das Artes, a prefeitura ordenou que a Guarda Municipal bloqueasse as ruas de acesso à ocupação, cerceando o direito de ir e vir das famílias e apoiadores, assim como em Manaus (AM). Em Mauá, a situação está um pouco mais tranqüila depois de tensões durante a madrugada do dia 29 de março.
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Pelo Brasil
Em São Luiz (MA), o Movimento Quilombo Urbano (MQU) realizou ato na praça central de São Luis contra a criminalização dos movimentos sociais, com participação de 1000 pessoas. O Movimento das Famílias Sem Teto e o Movimento de Luta Popular Comunitária chegaram a bloquear a rodovia federal PE-22, em Recife. Em Belo Horizonte (MG), o Fórum de Moradia trava rodovias federais e ocuparam, com 250 pessoas, um departamento da prefeitura Barreiro - 250 pessoas.
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No dia 29 de março, no Estado da Bahia, 100 famílias, organizadas pela União por Moradia Popular da Bahia ocuparam o terreno da Fazenda Sossego para assegurar o projeto do Crédito Solidário previsto na Estrada Velha do Aeroporto. O Movimento Sem Teto da Bahia realizará na primeira semana de abril ações de continuação da jornada em Salvador. Movimento das Mães Sem-Creche realizou um protesto na Secretaria de Educação de São Paulo. Em São José dos Campos (SP), houve uma marcha de mais de 500 sem-teto até a prefeitura, realizada pelo MUST.
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ASSINARAM o MANIFESTO '28 de março':
Movimento Urbano dos Sem Teto (MUST)
Movimento Sem Teto da Bahia (MSTB)
Movimento dos Conselhos Populares - Ceará (MCP)
Movimento Sem Teto de Luta -
Amazonas Movimento de Luta
Popular Comunitária (MLPC) – Pernambuco Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)Movimento das Famílias Sem Teto (MFST) - Pernambuco
Movimento Quilombo Urbano - Maranhão
Movimento das Mães Sem Creche - São Paulo
Fórum de Moradia Minas Gerais
MTL
Democrático Independente - Minas Gerais.

sexta-feira, 28 de março de 2008

OLIMPÍADA E TLATELOLCO

OLÍMPIADA E TIBET
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O Palco é o México, sede das Olímpiadas no ano de 1968. A cabeça pensante sintonizada com o presente e as mãos que o concretizam em obras literárias, poesias e ensaios, são as de Octavio Paz, nas letras um gigante.
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Constata o autor, em 68, um México ávido por exibir as suas pavonices modernas para o mundo. Para tanto, a organização dos Jogos Olímpicos daquele ano foram significados como uma espécie de oportunidade privilegiada, para que, o México mostrasse que era mais que uma país subdesenvolvido economicamente dentro dos termos colocados pelo capitalismo e que possuía muito mais a mostrar do que somente a massa miserável e desprovida de assistência que se acumulam aos montes nas periferias do mundo segundo os termos do Estado Moderno organizado para efetivar os interesses da elite econômica.
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Assim, enquanto morrem anonimamente milhares de indigentes famintos nos guetos mais encardidos do México, o seu governo amplamente transtornado com tal situação presenteia os mexicanos com o Espetáculo dos milhares de desaparecidos e exterminados sumariamente. Em outras palavras, enquanto parte do México só manda um "We Are the Champions... no time for losers!!!" e um "Go!!! Go!!! Go!!! México!!!", os militares empolgados matam, espacam e dão sumiço. Assim, como os nazistas, facistas, as ditaduras latino-americanas entre outras pelo mundo, os mexicanos mostraram ao planeta a modernidade e neste sentido não ouso mais uma vogal sequer dado que O. Paz o faz com maestria.
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Curioso, que estes dias me estragando vendo televisão vi o "comunismo chinês", segundo apontam os grandiosos cientistas sociais e outros historiadores que prestam consulta, fazendo mais que exportar seus "sofisticadíssimos" nike's para outros mercados do mundo sob as regras de um sistema de economia capitalista, manufaturados ao custo da expropriação da mais valia e da exploração dos seus tão miseráveis trabalhadores, além é claro da produção das penúrias desses. Na alça de mira da repressão militar, desta vez, os tibetanos. Há muito sofrendo perseguição do Estado Comunista, que negocia com o mercado, Chinês, mas agora sofrendo cobertura diária, dadas as câmeras dos televisores que por lá se instalaram para cobrirem os jogos Olímpicos e o Cubo Azul. Espetáculo, com o qual a China fez a vez e vai mostrar ao mundo a modernidade. O Brasil está sedento! Mas já mostrou por hora uma prévia no PAN, espécie de modernidade dente de leite, no entanto, campeão do mundo pra matar gente grande de inveja em eficiência. Mas disso tudo já esqueceram, pois os mortos do morro são anônimos.
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Longe, é claro, de cometer qualquer anacronismo, misturando cerveja com destilado, nunca é demais lembrar que cada casco é um casco e o meu já anda vazio. To precisando de mais uma dose pra encarar este mundo furado, pois pelo menos abastecido vê-se as coisas como elas realmente são: tortas!
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Boa leitura. Agora é com o Mestre.
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PAZ, Octavio. Olímpiada e Tlatelolco. In.: O Labirinto da Solidão e Post Scriptum.
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OLIMPÍADA E TLATELOLCO
1968 foi um ano axial: protestos, tumultos e motins em Praga, Chicago, Paris, Tóquio, Belgrado, Roma, México, Santiago... Da mesma maneira como as epidemias medievais não respeitavam nem fronteiras religiosas nem as hierarquias sociais, a rebelião juvenil anulou as classificações ideológicas. A esta espontânea universalidade do protesto corresponde uma reação não menos espontânea e universal: invariavelmente os governos atribuíram as desordens a uma conspiração do exterior. Embora os supostos e secretos inspiradores tenham sido quase os mesmo em todas as partes, em casa país misturaram-se os seus nomes de maneira diferente. Às vezes houve curiosas e involuntárias coincidências; por exemplo, tanto para o governo do México quanto para o Partido Comunista Francês, os estudantes eram movimentados por agentes de Mao e da CIA. Também foi notável a ausência ou, no caso da França, a reticência, da classe tradicionalmente considerada como revolucionária per se: o proletariado; os únicos aliados dos estudantes até agora foram os grupos marginais que a sociedade tecnológica não pode ou não quis integrar. É claro que não estamos diante de um recrudescimento da luta de classes, mas sim diante de uma revolta desses setores que, de um modo permanente ou transitório, a sociedade tecnológica colocou à margem. Os estudantes pertencem à segunda destas categorias. Além disso, são o único [201] grupo realmente internacional; todos os jovens dos países desenvolvidos são parte da subcultura juvenil internacional, produto por sua vez de uma tecnologia igualmente internacional.
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Dentre todos os setores desafetos, o estudantil é o mais inquieto e, com exceção dos negros norte-americanos, o mais exasperado. Sua exasperação não brota de condições de vida particularmente duras, mas sim do paradoxo em que consiste ser estudante: durante os longos anos que passam isolados em universidades e escolas superiores, os rapazes e moças vivem em uma situação artificial, metade como reclusos privilegiados e metade como irresponsáveis perigosos. Junte-se a isso a aglomeração extraordinária nos centros de estudo e outras circunstâncias bem conhecidas que operam como fatores de segregação: seres reais num mundo irreal. É verdade que a alienação juvenil é apenas uma das formas (e das mais benévolas ) da alienação que impõe a todos a sociedade tecnológica. Também é verdade que, devido à própria irrealidade de sua situação, habitantes de uma espécie de laboratório onde as regras da sociedade de fora não vigem totalmente, os estudantes podem refletir sobre o seu estado e, também, sobre o do mundo que os cerca. A universidade é, ao mesmo tempo, o objeto e a condição da crítica juvenil. O objeto da crítica, porque é uma instituição que segrega os jovens da vida coletiva e que assim, nesta segregação, antecipa, de certo modo, sua futura alienação; os jovens descobrem que a sociedade moderna fragmenta e separa os homens: o sistema não pode, em razão de sua própria natureza, criar uma verdadeira comunidade. A condição da crítica, porque, sem a distância que a universidade estabelece entre os jovens e a sociedade externa, não haveria possibilidade de crítica e os estudantes ingressariam imediatamente no circuito mecânico da produção e do consumo. Contradição insolúvel: se a universidade desaparecesse, desapareceria a possibilidade de crítica, isto é, daquilo cuja desaparição se deseja. A rebelião juvenil oscila entre estes dois extremos: sua crítica é real, sua ação irreal. Sua crítica atinge o alvo, mas sua ação não pode mudar a sociedade; inclusive, em alguns casos, longe [202] de atrair ou de inspirar outras classes, provoca regressões como a das eleições francesas de 1968.
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A ação dos governos, por sua parte, possui a opacidade de todos os realismos a curto prazo e que, a longo prazo, produzem os cataclismos ou as decadências. Fortalecer o staus quo é fortalecer um sistema que cresce e se estende às expensas dos homens que o alimentam: à medida que aumenta a sua realidade, aumenta a nossa irrealidade. A ataraxia, o estado de insensibilidade equânime que os estóicos acreditavam atingir pelo domínio das paixões, é distribuída a todos pela sociedade tecnológica, como uma panacéia. Não cura da desgraça que é ser homem, mas gratifica com um estupor feito de resignação satisfeita e que não exclui a atividade febril. Só que a realidade reaparece cada vez com maior fúria e freqüência: crise, violências, explosões. Ano axial, 1968 mostrou a universalidade do protesto e sua irrealidade final: ataraxia e estouro, explosão que dissipa, violência que é uma nova alienação. Se as explosões são parte do sistema, também o são as repressões e a letargia, voluntária ou forçada, que as sucede. A doença que rói nossas sociedades é constitucional e congênita, não alguma coisa que venha de fora. É uma doença que resistiu a todos os diagnósticos, tanto aos daqueles que se dizem marxistas quanto aos daqueles que se dizem herdeiros de Tocqueville. Estranho padecimento que nos condena a nos desenvolvermos e a prosperar sem cessar, para multiplicar assim as nossas contradições, inflamar as nossas chagas e exacerbar a nossa inclinação à destruição. A filosofia do progresso mostra enfim o seu verdadeiro rosto: um rosto em branco, sem feições. Agora sabemos que o reino do progresso não é deste mundo: o paraíso que nos promete está no futuro, um futuro intocável, inatingível, perpétuo. O progresso povoou a história com as maravilhas e os monstros da técnica, mas desabitou a vida dos homens. Deu-nos coisas, não mais ser.
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O sentido profundo do protesto juvenil – sem ignorar suas razões nem seus objetivos imediatos e circunstanciais – consiste em ter oposto ao fantasma implacável a realidade espontânea do agora. A irrupção do agora significa a aparição, no centro da vida contemporânea, da palavra proibida, da palavra maldita: prazer. Uma palavra não menos explosiva e não menos bonita que a palavra justiça. Quando digo prazer não penso na elaboração de um novo hedonismo, nem no regresso à antiga sabedoria sensual – embora o primeiro não seja desdenhável e o segundo seja desejável -, mas sim na revelação dessa metade obscura do homem que foi humilhada e sepultada pelas morais do progresso: esta metade que se revela nas imagens da arte e do amor. A definição do homem como um ser que trabalha deve transformar-se na do homem como um ser que deseja. Esta é a tradição que vai de Blake aos poetas surrealistas e que os jovens colhem: a tradição profética da poesia do Ocidente desde o romantismo alemão. Pela primeira vez, desde que nasceu a filosofia do progresso das ruínas do universo medieval, precisamente no seio da sociedade mais avançada e progressista do mundo, os Estados Unidos, os jovens se perguntam sobre a validez e o sentido dos princípios que fundamentaram a idade moderna. Esta pergunta não revela nem ódio à razão e à ciência, nem nostalgia do período neolítico (embora o neolítico tenha sido, segundo Lévi-Strauss e outros antropólogos, provavelmente a única época feliz que os homens conheceram). Pelo contrário, é uma pergunta que só uma sociedade tecnológica pode se fazer e de cuja resposta depende a sorte do mundo que edificamos: passado, presente e futuro, qual é o verdadeiro tempo do homem, onde está o seu reino? E, se o seu reino é o presente, como inserir o agora, por natureza explosivo e orgiástico, no tempo histórico? A sociedade moderna há de responder a estas perguntas sobre o agora – agora mesmo. A outra alternativa é perecer numa explosão suicida ou afundar-se cada vez mais no ruinoso processo atual em que a produção de bens ameaça já ser inferior à produção de desastres.
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A universalidade do protesto juvenil não impede que assuma características específicas em cada região do mundo. O movimento juvenil nos Estados Unidos e na Europa contém, conforme acabei de explicar, perguntas implícitas e não formuladas que dizem respeito aos próprios fundamentos da idade moderna e ao que, desde o século XVIII, constitui seu princípio reitor. Estas perguntas aparecem muito diluídas nos países da Europa oriental e não aparecem [204] de todo, exceto como slogans vazios, na América Latina. A razão é clara: os norte-americanos e os europeus são os únicos que realmente têm experiência completa do que é e significa o progresso. No Ocidente, os jovens se rebelam contra os mecanismos da sociedade tecnológica: contra o seu mundo tantálico de objetos que se gastam e dissipam, mal os possuímos – como se fossem uma involuntária e conclusiva confirmação do caráter ilusório que os budistas atribuem à realidade -, e contra a violência aberta ou solapada que esta sociedade exerce sobre as suas minorias e, no exterior sobre outros povos. Em compensação, nos países do Leste europeu, a luta juvenil apresenta duas notas ausentes no Ocidente: nacionalismo e democracia. Nacionalismo contra a dominação e a ingerência soviética nesses paises; democracia contra as burocracias comunistas incrustadas na vida política e econômica. É revelador que esta última apareça como a reivindicação imediata e primordial dos jovens do Leste: a democracia, esta palavra que perdeu quase todo o seu magnetismo no Ocidente. É um sintoma desolador: quaisquer que sejam as limitações da democracia ocidental (e são muitas e gravíssimas: regime burocrático de partidos, monopólios da informação, corrupção etc... ), sem liberdade de crítica e sem pluralidade de opiniões e de grupos, não há vida política. E para nós, homens modernos, vida política é sinônimo de vida racional e civilizada. Isto é verdade inclusive para nações herdeiras de altas civilizações e que, como a antiga China, não conheceram a democracia. Os jovens fanáticos que recitam o catecismo de Mão – de passagem: medíocre poeta acadêmico – cometem não só um erro estético e intelectual, mas também uma falta moral. Não se pode sacrificar o pensamento crítico nas aras do desenvolvimento econômico acelerado, da idéia revolucionária, do prestígio e da infalibilidade de um chefe ou de qualquer outro espelhismo análogo. As experiências da Rússia do México são conclusivas: sem democracia, o desenvolvimento econômico carece de sentido, embora este tenha sido gigantesco no primeiro país e muitíssimo mais modesto, mas proporcionalmente não menos apreciável, no segundo. Toda ditadura, seja de um homem ou de um partido, desemboca nas duas formas prediletas da esquizofrenia: o monólogo [205] e o mausoléu. A cidade do México e Moscou estão cheias de gente amordaçada e de monumentos à revolução.
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Os movimentos dos estudantes mexicanos mostrou semelhanças com os de outros países, tanto do Ocidente quanto da Europa Oriental. Parece-me que a afinidade maior foi com os desta última: nacionalismo, só que não contra a intervenção soviética, mas sim contra o imperialismo norte-americano; aspiração a uma reforma democrática; protesto, não contra as burocracias comunistas, mas sim contra as do Partido Revolucionário Institucional. Mas, a rebelião juvenil mexicana foi singular, como o próprio país. Não há nenhum nacionalismo duvidoso na minha observação; o México é uma nação, que dentro da civilização ocidental, ocupa uma posição excêntrica: “castelhana listrada de asteca”, dizia o poeta López Velarde; também, dentro da América Latina, sua situação histórica é única: o México vive um período pós-revolucionário, enquanto a maioria dos outros países atravessam uma etapa pré-revolucionária. Por fim, seu desenvolvimento econômico foi excepcional. Depois de um prolongado e sangrento período de violência, a Revolução Mexicana conseguiu criar instituições originais de um Estado novo. Há quarenta anos já, e principalmente nas duas últimas décadas, a economia do país fez tais progressos que os economistas e sociólogos citam o caso do México como um exemplo para os outros países subdesenvolvidos. Com efeito, as estatísticas são impressionantes, sobretudo se levarmos em conta o estado em que se encontrava a nação em 1910 e as destruições materiais e humanas que sofreu durante cerca de vinte anos de guerras civis. Como uma espécie de reconhecimento internacional da sua transformação num país moderno ou semimoderno, o México solicitou e obteve que sua capital fosse a sede dos Jogos Olímpicos em 1968. Os organizadores não só se saíram muito bem na prova, como também até acrescentaram ao programa desportivo um nota original, tendente a ressaltar o caráter pacífico e não competitivo da olimpíada mexicana: exposições de arte universal, concertos, representações teatrais e de dança, por companhias de todos os paises, um encontro internacional de poetas e outros atos da mesma índole. Mas, dentro do contexto da rebelião juvenil e da repressão [206] que a seguiu, estas celebrações pareceram gestos espetaculares com os quais se queria esconder a realidade de um país comovido e aterrado pela violência governamental. Assim, no momento em que o governo obtinha o reconhecimento internacional de quarenta anos de estabilidade política e de progresso econômico, uma mancha de sangue dissipava o otimismo oficial e provocava em todos os espíritos uma dúvida sobre o sentido desse progresso.
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O movimento estudantil principiou como uma briga de rua entre bandos rivais de adolescentes. A brutalidade policial uniu os rapazes. Depois, à medida que aumentavam os rigores da repressão e crescia a hostilidade da imprensa, do rádio e da televisão, em sua quase-totalidade entregues ao governo, o movimento se robusteceu e adquiriu consciência de si. No decorrer de algumas semanas apareceu claramente que os estudantes, sem se terem proposto a isto expressamente, eram os porta-vozes do povo. Ressalto: não os porta-vozes desta ou daquela classe, mas sim da consciência geral. Desde o começo, tentou-se isolar o movimento, estendendo um cordão sanitário que o isolasse e impedisse o contágio ideológico. Os dirigentes e funcionários dos sindicatos operários apressaram-se em condenar, em termos ameaçadores, os estudantes; o mesmo fizeram embora com menos violência, os partidos políticos da esquerda e da direita oficiais. Não obstante a mobilização de todos estes meios de propaganda e de coação moral, para não falar da violência física da polícia e do exército, o povo engrossou espontaneamente as manifestações juvenis e uma delas, a célebre “manifestação silenciosa”, agrupou cerca de quatrocentras mil pessoas, uma coisa nunca vista no México.
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Diferentemente dos estudantes franceses em maio desse mesmo ano, os mexicanos não propunham uma mudança violenta e revolucionária da sociedade, nem seu programa tinha o radicalismo de muitos grupos jovens alemães e norte-americanos. Também não surgiu a tonalidade orgiástica e para-religiosa dos “hippies”. O movimento foi reformista e democrático, apesar de alguns de seus dirigentes pertencerem à extrema esquerda. Uma manobra tática? Parece-nos mais sensato atribuir esta ponderação à natureza das circunstâncias e ao peso da realidade objetiva: nem a têmpera [207] do povo mexicano é revolucionária nem o são as condições históricas do país. Ninguém quer uma revolução, mas sim uma reforma: acabar com o regime de exceção iniciado pelo Partido Nacional Revolucionário há quarenta anos. As petições dos estudantes, além disso, foram realmente moderadas: a revogação de um artigo do Código Penal, para todos os efeitos inconstitucional e que contém esta afronta aos direitos humanos que se chama “delito de opinião”; a liberdade de vários presos políticos; a destituição do chefe de polícia etc... Todas estas petições se resumiram numa palavra que foi o eixo do movimento e o segredo do seu poder instantâneo de sedução sobre a consciência popular: democratização. Uma vez ou outra os rapazes pediram “o diálogo público entre o governo e os estudantes”, prelúdio do diálogo entre o povo e as autoridades. Esta demanda remontava à que fizéramos um grupo de escritores de 1958, diante de distúrbios semelhantes, embora de menor amplitude – distúrbios que anunciavam, conforme então advertimos o governo, os que se produziriam dez anos depois.
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A atitude dos estudantes dava ao governo a possibilidade de endireitar sua política, sem se desfigurar. Bastaria ouvir o que o povo dizia por meio de petições juvenis; ninguém esperava uma mudança radical, mas sim uma flexibilidade maior e uma volta à tradição da Revolução Mexicana, que nunca fora dogmática, mas sim muito sensível às mudanças do ânimo popular. Ter-se-ia rompido assim o cárcere de palavras e conceitos em que o governo se fechou, todas essas fórmulas em que ninguém mais acredita e que estão condensadas nesta grotesca expressão com que a família oficial designa o partido único: o Instituto Revolucionário. Libertando-se do seu cárcere de palavras, o governo teria podido forçar o outro cárcere, mais real, que envolve e paralisa: o dos negócios e interesses dos banqueiros e financistas. Restabelecer a comunicação com o povo teria significado reaver a autoridade e a liberdade para dialogar com a direita, com a esquerda – e com os Estados Unidos. Com grande clareza e concisão, uma das inteligências mais agudas e honradas do México, Daniel Cosío Villegas, apontava o que na sua opinião – e é preciso acrescentar: na da [208] maioria dos mexicanos pensantes – era “o único remédio: tornar realmente pública a vida pública”. O governo preferiu apelar alternadamente para a força física e para a retórica “revolucionário-institucional”. Estas vacilações eram provavelmente o reflexo de uma luta entre os “técnicos”, desejosos de salvar o pouco que ainda restava de vivo da herança revolucionária, e a burocracia política, partidária da mão firme. Mas, em nenhum momento, observou-se o desejo de “tornar pública a vida pública” e abrir o diálogo com as pessoas. As autoridades, na verdade, propuseram a negociação, mas entre bastidores; as conversações abortaram porque estudantes se negaram a aceitar este procedimento imoral.
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No final de setembro, o exército ocupou a universidade e o Instituto Politécnico. Diante da reprovação que esta medida provocou, as tropas desalojaram os locais das duas instituições. Respirou-se. Esperançosos, os estudantes fizeram uma reunião (não uma manifestação) na Praça de Tlatelolco, em 2 de outubro. No momento em que os presentes, concluído o encontro, dispunham-se a abandonar o local, a praça foi cercada pelo exército e começou a matança. Algumas horas depois, fez-se o levantamento do campo. Quantos morreram? No México, nenhum jornal se atreveu a publicar as cifras. Darei aqui a que o jornal inglês The Guardian, depois de uma pesquisa cuidadosa, considera como a mais provável: 325 mortos. Os feridos devem ter sido milhares, assim como as pessoas presas
[1]. Em 2 de outubro de 1968 terminou o movimento estudantil. Também terminou uma época da história do México.
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Embora as revoltas estudantis sejam um fenômeno mundial, manifestam-se com maior virulência nas sociedades mais adiantadas. Assim, pois, pode-se dizer que o movimento estudantil e a celebração da Olimpíada no México foram fatos complementares: os dois eram signos do relativo desenvolvimento do país. O discordante, o anômalo e o imprevisível foi a atitude governamental.
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[209]Como explicá-la? Por um lado, nem as petições dos estudantes colocavam o regime em perigo, nem este enfrentava uma situação revolucionária; por outro, nenhum ato de nenhum governo – nem mesmo o da França, este sim ameaçado por uma onda revolucionária – teve a ferocidade (não há outra palavra) da repressão mexicana. A imprensa mundial, apesar da ração diária de iniqüidades que contêm suas páginas, sentiu-se levemente escandalizada. Uma conhecida revista norte-americana, horrorizada mas pudica, disse que quanto ao México, era um caso típico de “overrreaction”, um sintoma da “esclerose do regime mexicano”. Curioso understatement... Uma reação exagerada ou excessiva delata, em qualquer organismo vivo, medo e insegurança; e a esclerose não é só signo de velhice, mas também de incapacidade de mudança. O regime mostrou que não podia nem queria fazer um exame de consciência; ora, sem crítica e, sobretudo, sem autocrítica, não há possibilidade de mudança. Esta fraqueza mental e moral conduziu-o à violência física. Como certos neuróticos que, ao enfrentarem situações novas e difíceis, retrocedem, passam do medo à cólera, cometem ações insensatas e assim regressam a condutas instintivas, infantis ou animais, o governo regressou a períodos anteriores da história do México: agressão é sinônimo de regressão. Foi uma repetição instintiva que assumiu a forma de um ritual de expiação; as correspondências com o passado mexicano, principalmente com o mundo asteca, são fascinantes, surpreendentes e repelentes. A matança de Tlatelolco nos revela que um passado que acreditávamos enterrado está vivo e irrompe entre nós. Cada vez que aparece em público, apresenta-se mascarado e armado; não sabemos que é, exceto que é destruição e vingança. É um passado que não soubemos ou não pudemos reconhecer, nomear, desmascarar. Mas, antes de tocar neste tema – que é o tema central e secreto da nossa história – devo descrever, nas suas grandes linhas, o desenvolvimento do México moderno, este desenvolvimento paradoxal em que a simultaneidade dos elementos contraditórios se condensa nestes dois nomes: Olimpíada e Tlatelolco.
[1] Ainda há 200 estudantes presos, vários professores universitários e José Revueltas, um dos melhores escritores da minha geração e um dos homens mais puros do México.

TRANSGÊNICO: LISTA DE ALIMENTOS COM MATÉRIA-PRIMA TRANSGÊNICA

Neste link do Greenpeace é possível encontrar uma relação com os alimentos cuja matéria-prima contém trasgênicos e aqueles livres deste lixo industrial. Os mesmos são reproduzidos a seguir e condizem a uma relação do ano de 2008: http://www.greenpeace.org.br/consumidores/guiaconsumidor.php
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Guia do consumidor
Produtos com ou sem transgênicos
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ÓLEOS
Transgênicos
Aro (Makro), Liza (Cargill), Mazola (Cargill), Oliva (Cargill), Veleiro (Cargill), Olivares (Paladar), Salada (Bunge), Soya (Bunge), Primor (Bunge), Carmelita (Vigor).
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Não Transgênicos
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Champion, Dois Amores (Caramuru), Sinhá (Caramuru), Campestre, Great Value (Wal-Mart), Ceres (Vida), Cocamar, Leve (Imcopa), Gilda (Vida), Maria (Vida), Sadia, Suavit (Cocanar), Brejeiro.
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ALIMENTO INFANTIL
Transgênico
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Não Transgênico
Arisco (Unilever), Big, Carrefour, Cremogema (Unilever), Maizena (Unilever), Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Nan (Nestlé), Nestogeno (Nestlé), Ninho (Nestlé) Pão de Açúcar, Aptamil (Support), Bebelac (Support), Nutriton (Support), Soya Diet (Support).
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FARINHAS E GRÃOS
Transgênico
Aro (Makro), Dafap´s, Quero.
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Não Transgênico
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Caramuru, Champion, Hikari, Jasmine, Mãe Terra, Mas Vita Produtos Naturais, Nutrimental, Oetker, Panco, Yoki, Bontrato (Caramuru), Nekmil (Caramuru), Sinhá (Caramuru), Cereja (Sakura), Missô (Sakura), Vitao (Nutrihouse).
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MOLHOS E CONDIMENTOS
Trannsgênico
Soya (Bunge), Primor (Bunge), Ajinomoto, Sazon (Ajinomoto), Hondashi (Ajinomoto), Luppini, Quero, Mesa (Vigor), Vigor, Virmont, Gourmet (Cargill), Liza (Cargill).
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Não Transgênico
Arisco (Unilever), Cica (Unilever), Knorr (Unilever), Pomarola (Unilever), Tarantella (Unilever), Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Champion, Mãe Terra, Aji no Shoyu (Sakura), Cereja (Sakura), Missô (Sakura), Sakura, Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Maria (Vida), Cêpera, Etti (Parmalat), Salsaretti (Parmalat), Parmalat, Goodlight, Hellman’s, Hikari, Lachy (Cocamar), Purity (Cocamar), Linguanotto (Masterfoods), Mococa, Peixe (Círio), Fondor (Nestlé), Maggi (Nestlé).
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ENLATADOS
Transgênico
Quero
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Não Transgênico
Big, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal Mart), Etti (Parmalat), Peixe (Círio), Anglo (BF), Bordon (BF), Swift (BF), Bonduelle, Coqueiro, Quaker, Superbom.
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SOPAS E PRATOS PRONTOS
Transgênico
Hemmer, La Table D’or, Vigor.
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Não Transgênico
Arisco (Unilever), Knorr (Unilever), Big, Pão de Açucar, Panco, Sinhá (Caramuru), Vitao (Nutrihouse), Sadia, Goodlight, Missoshiru (Sakura), Nissin, Qualimax, Maggi (Nestlé).
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SOBREMESAS
Transgênicos
Vigor, Virmont, Dona Benta, Linea, Leco (Vigor).
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Não Transgênico
Big, Maizena (Unilever), Karo (Unilever), Kibon (Unilever), Nestlé, Pão de Açúcar, Hikari, Oetker, Great Value (Wal-Mart), Goodlight, Mococa, Parmalat, Paulista (Danone), Danone, Clight (Kraft), Fresh (Kraft), Royal (Kraft), Ducoco, La Basque, Miss Daisy (Sadia).
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MATINAIS E CEREAIS
Transgênico
Línea, Sustagen (Bristol & Meyers), Pro Sobee (Bristol & Meyers), Café do Ponto, Kellog’s, Diet Shake (Nutrilatina), Mellita, Quero.
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Não Transgênico
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Jasmine, Mãe Terra, Vitao (Nutrihouse) Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Mococa, Quaker, Sanavita, Batavo, Ativa Soy (Nutrimental), Nutrilon (Nutrimental), Nutry (Nutrimental), Nutry Fun (Nutrimental), Suprasoy (Josapar), Nutrifoods, Cerealon (Nutifoods), Chocomilk (Batavo), Chomax (Ducoco), Fribra Total (United Mills), Trio (United Mills), Mucilon (Nestlé), Nescau (Nestlé), Nesquik (Nestlé), Neston (Nestlé), Nutren (Nestlé), Toddy (Quaker).
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CHOCOLATES E BALAS
Transgênico
Adams, Cadbury, Dan Top, Dizioli, Duitt, Garoto, Halls, Hershey’s, Santa Edwiges, Trident.
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Não Transgênico
Big, Nestlé, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Arcor, Dori, Ferrero, Kopenhagen, Lacta (Kraft), Milka (Kraft), M&M (Masterfoods), Twix (Masterfoods), Snickers (Masterfoods), Pan.
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BISCOITOS E SALGADINHOS
Transgênicos
Adria, Ebicen (Glico), Zabet (Adria).
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Não Transgênico
Big, Carrefour, compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açucar, Champion, Jasmine, Mãe Terra, Panco, Vitao (Nutrihouse), Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Parmalat, Firenze, Piraquê, Nutrifoods, Nutry (Nutrimental), Ativa (Nutrimental), Dauper, Dori, Lu (Arcor), Aymoré (Arcor), Gran Dia (Arcor), Triunfo (Arcor), Elbis (Mabel), Kelly (Mabel), Skiny (Mabel), Mabel, Elma Chips, Fritex (Bauducco), Bauducco, Elbis (Mabel), Iracema (Kraft), Mini Bits (Kraft), Nabisco (Kraft), Bon Gouter (Kraft), Chocolícia (Kraft), Chocooky (Kraft), Club Social (Kraft), Oreo (Kraft), Trakinas (Kraft), Tica (Panco), Tostines (Nestlé), Visconti, Wickbold, Biits Cookies (United Mills), Duchen (Parmalat), Raris (Masterfoods), Mr. Nut’s (Masterfoods).
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PÃES E BOLOS
Transgênico
Santa Edwiges, Pullman, Ana Maria (Pullman).
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Não Transgênico
Big, Pão de Açúcar, Panco, Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Firenze, Bauducco, Tica (Panco), Visconti, Wickbold, Kidlat (Parmalat), Jack Bolinho (Wickbold).
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BEBIDAS
Transgênicos
All Day (Bunge), Cyclus (Bunge).
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Não Transgênico
Sanavita, Batavo, Clight (Kraft), Fresh (Kraft), Royal (Kraft), Danone, Ativa (Nutrimental), Jui-C (Nutrimental), Nutrinho (Nutrimental), Yakult, Tonyu (Yakult), Ades (Unilever), Cereal Shake Light, Ki-Suco (Kraft), Maguary (Kraft), Tang (Kraft), Q-Refres-ko (Kraft), Sustare (Olvebra), Diet Fiber (Olvebra), Longevita (Olvebra), Novo Milke (Olvebra), Soy Fruit (Olvebra), Soy Original (Olvebra), Chamy (Nestlé), Kissy (Batavo), Soy Milke (Olvebra).
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FRIOS E EMBUTIDOS
Transgênico
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Não Transgênico
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Champion, Sadia, Mais por Menos (Wal-Mart), Anglo (BF), Bordon (BF), Swift (BF), Batavo, Perdigão, Rezende (Sadia), Seara, Marba, Wilson (Sadia).
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LATICÍNIOS E MARGARIDAS
All Day (Vigor), Cyclus (Bunge), Delícia (Bunge), Mila (Bunge), Soya (Bunge) Primor (Bunge), Mesa (Vigor), Leco (Vigor), Amélia (Vigor), Vigor, Franciscano (Vigor).
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Não Transgênico
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal Mart), Sadia, Goodlight, Paulista (Danone), Dupli (Danone), Danette (Danone), Danny (Danone), Corpus (Danone) Batavo, Piraquê, Danone, Arisco, Philadelphia (Kraft), Claybom (Unilever), Saúde (Unilever), Baker (Vida), Colméia (Vida), FBE (Vida), Clacier (Vida), Margarella (Vida), Mariella (Vida), Becel (Vida), Cremutcho, Doriana (Unilever), Molico (Nestlé), Qualy (Sadia), Deline (Sadia).
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MASSAS
Transgênico
Adria, Frescarini (General Mills), Pastitex, Santa Branca.
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Não transgênico
Big, Carrefour, Pão de Açúcar, Champion, Sadia, Mezzani, Firenze, Massaleve, Pavioli, Piraquê.
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CONGELADOS
Transgênico
Arosa, Forno de Minas (General Mills), Pescal, Bellcook.
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Não Transgênico
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar,Champions, Panco, Great value (Wal-Mart), Sadia, Goodlight, Anglo (BF), Bordon (BF), Swift (BF), Superbom, Batavo, De Granja, Kilo Certo, Perdigão, Rezende (Sadia), Seara, Bonduelle, Toque de Sabor (Perdigão).
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RAÇÕES PARA ANIMAIS
Transgênico
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Não Transgênico
Guabi, Faro (Guabi), Herói Mascote (Guabi), Top Cat (Guabi), Kanina (Nestlé), Friskies (Nestlé), Purina (Nestlé), Alpo (Nestlé), Bonzo (Nestlé), Cat Chow (Nestlé), Champ (Nestlé), Deli Dog (Nestlé), Dog Menu (Nestlé), Fancy Feast (Nestlé), Gatsy (Nestlé), Frolic (Masterfoods), Pedigree (Masterfoods), Whiscas (Masterfoods), Kite Cat (Masterfoods).

sexta-feira, 21 de março de 2008

TRANSGÊNICOS: RAPIDINHAS

http://www.estadao.com.br/fotos/GRENN.jpg_ok.jpg

fonte: http://www.manuelzao.ufmg.br/ .

TRANSGÊNICO = ORGANISMO GENETICAMENTE MODIFICADO!
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TRANSGÊNICO = LIXO INDUSTRIAL!
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Você está comendo lixo industrial!
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Carmesin

TRANSGÊNICOS: A ERA DO PODER DAS MULTINACIONAIS

QUEM MANDA NESTE PAÍS?
O propósito deste artigo dá sem em causa da liberação pelo Conselho Nacional de Biosegurança do plantio e comercialização de milho transgênico mesmo após pesquisas que indicam que animais alimentados com o mesmo sofreram intoxicação.
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Na Era das grandes corporações, senhoras do Estado e dos regimes de governo, notamos mais um indício do seu poder sem freios e do quanto o bem-estar social está ameaçado pela ação dessas espúrias organizações que regem a vida da humanidade. Em revoltante ação o Conselho Nacional de Biosegurança (CNBS) a exemplo da Comissão Técnica Nacional de Biosegurança (CTNBio), instituições estatais cujos os nomes já deixam transparecer a ironia e o deboche com o qual nos trata o Estado das multinacionais corporativas, deu parecer favorável no dia 12 de fevereiro, colocando em risco a vida de todos os brasileiros, a liberação em última instância do plantio e comercialização das variedades de milho trangênico Liberty Link (Bayer) e MON810 (Monsanto).
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Tal atitude mostra que o Estado Brasileiro esta as picas para a sua população e dando a mínima para os efeitos ocasionados pelo consumo de tais alimentos, que agora liberados, não há rotulação que venha a impedir o consumo, mera conveniência que desde 2004 por conta de uma lei que obriga a rotulação de tais produtos vem sendo prontamente ignorada. Assim, sequer sob a condição de cobaias, dado que, é cobaia todo e qualquer animal usado em laboratório com o fim de proporcionar, a uma pesquisa, resultados através do manejo controlado de substâncias a esses mesmo animais, nós brasileiros, em escala inferior aos ratos, segunda apreciação auferida pelo Estado, estaremos nos servindo cotidianamente de lixo, pois quem duvida que num primeiro momento estimularão o consumo reduzindo o preço para estimular o consumo? Quem duvida que a parte mais miserável da população será a maior arruinada? Já viram como a população carente se alimenta mal? Compra leite fajuto de quinta com gosto de soda caústica pra variar a mesa e não tem um puto furado pra comprar alimento orgânico e livre de agrotóxicos porque isso é privilégio de bolsos privilegiados. Já percebeu que o perfil da miséria começa a ganhar a curva da obesidade hipertensa e cardíaca neste país e que isso tem relação direta com a alimentação nos é acessível e no geral é de péssima qualidade? Ou ainda acredita que a pífia repercussão que o tema ganhara na grande mídia (que para o mal de todos deforma decisivamente a consciência dos cidadãos) aliada a divulgação falaciosa dos benefícios proporcionados por tais alimentos é um indício de que o assunto não merecia mesmo destaque? Ainda duvida que as filas de hospitais irão engordar com novos casos de tumor?
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Mais uma vez somos vítimas da ingerência irresponsável do desgoverno, que só funciona mancomunado com o interesse privado para o bem e felicidade do mesmo. Com isso as megacorporações da transgenia dão o primeiro passo na estratégia para o domínio e monopolização do mercado de sementes com a liberação para consumo no território brasileiro.
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DEVEMOS NOS ORGULHAR?
Não.
As variedades de milho foram todas vetadas em diversos países europeus. No Reino Unido a Bayer retirou seu pedido de liberação comercial, já que não podia garantir que o milho Liberty Link quando consumido por seres humanos não causaria mal a saúde dos mesmos. Já no caso do milho da Monsanto, MON810, a lista dos países europeus que o proibiram é extensa: Alemanha, Áustria, França (maior país agrícola da Europa), Grécia, Hungria, Polônia e Suíça.
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Outros importantes dados endossam com louvor toda e qualquer intenção que motivada por bom senso após tais informações, deveriam de maneira óbvia inspirar estes senhores e senhoras que temos o desprazer de votar para não representarem nossas demandas sociais, vetar a liberação e a comercialização de alimentos transgênicos para consumo humano e “animal”. Mas os interesses privados prevaleceram e nós outra vez estamos na alça de mira.

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1) No dia 18 de junho de 2007 circulou na mídia o relatório de um estudo desenvolvido pelo instituto de pesquisa Criigen da França, que apontava um alarmante resultado: ratos alimentados com milho o transgênico NK603 (Monsanto) apresentaram em 90 dias alterações de peso, tal como, nos tamanhos dos rins, cérebro, fígado e coração. O estudo concluiu, após tais constatações que os ratos apresentavam sinais de intoxicação.
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2) Em outro estudo, publicado em março pela Archives of Environmental Contamination and Toxicology (Arquivos de Contaminação Ambiental e Toxicologia), encontrou evidências similares de danos hepáticos causados por outra variedade de milho da Monsanto, MON863.
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3) Na mesma linha, Geoffrey Lean do jornal britânico "The Independent" obteve, em 2005, detalhes de um estudo secreto realizado pela companhia Monsanto que mostra que ratos alimentados com o milho transgênico MON863 tinham rins menores e variações na composição de seu sangue. Segundo o mesmo relatório confidencial de 1.139 páginas, esses problemas de saúde não apareceram em ratos alimentados com produtos não-transgênicos. Na mesma matéria, G. Lean torna clara a posição de médicos a respeito das mudanças no sangue dos roedores; esses concluem que tal transformação indica que o sistema imunológico do rato foi danificado ou que uma doença como um tumor havia surgido e o sistema lutava para combatê-la.
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Como podemos notar, mediante o negativo histórico dos resultados adquiridos com o manejar de dietas ricas em milho transgênico à ratos, os governos europeus adotaram a precaução e decidiram não permitir o plantio e o comércio dessas variedades de milho transgênico, impossibilitando com isso o consumo dos seus, tal como, em paralelo zelam pela preservação de seu meio ambiente e de sua soberania alimentar.
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Carmesin

TRANSGÊNICO: O NOME E A CARA DOS BOIS

OS NOMES DOS BOIS
O desgoverno brasileiro foi na contra-mão, liberou o plantio e a comercialização do milho. Em decisão tomada no dia 12/02/2008 (terça-feira) o Conselho Nacional de Biosegurança (CNBS), órgão composto por 11 ministros e presidido pela ministra Dilma Rousseff (Casa-Civil), ignorou farta documentação a respeito [cujo conteúdo duvido destoe do aqui citado [anexo 2]], tal como a reprovação da ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária) e do IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) colocando, assim, na mesa dos brasileiros não ricos, lixo industrial, após 7 destes 11 ministros darem voto favorável ao plantio e a comercialização dos milhos da Bayer e da Monsanto. Mas isso não fora tudo. Querem ficar ainda mais alarmados!
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Há de se considerar que dentre os 11 ministros, 4 votaram contra. Conseguem imaginar quais? Vamos lá: Saúde, Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário e Aqüicultura e Pesca. Entenderam: SAÚDE e MEIO AMBIENTE, ou seja, os ministérios mais competentes sobre o assunto. Mas, como a decisão se deu por maioria simples [7 irresponsáveis votaram a favor de tal despropósito] os ministros: da Agricultura (Reinold Stephanes), Ciência e Tecnologia (Sérgio Rezende), Relações Exteriores (Celso Amorim), Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Miguel Jorge), Defesa (Nelson Jobim), Justiça (Tarso Genro) e Casa Civil (Dilma Rousseff).
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A CARA DOS BOIS

Reinold Stephanes

Sérgio Rezende

Tarso Genro

Nelson Jobim

Miguel Jorge

Dilma Rousseff

Celso Amorin
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Carmesin

TRANSGÊNICO: COMENDO LIXO INDUSTRIAL

LIXO INDUSTRIAL: A MAIS NOVA DIETA DO BRASILEIRO
Quem acha que é recente este problema em nossas vidas se engana. Já há muito somos o alvo da experiência destes grandes laboratórios. Vale lembrar o relatório da Organização Não-Governamental Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações de Agro-biotecnologia (ISAAA), que nos informa que só no ano passado (2007) os agricultores brasileiros cultivaram 15 milhões de hectares de lavouras transgênicas, o que representou um crescimento de 3,5 milhões de hectares a mais que em 2006, sendo 14,5 milhões de hectares a área plantada de soja transgênica e 500 mil hectares a de algodão. Concomitante a este aumento de 30% do cultivo em relação a 2006, a lavoura de transgênicos sofreu um acréscimo superior a 15 vezes no uso de alguns agrotóxicos.
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Naquilo que condiz ao poder de escolha do consumidor, desde 2004 uma lei exige que toda empresa que fabrique produto onde 1% ou mais da matéria-prima seja transgênica, rotule tal produto com a seguinte identificação.
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No entanto, a lei só começara a ser cumprida este ano e somente por duas empresas: Cargill e Bunge e ainda sim, parcialmente, pois somente o óleo de soja, fabricado por ambas, sofrera rotulação, muito pouco se considerarmos a grande variedade dos produtos que levam a marca das mesmas.
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Isso significa que não existem transgênicos sendo comercializados para nós brasileiros? Claro que não. O que acontece é que a própria industria alimentícia que produz com matéria-prima transgênica oferece resistência à legislação e não rotula os seus produtos como obriga a lei em vigor desde 2004. Isso não se dá por acaso, dado que, preocupadas somente com as suas margens de lucros, temem essas empresas que o seu produto a base de transgênico seja rejeitado pelo consumidor brasileiro.
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Como motivos não faltam para isso alienam a informação do consumidor. Vale lembrar o quanto reagiram tais multinacionais a tentativa de poucas instituições sensatas do governo conjuntamente com setores organizados e sensatos da sociedade, anos atrás tentarem criar nos supermercados uma sessão só com produtos transgênicos. O que era pretendido era uma forma de discriminar os transgênicos facilitando a identificação do consumidor. No entanto, como a desinformação é um pilar fundamental na estratégia de venda dessas multinacionais do transgênico, seu lobb poderoso aliado aos seus representantes diretos no legislativo fizeram o político, como é o costume neste país, e rejeitaram tal proposta. O trágico resultado disso fora, por conseguinte, a nossa primeira derrota. Com os produtos transgênicos diluídos nas prateleiras dos supermercados a informação de consumidores desinformados torna se ainda mais precária ou inexiste, isso dados os silêncios consentidos da mídia e do próprio governo sob o tema.
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Com isso, tem-se o cenário ideal para a indústria do transgênico. Barateamento, num primeiro momento, dos custos de produção, consumidores cuja ignorância fabricada pela mídia e pelo governo estimulam a venda e o consumo de lixo industrial, logo, por conseguinte as multinacionais do transgênico têm altas margens de lucro, dado o valor com o qual são repassados sem o obstáculo legal, descaradamente ignorado. Em suma, desinformação e legislação ignorada são os principais pilares que permitem o consumo, logo as altas margens de lucros dessas multinacionais.
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Assim a consciência sobre aquilo que consumimos sequer nos é possibilitada. Somos reféns. Consumidores ativos e laboratório de experiência do mundo. Sequer somos ratos, tampouco cobaias. A resistência na rotulação é parte da estratégia de desinformação. Departamentos de marketing funcionando à toda. Desinformados consumidores fabricados engordando com lixo industrial. Governo sócio quando não governo? Daqui há pouco os transgênicos se naturalizam, serão parte da cultura alimentar do brasileiro. Misteriosamente os índices de câncer aumentarão assustadoramente, mas os responsáveis não serão apontados. Talvez apontem a “inferioridade genética” do brasileiro, mentira como bode espiatório tão corriqueiramente usada como argumento em nossa história, ou talvez como gostam tanto de generalizar o Homem.
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Carmesin

TRANSGÊNICO: NÃO VAI MATAR DE FOME, MAS DE CÂNCER AHHH SE VAI

O TRANSGÊNICO NÃO VAI MATAR A FOME. VAI MATAR DE CANCÊR, MAS O DISCURSO É OUTRO.
O DISCURSO OU A FALÁCIA:

I
Monsanto à Radioagência NP por meio de sua assessoria de imprensa
“a biotecnologia preza a agricultura sustentável na medida em que desenvolve tecnologias que buscam causar o menor impacto possível ao meio ambiente, redução do uso de inseticidas”
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Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB/organização sem fins lucrativos [Ahhh hã] formada por empresas da biotecnologia) à Radioagência NP. A diretora-executiva do Conselho da CIB, Alda Lerayer diz-nos:
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"Há uma vantagem na redução de custos de produção para o agricultor, porque ele usa menos agroquímicos, ele vai menos ao campo, usa menos o trator, conseqüentemente usa menos combustível com o trator. E é uma tecnologia mais limpa para o meio ambiente justamente porque você reduz a emissão de gases, reduz a quantidade de produto químico e também o risco de contaminação dos agricultores, dos trabalhadores rurais”.
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Como irão notar o texto encaminhado a Radioagência NP sequer faz menção ao consumo humano e aos impactos disso a saúde humana. Bem, isso pode representar a despreocupação das megacorporações para com a vida humana e noutro ponto a paranóia com o lucro. Ou ainda, pode representar uma reportagem parcialmente reproduzida pela Radioagência NP. De uma forma ou de outra, é certo que toda vez que a indústria do transgênico é inquirida sobre os malefícios que ocasionam ou podem vir a ocasionar a saúde humana, desconversam com uma arrogante ironia quase em tom de deboche. Notem o posicionamento oficial de uma porta-voz da Monsanto, de 05 de 2005, em resposta a crítica de estudiosos sobre o próprio relatório da multinacional que constatava danos a saúde de ratos que foram alimentados por 90 dias com milho transgênico MON 863:
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“Se algum desses conhecidos críticos antibiotecnologia tinha dúvidas sobre a credibilidade desses estudos, elas deveriam ter sido apontadas aos [órgãos] reguladores. Afinal, o MON 863 não é novo, e já foi aprovado como tão seguro quanto o milho convencional por nove outras autoridades globais desde 2003”
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Notem que a porta-voz desresponsabiliza a Monsanto. Mais grave do que isso é nas entrelinhas que se observa à arrogância e o tom de despreocupação da multinacional com a vida humana. Como foi dito a porta-voz tira qualquer responsabilidade da Monsanto, certo? E como ela faz isso? Jogando a responsabilidade em cima dos “críticos” da “antibiotecnologia”. Esses sujeitos, os “críticos [da] antibiotecnologia” são pesquisadores sérios e amplamente comprometidos com a preservação saudável da vida humana, mas ao ver da Monsanto devem ser apontados como os responsáveis por qualquer efeito que o lixo industrial que produz venha a causar a saúde humana, pois segundo a porta-voz da multinacional cabe aos cientistas “críticos [da] antibiotecnologia” apontar a prejudicidade de lixo industrial que outros produzem para depois apontarem para os “órgãos reguladores”. Trocando em miúdos é como se alguém vendesse veneno em garrafa de refrigerante e depois da morte de muitos sujeitos a empresa fabricante dissesse: “-A culpa é de quem não pesquisou o nosso refrigerante e não disse que ele é venenoso para as instituições fiscalizadoras”. Em suma, o que há é a isenção da responsabilidade daqueles que produzem sobre os danos que o seu produto venha a causar a saúde humana.
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II
Nota-se também no excerto que os órgãos reguladores tem um papel de destaque e este não é só textual, mas, sobretudo outro pilar fundamental dentro da estratégia das multinacionais da transgenia. Cooptados, esses órgãos estatais, acabam servindo ao aparato argumentativo das multinacionais do transgênico conferindo-lhe credibilidade e possibilitando, por conseguinte, que cavem junto a outros governos espaço para injetarem seu lixo industrial na cultura agrícola e alimentar de países que até então vinham mantendo resistência a incursão dos mesmos. Vale rememorar matéria publicada na revista Caros Amigos em outubro de 2001:
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Verga Glass – Como você explica que a CTNBio seja tão abertamente a favor da soja da Monsanto? Você acha que gente desses órgãos recebe propina?
David Hathaway – A CTNBio tem 18 membros titulares e 18 suplentes. O único titular e seu suplente que não são nomeados pelo ministro da Ciência e Tecnologia são os que representam o setor privado, e até pouco tempo eram representantes de duas multinacionais.
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Jean Marc von Der Weid – Documentado no Brasil não tem, mas você podia contar a história de como foi aprovada a soja transgênica nos Estados Unidos pela FDA (Food and Drug Administration), isso não é folclore.
David Hathaway
– Mas não é só a soja. No início dos anos 80, quando a Monsanto estava lançando o Glifosato e conseguindo o registro para esse herbicida nos Estados Unidos, ela falsificou quase todos os testes toxicológicos que passaram pelo órgão que registra os agrotóxicos, o EPA (Agência de Proteção Ambiental), nos Estados Unidos se chama ‘porta giratória’, eles ficam passando para lá e para cá. Mas parece que a coisa foi tão fraudulenta, com modificações nos próprios registros, nos cadernos de laboratório e tal, que a EPA, lá por 1984/1985, obrigou a Monsanto a fazer de novo todos os exames, só então aprovou o Glifosato. Agora, esse tipo de relação antecede a coisa dos transgênicos. Para o registro de transgênicos nos EU, para a aprovação, no início dos anos 90, a Monsanto ‘cedeu gentilmente’ assessores e pessoas que foram trocando de emprego, passando da Monsanto para o serviço público tanto na FDA como na EPA, para nortear todos os trabalhos de biossegurança etc. dos OGMs – pessoas essas que mais tarde iriam trabalhar ou voltariam a trabalhar para a Monsanto, e assim tem sido constantemente”

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Em suma, para confirmar a paridade do caso estadunidense necessitaríamos investigar nomes e histórias no caso brasileiro. Tal competência esta fora da alçada deste humilde chateador. No entanto, podemos afirmar que o caso brasileiro é similar ao estadunidense, pois como explicar que os nossos órgãos reguladores (CTNBio, CNBS), que deveriam privar pela vida e bem-estar de toda sociedade brasileira, dão parecer favorável a plantação e comércio de tal categoria de lixo industrial mediante a recusa de um sem números de relatório que serviam ao argumento da precaução e do veto?
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Sem arriscar um pio vou encerrar esta cessão com outra reprodução de artigo publicado no site da Radioagência NP, cujo título é Stephanes, o militante do agronegócio:
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“O ministro da Agricultura Reinhold Stephanes [iniciou a sua carreira política na ARENA, passou pelo PFL e hoje está no PMDB. Ocupou cargos de primeiro escalão no período da ditadura. Foi ministro da Previdência do ex- Presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e hoje é ministro da Agricultura de Lula], tem se demonstrando um verdadeiro militante do agronegócio. Age como lobista dos pecuaristas, produtores de cana, fazendeiros, sojeiros e empresas da área da biotecnologia. Utiliza-se da função de ministro de Estado para defender com unhas e dentes os interesses do grande capital rural. Ao menos três fatos evidenciam a militância do ministro em prol do agronegócio.
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O primeiro deles, foi a sua escancarada atuação para aprovar o milho transgênico da multinacional Monsanto e da Bayer. Stephanes representa o ministério da Agricultura no Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), órgão vinculado à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A estratégia do agronegócio foi formulada pelo ministro dias antes da aprovação ao dizer que o milho ia pelo mesmo caminho das variedades de soja e algodão geneticamente modificadas cuja comercialização é autorizada do país. Segundo ele, "elas foram liberadas apenas depois de constatado o cultivo ilegal". A 'senha' do ministro foi clara, 'plante-se ilegalmente que depois o governo aprova'. Foi o que aconteceu”

TRANGÊNICOS: TODAS AS RAZÕES PARA NÃO CONSUMIR

10 BOAS RAZÕES PARA EVITAR O CONSUMO DE ALIMENTOS QUE CONTENHAM TRANSGÊNICOS
1. Ainda hoje não existem dados produzidos por pesquisa que indicam o impacto causado pelo consumo de transgênicos em seres humanos. O que existe são dados científicos possibilitados pela pesquisa com outros animais, como ratos, por exemplo, os quais, por sua vez, servem de bom argumento para rejeição de tais alimentos. Mesmo, embora, os transgênicos sendo largamente consumidos a não rotulação impede, por sua vez, não só que as pessoas escolham ou não consumi-los, como, concomitantemente qualquer pesquisa de impacto que o consumo de tais excrescências venham a ocasionar a saúde humana.
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2. Seus efeitos sobre o meio ambiente e sobre culturas agrícolas não-transgênicas são alarmantes. Em fevereiro de 2008, o jornal espanhol El País aponta que o milho transgênico está contaminando e acabando com os cultivos de milho ecológico na Espanha. A contaminação acontece pela polinização disseminada pelos ventos e o grande perigo que se corre dá-se em causa da extinção de variedades não transgênicas e da dependência dos produtores agrícolas das multinacionais do transgênico na mesma medida em que essa homogeneização ocorre, dado que as variedades transgênicas não se reproduzem bem na segunda geração e a produtividade sofre um impacto direto. O artigo do El País compôs inclusive o material que fora encaminhado para CTNBio e a CNBS, o qual, já sabemos fora ignorado.
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3. As pesquisas com sementes e produtos transgênicos realizadas pelas multinacionais da biotecnologia, visam apenas o lucro. Logo, não participa da consideração das mesmas o impacto que o consumo e a cultura de tais variedades venham a ocasionar ao meio ambiente e a saúde de humanos e animais. O que importa a essas multinacionais é o controle e o monopólio do mercado de sementes e, por conseguinte, o de agrotóxicos produzidos por cada qual e fundamentalmente necessários para a produtividade da lavoura transgênica.
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4. Não há nenhuma prova concreta de que as sementes transgênicas são mais produtivas e adequadas ao equilíbrio da natureza do que as sementes criollas, melhoradas e desenvolvidas pelos agricultores de acordo com os microclimas e as culturas.
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5. Cerca de 97% das sementes transgênicas existentes no mercado têm sua utilização e produtividade casadas com o uso de algum tipo de agrotóxico, herbicida, inseticida, etc. Esses venenos prejudicam o meio ambiente.
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6. Muitas sementes transgênicas possuem o componente terminator, que as esteriliza para utilização como sementes no ano seguinte. Isso obriga os agricultores a ficarem dependentes da empresa fornecedora. São as chamadas sementes suicidas.
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7. O monopólio da biotecnologia e o uso dos transgênicos estão levando a um processo de controle oligopólico das sementes em todo o mundo, por 10 grandes corporações multinacionais. Na década de 1970, 7 mil indústrias produziam sementes no mundo. Em 2006, as 10 maiores corporações do setor abocanharam 57% do mercado de vendas, sendo que as três maiores (Monsanto, Dupont e Syngenta) ficaram com 39%. A Monsanto, por exemplo, é líder mundial de sementes transgênicas e controla sozinha 88% do mercado global de transgênicos.
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8. O impacto social da cultura de variedades transgênicas é do mesmo modo arrasador. A massificação do uso de sementes transgênicas vai impor uma padronização dos tipos de alimento em todo o mundo, ferindo as culturas locais e trazendo conseqüências futuras inimagináveis. Atrelada a grande produção o modelo de apropriação de terras que prevê é o latifúndio voltado para exportação, expropria famílias do campo, promove o êxodo rural, a precarização da vida humana e a perseguição e extermínio de trabalhadores rurais no campo. Todos esses são fenômenos observáveis em nossa realidade há um tempo.
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9. Os transgênicos não vão acabar com a fome do mundo. Existem estudos que apontam que a produção de alimentos no mundo é 5 vezes superior ao consumo humano e isso não se deve a produção de alimentos transgênicos. Mesmo considerando que há um grande montante orientado para a engorda de animais de corte o problema é a própria categorização do alimento como mercadoria, o que, por sua vez, cria dificuldades de acesso a este direito primordial. Dentro da estrutura capitalista a desproporcional e acentuada má distribuição da renda no país agrava ainda mais tal quadro.
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10. É possível com sementes e alimentos sadios proporcionar alimento saudável para toda humanidade, respeitando o meio ambiente e livre de transgênicos. Dados do IBGE servem para ilustrar tal afirmação, mostrar o potencial e em qual estrutura devemos amparar a nossa produção agrícola: a agricultura familiar (menos de 100 hectares) ocupa 21% do território agrícola brasileiro, mas realiza 38% do investimento total do setor, empregando 81% da mão de-obra no meio rural. Responde, ainda, por 47% do valor da produção agropecuária, incluindo aí o suprimento de 56% de alimentos e matérias-primas vegetais e de 67% da oferta interna de alimentos de origem animal. “Numa palavra, é ela que gera comida e emprego. Sem precisar desses trangênicos”. (BENJAMIN, César. Caros Amigos, 09/2003).

TRANSGÊNICOS: ANEXOS

Decidi reproduzir textos completos para que se tenha em consciência que as colocações a respeito dos alimentos transgênicos não se trata de uma posição ideológica, pelo contrário construo o meu argumento compilando a constatação cientifica de terceiros.
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[anexo-1]
Em mesma matéria, reproduzida pela Folha on-line em 05 de 2005, a especialista em anatomia humana e biologia social Vyvyan Howard endossa as constatações de Geoffrey Lean e pede “a publicação completa do estudo, dizendo que o sumário da pesquisa dava ‘motivos para preocupação.’”
O texto segue: “Michael Antoniu, especialista em genética molecular na Escola Médica do Guy’s Hospital, no Reino Unido, descreveu as descobertas como ‘muito preocupantes do ponto de vista médico’, complementando: ‘Eu fiquei impressionado pelo número de diferenças significativas que eles encontraram [no experimento de ratos’”.
“(...) Embora a Monsanto descarte as anormalidades observadas nos ratos como insignificantes e aleatórias, uma fonte no governo britânico disse que os ministros estavam tão preocupados pelas descobertas, que estavam requisitando mais informações.
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Os ambientalistas encaram as descobertas como confirmação de um estudo britânico de sete anos atrás, que sugeria que ratos alimentados com batatas transgênicas sofriam danos à saúde. Aquela pesquisa, severamente criticada pela comunidade científica britânica, foi interrompida, e Arpad Pusztai, o cientista que liderou o estudo, foi forçado a se aposentar. Pusztai também reportou uma ‘enorme lista de diferenças significativas’ entre ratos alimentados com milho convencional e modificado. Produto antigo O novo estudo da Monsanto é feito com um milho, com codinome MON 863, que foi modificado para se proteger contra uma larva de besouro, que a companhia descreve como ‘uma das pragas mais perniciosas a afetar plantações de milho ao redor do mundo’. Agora, no entanto, qualquer decisão de permitir que o milho seja comercializado no Reino Unido irá causar alerta generalizado.
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Os detalhes completos da pesquisa com os ratos estão no relatório principal, que a Monsanto se recusa a divulgar por considerar que ele ‘contém informações confidenciais de negócios que poderiam ter uso comercial por nossos competidores’. Um porta-voz da Monsanto disse no final da semana passada: ‘Se algum desses conhecidos críticos antibiotecnologia tinha dúvidas sobre a credibilidade desses estudos, elas deveriam ter sido apontadas aos [órgãos] reguladores. Afinal, o MON 863 não é novo, e já foi aprovado como tão seguro quanto o milho convencional por nove outras autoridades globais desde 2003”.
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Como irão notar o final é bem ao estilo Folha de São Paulo. Ou seja, começa com a reprodução do The Independent, mas dá a última palavra para a Monsanto.
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[anexo 2]
Documentos ignorados pelo Conselho Nacional de BioSegurança (nome fantasia).
“Sumário Executivo do Relatório de Contaminação: revisão anual de casos de contaminação, plantios ilegais e efeitos colaterais negativos dos organismos geneticamente modificados.
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Monitoramento de variedades geneticamente modificadas: documento aponta erros e ilegalidades no processo de liberação do milho MON810 na Europa.
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Ciência ruim, decisões ruins: documento com evidências contra o milho transgênico da Bayer.
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O milho transgênico está acabando com os cultivos de milho ecológico: matéria do jornal espanhol “El País” sobre o grave problema de contaminação vivido pelos produtores de milho não-transgênico na Espanha.
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Sumário Executivo do relatório do governo da Áustria sobre milho transgênico: relatório das evidências científicas com as últimas descobertas sobre as medidas de segurança na Áustria para as linhagens de milho geneticamente modificado MON810 e Liberty Link.
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Documento do governo da Grécia proibindo o milho MON810: texto ressalta que dados científicos confirmam o risco imediato ao ambiente e talvez à saúde causado pela variedade transgênica.
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Carta do governo da Hungria proibindo o milho MON810: texto do Ministro do Meio Ambiente da Hungria enviado para a Diretoria de Meio Ambiente da Comissão Européia.
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Estudos científicos sobre os prováveis efeitos nocivos do milho MON810: lista e resumo dos principais estudos publicados sobre os potenciais impactos ambientais do milho da Monsanto.”
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Carmesin

quinta-feira, 13 de março de 2008

RESISTÊNCIA CAMPONESA

Vídeo mostra ação das mulheres da Via Campesina no 8 de março. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) disponibiliza em sua página na internet, vídeo onde mostra a ação das mulheres da Via Campesina, entidade que aglutina organizações camponesas de todo o mundo, durante o Dia Internacional da Mulher. Gravado em Pernambuco, o vídeo apresenta o ato público organizado pelas camponesas em nome da soberania alimentar no Brasil e contra a expansão da monocultura de cana, que expulsa a cada ano, milhares de famílias de trabalhadores rurais de suas terras. Essa situação atinge não apenas a população rural, mas também aqueles que vivem nas cidades, já que provoca uma mudança nos hábitos alimentares.
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http://www.cptpe.org.br/modules.php?name=Video_Stream&page=watch&id=39&d=1

segunda-feira, 10 de março de 2008

JAGUNÇOS SUIÇOS

Syngenta Assassina!
Arte das mulheres da Via Campesina em comemoração ao dia das mulheres em causa da morte do trabalhador rural Valmir de Oliveira pela multinacional Suiça Syngenta!

domingo, 9 de março de 2008

RESISTÊNCIA CAMPONESA NO RS

imagem: CMI
Mulheres da Via Campesina ocupam área ilegal da Stora Enso no RS . Cerca de 900 mulheres da Via Campesina ocuparam a fazenda Tarumã, de 2.100 hectares, no município de Rosário do Sul, a aproximadamente 400 km de Porto Alegre, na manhã desta terça-feira (04/03), quando iniciaram o corte de eucaliptos e o plantio de árvores nativas em área que pertence à empresa sueco finlandesa Stora Enso.
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A transnacional estrangeira, pela legislação brasileira (lei nº 6.634 de 1979; e o artigo 20, parágrafo 2 da Constituição Federal), não pode adquirir terras em uma faixa de 150 km da fronteira do Brasil com outros países. No entanto, a transnacional vem comprando dezenas de áreas no Rio Grande do Sul, próximo da fronteira com Uruguai onde a empresa também tem plantios. A meta é formar uma base florestal de mais de 100 mil hectares e implantar fábricas na região.
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Em nota distribuída à imprensa as mulheres declaram o seguinte: “Nossa ação é legítima. A Stora Enso é que é ilegal. Plantar esse deserto verde na faixa de fronteira é um crime contra a lei de nosso país, contra o bioma pampa e contra a soberania alimentar de nosso estado que está cada vez mais sem terra para produzir alimentos. Estamos arrancando o que ruim e plantando o que é bom para o meio ambiente e para o povo gaúcho”.
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Multinacional age ilegalmente
A Stora Enso adquiriu as terras em nome da empresa Derflin, que é o braço da multinacional para produzir matérias-primas. Como a Derflin também é estrangeira não conseguiu legalizar as áreas. Por isso, a Stora Enso criou uma empresa laranja: a agropecuária Azenglever, de propriedade de dois brasileiros: João Fernando Borges e Otávio Pontes (diretor florestal e vice-presidente da Stora Enso para a América Latina, respectivamente) . Eles são atualmente os maiores latifundiários do RS.
Cerca de 50 fazendas, totalizando mais de 45 mil hectares, já estão registradas em nome da Agropecuária Azenglever. Entre essas áreas, está a Tarumã, ocupada pelas mulheres camponesas. Há um inquérito na Polícia Federal responsável para investigar o crime, mas a empresa continua agindo livremente. A seguir, leia a pauta de reivindicações das mulheres no manifesto das mulheres da Via Campesina.
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Manifesto das Mulheres da Via Campesina
Nós mulheres da Via Campesina do Rio Grande do Sul estamos mais uma vez mobilizadas, nesta semana do 8 de março, para intensificar nossa luta contra o agronegócio e em defesa da soberania alimentar da população brasileira.
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A soberania alimentar é o direito dos povos de produzir sua comida respeitando a biodiversidade e os hábitos culturais de cada região. Hoje em nosso país as riquezas naturais estão sob domínio das empresas multinacionais do agronegócio e a população tem cada vez menos acesso à terra, à água e aos alimentos.
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Nós mulheres somos as primeiras a serem expulsas das atividades agrícolas nas áreas onde avança o agronegócio. Nosso trabalho é importante em uma agricultura camponesa porque sabemos produzir alimentos. Mas as empresas do agronegócio não estão preocupadas em produzir comida, só em produzir lucro transformando o campo em desertos verdes (de eucalipto, de soja, de cana). Um dos desertos que mais cresce em nosso Estado é o de eucalipto para celulose.
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As empresas de celulose estão fechando fábricas nos Estados Unidos e na Europa e vindo para a América Latina. Aqui encontram muita terra, água, clima favorável e governos dispostos a atender seus interesses. Mais de 90% da produção de celulose do Brasil é para exportação. Assim, reduzimos a produção de comida, destruímos a biodiversidade, aumentamos a pobreza e a desigualdade para atender a demanda de lucro das empresas e um estilo de vida consumista nos países ricos. Esse é o papel horroroso que o Brasil cumpre hoje no mundo.
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Uma das empresas responsáveis pelo avanço do deserto verde no Rio Grande do Sul é a Stora Enso, multinacional sueco-finlandesa. Pela lei brasileira estrangeiros não podem ter terra em uma faixa de 150 km da fronteira do Brasil com outros países. Acontece que a Stora Enso já tem milhares de hectares plantados no Uruguai e é exatamente próximo da fronteira gaúcha com este país que essa gigante do ramo de papel e celulose quer formar uma base florestal de mais de 100 mil hectares.
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Inicialmente a Stora Enso tentou comprar as terras em nome da empresa Derflin, o braço da multinacional para produção de matéria prima, que por ser estrangeira não conseguiu legalizar as áreas.
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Para viabilizar sua implantação a multinacional criou uma empresa laranja que está comprando as terras em seu nome: a agropecuária Azenglever Ltda, cujos donos são dois importantes funcionários da Stora Enso. Eles se tornaram os maiores latifundiários do estado, sendo “proprietários” de mais de 45 mil hectares. Essa operação ilegal é de conhecimento dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, do Incra, da Polícia Federal, mas nada de concreto foi feito para impedir o avanço do deserto verde. Decidimos então romper o silêncio que paira sobre esse crime.
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Nossa ação é legítima. A Stora Enso é que é ilegal. Plantar esse deserto verde na faixa de fronteira é um crime contra a lei de nosso país, contra o bioma pampa e contra a soberania alimentar de nosso estado que está cada vez mais sem terras para produzir alimentos. Estamos arrancando o que é ruim e plantando o que é bom para o meio ambiente e para o povo gaúcho.
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Alguns parlamentares gaúchos ao invés de combaterem a invasão dos estrangeiros estão propondo reduzir a Faixa de Fronteira para legalizar o crime. Usam o argumento de que a faixa de 150 km impede o desenvolvimento econômico dos municípios. Mas isso é uma grande mentira. Todos sabem que a Metade Sul não se desenvolve por causa do latifúndio e das monoculturas. Tanto que a faixa de fronteira também vigora na metade norte do estado e nessa região a economia é dinâmica.
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As empresas de celulose prometem gerar emprego e desenvolvimento. Mas onde elas se instalam só aumenta o êxodo rural e a pobreza. Os trabalhos que geram são temporários, sem direitos trabalhistas, em condições precárias. Um exemplo é a Fazenda Tarumã em Rosário do Sul, de 2,1 mil hectares onde a Stora Enso gera somente dois empregos permanentes e alguns empregos temporários.
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Se essa área for destinada para a reforma agrária podem ser assentadas 100 famílias gerando no mínimo 300 empregos diretos permanentes. Portanto, a Reforma Agrária e a Agricultura Camponesa é que são a melhor alternativa para preservar a biodiversidade, gerar trabalho e renda para a população do campo e alimentos saudáveis e mais baratos para quem mora nas cidades.
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O projeto que tramita no Senado propondo reduzir a Faixa de Fronteira brasileira não inclui a Amazônia porque entende que isso seria uma ameaça para a floresta. Ou seja, admite que a redução da Faixa de Fronteira irá aumentar a destruição ambiental. Para nós todos os biomas brasileiros são importantes e entendemos que o Cerrado e o Pampa também precisam ser preservados.
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Nós mulheres da Via Campesina reivindicamos das autoridades brasileiras:
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- Anulação das compras de terra feitas ilegalmente pela Stora Enso na faixa de fronteira e expropriação dessas áreas para a reforma agrária. Somente nos 45 mil hectares que estão em nome da empresa laranja, a Agropecuária Azenglever daria para assentar cerca de 2 mil famílias, gerando 6 mil empregos diretos. Atualmente 2.500 famílias estão acampadas no Rio Grande do Sul e o Incra alega não ter terras para fazer assentamento.
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- Retirada dos projetos no Senado e na Câmara Federal que propõem a redução da Faixa de Fronteira. Essa medida só vai beneficiar empresas como a Stora Enso que querem se apropriar das terras para transformá-las em deserto verde, destruir nossas riquezas naturais como o aqüífero guarani e o bioma Pampa. Para o povo gaúcho essa redução da faixa de fronteira só vai provocar aumento do êxodo rural, do desemprego, da destruição ambiental e o fim soberania alimentar pois vai faltar terra para produzir alimentos.
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Sabemos que por lutar contra o deserto verde podemos sofrer a repressão do governo gaúcho. É prática desse governo tratar os movimentos sociais como criminosos e proteger empresas que cometem crimes contra a sociedade. Vamos resistir. Nossa luta é em defesa da vida das pessoas e do meio ambiente. Estamos aqui em 900 mulheres, mas carregamos conosco a energia e a coragem das milhares de camponesas que em todo o mundo lutam contra a mercantilizaçã o das riquezas naturais e da vida. Como dizia a companheira sem terra Roseli Nunes, assassinada covardemente em março de 1987 aqui no Rio Grande do Sul, “preferimos morrer lutando do que morrer de fome!”.
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Mulheres da Via Campesina do Rio Grande do Sul,
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Brasil, 04 de março de 2008.Assessoria de Comunicação da Via Campesina